Eles agregam qualidade de vida ao cotidiano de gente que, pouco a pouco, vai exercitando o interesse por valores hoje dispersos, como a solidariedade
Mariana Moreira
Publicação: 08/03/2010 08:55 Atualização: 08/03/2010 09:05
Crianças e idosos costumam viver em mundos distantes, que raramente se aproximam. Mas uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) vem mudando essa premissa. O projeto Mestre do Saber permite que quem já chegou aos 60 anos possa ensinar aquilo que sabe de melhor a pessoas mais jovens, tanto a alunos de escolas públicas quanto a pessoas da comunidade que tenham interesse no tema. Depois de selecionados, os mestres passam a ministrar oficinas em unidades da própria secretaria. Além da bolsa mensal, que reforça a renda em R$ 415, a chance de permanecer em atividade e dividir conhecimento tem transformado a vida de 150 idosos do Distrito Federal. O Correio ouviu as histórias de alguns deles:
Francisco planta horta com os meninos: "Aqui sou um passarinho" |
Conhecendo os segredos da Terra
A horta de Francisco Gonçalves Neto, 69 anos, tem cenoura, cebola, quiabo, maxixe, coentro, salsa, batata-doce, milho, feijão, cana-de-açúcar e abóbora. Mas o que mais encanta Francisco são os meninos que aprendem com ele os segredos de cultivar plantas. Oficialmente são 15, mas outros inscritos no Centro de Orientação Socioeducativa (Cose) do Recanto das Emas escapam das atividades que frequentam para dar uma espiada no pátio da escola. Quando o professor percebe, eles já estão ajudando a arrancar o mato e a preparar a terra para o plantio.
Aprendizes de Francisco, os irmãos Guilherme de Jesus, 12 anos, e Gustavo de Jesus, 11, gostaram tanto da atividade que fizeram uma horta no quintal de casa. Lá, cultivam pés de mamão, feijão e abacate sem a ajuda de ninguém. “Chamo o Francisco de avô, ele gosta. Aqui aprendi a não destruir a natureza”, relata Guilherme. Outro “neto” de Francisco é Lucas Alves, 10 anos. Como o quintal de sua casa é cimentado, ele não pode fazer o mesmo, mas aproveita os horários da oficina para plantar mudas de ipê, alface, pitanga e quiabo. Tudo o que vinga é dividido entre o mestre e as crianças.
Natural de Taperoá, na Paraíba, Francisco trabalhou na construção civil como bombeiro hidráulico. Quando os empregos ficaram escassos, aprendeu a cultivar hortas e dividia a produção com o proprietário do roçado, em Brazlândia. Nessa fase, chegou a participar de um projeto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que ensinava segredos do cultivo de plantas às crianças. Recebe um benefício do governo federal no valor de um salário mínimo, já que nunca trabalhou com carteira assinada nem contribuiu para a Previdência Social. Ao visitar o Centro de Referência em Assistência Social (Cras) de Ceilândia, soube do projeto. Trinta e dois dias depois de se inscrever e passar pelo processo seletivo, já estava no canteiro, pronto para começar as aulas.
Ele começa o trabalho às 14h, mas invariavelmente chega mais cedo, para cuidar da horta. “Não quero ficar em casa deitado. Aqui, sou um passarinho, voando de galho em galho”, explica. Não é incomum ver alunos se adiantando ao horário, para passar mais tempo na companhia de Francisco. Quando está com as crianças, ele se comporta como se fosse uma delas. Sempre que usa bermuda, os estudantes o chamam de caubói. Mas o horticultor destaca que o ofício não envolve só falar de espécies, adubos e poda. Também é preciso ser um educador, orientar e ouvir as crianças. Quando os alunos brigam, ele faz questão de acabar com o conflito diante de todos.
Com o reforço de R$ 415 no orçamento, Francisco compra seus remédios e dá presentes aos netos em dia de aniversário. Com os produtos frescos e orgânicos que leva para casa, a saúde também melhorou. Mas o que importa é o bem-estar que ele sente, ao perceber que faz o bem para as crianças. “Muitos me perguntam o que devem fazer para viver cuidando de hortas. Mas digo que eles podem fazer tudo o que quiserem. Tem que ter força de vontade, correr atrás, se aperfeiçoar”, ensina.
As brincadeiras de Amara
Se a vida dela pudesse ser definida em uma palavra, provavelmente essa palavra seria brincadeira. Foi brincando que a pernambucana Amara Eulália Barbosa, 64 anos, criou os três filhos, os quatro netos, as crianças das casas em que trabalhou, os pequenos doentes que passam as vidas em leitos de hospitais e, atualmente, os alunos do Centro de Orientação Socioeducativa (Cose) do Gama Sul. Brincando e lendo, ela leva a vida como contadora de histórias e professora de teatro de mais de 30 crianças.
A dedicação à felicidade alheia se manifestou há tempos. Enquanto foi diarista, trabalho que a sustentou por cerca de 23 anos, matriculou a filha em uma escola do Plano Piloto. Mesmo nos dias em que não havia trabalho, era preciso fazer o trajeto do Gama até a região central e esperar pela saída da menina. Para passar o tempo, ela arrumou uma ocupação solidária: passou a ler histórias para crianças hospitalizadas. Começou a inventar histórias da própria cabeça, histórias ouvidas durante a infância, na fazenda, em Santa Cruz do Capibaribe. Mudava as vozes de acordo com os personagens, artifício que até hoje arranca gargalhadas de seus pequenos alunos. Leu voluntariamente em hospitais por cerca de 13 anos.
Quando está com as crianças do Cose, monta teatro de fantoches, ensaia peças de teatro, lê e inventa todas as histórias possíveis. “Os menores gostam de ouvir e mudar o desfecho. Já os maiores gostam de participar.” Um grupo de alunos, contrariado com o final de uma história, disse que escreveria o próprio livro. Outro dia, emendaram pedaços de papel e criaram as roupas da Chapeuzinho Amarelo.
Além das leituras, a professora brinca de roça e de princesa. Os objetos da sala, papéis coloridos, a mobília dos outros cômodos, tudo vira cenário para as viagens do grupo. Os meninos e meninas usam fantasias de bichos e inventam tramas possíveis entre eles. “Este trabalho mexe com as coisas boas da cabeça deles. Permite que eles se esqueçam de tudo de ruim que veem na televisão e na vida e convivam com a memória boa das brincadeiras”, acredita. Um projeto para este ano é a montagem do Pastoril, uma manifestação religiosa tradicional, que divide as crianças em dois cordões, um vermelho e um azul.
Ela veio para Brasília acompanhar o marido, sapateiro. Para ajudar em casa, trabalhou como empregada doméstica durante 23 anos. Com os filhos dos patrões, também exercitou toda a sua imaginação. Até hoje, convive com muitos deles. Divorciada, vive da renda do aluguel de duas casas e perdeu um dos três filhos que teve. Para ela, participar do projeto é uma terapia. “Tomava remédio para depressão e até parei de tomar. O médico brigou comigo, mas expliquei que estou curada”, relata. Ela, que sempre quis ser professora, considera o sonho realizado.
Na cozinha, com Hirtes
Quem entra na sala de aula de Hirtes Maria Souza, 63 anos, se assusta com a algazarra das crianças e com a quantidade de meninos que aprendem a cozinhar. “Eles gostam muito”, conta ela. Enquanto os mais velhos picam os ingredientes da receita (o prato do dia foi um bolo de temperos, com cheiro-verde, pimentão, cenoura e azeitonas), os pequenos falam de suas habilidades na cozinha. Muitos dizem saber fazer apenas macarrão instantâneo e fritar ovo, mas a professora entrega que eles já arriscam em experiências mais ousadas na cozinha de casa e muitos pedem para levar o caderno de receitas no fim de semana. Em dois encontros semanais, ela ensina os segredos da culinária a mais de 30 interessados que frequentam o Cose, entre adultos e crianças.
Criada em uma fazenda em Governador Valadares (MG), a cozinheira descobriu bem cedo a paixão pela boa mesa: ao pé do fogão de casa, a mãe lhe ensinou os primeiros segredos. Suas cobaias foram os sete filhos e os 11 netos, que volta e meia pedem pratos da terra natal, como arroz com cenoura, carne de sol e jurubeba, colhida do pé em frente à casa de Hirtes. Para aprimorar sua técnicas, ela fez três cursos de culinária básica em Minas Gerais e sempre troca receitas com conhecidos. Recentemente, aprendeu a fazer um tempero italiano para leitoa, que diz ser delicioso.
A chef garantiu o sustento dos filhos vendendo salgados, bolos confeitados e licores. Hoje, com a prole independente, ensina gente grande e pequena a cozinhar as próprias delícias. Em menos de um ano na sala de aula, já conseguiu a façanha de ensinar mãe e filha. Uma das responsáveis por picar os legumes (já que crianças não podem manipular facas), Aldecir Alves, 34 anos, conta que uma das filhas, frequentadora dos cursos oferecidos, chegou em casa dizendo já saber cozinhar. Hoje, é sua ajudante na hora do jantar e tem autorização para cozer ovos e temperar feijão e carne. Meses depois, desempregada, Aldecir decidiu que melhorar a habilidade com as panelas poderia lhe render um novo trabalho e se inscreveu na turma de Hirtes.
As preferências culinárias das crianças são previsíveis. “Sempre pedem bolo prestígio e brigadeiro. Mas se deliciam quando podem criar, quando a gente pega tudo o que tem na geladeira e mistura, inventando receitas”, afirma a professora. A relação com pessoas de idades tão diversas tem sido uma lição de tolerância. “Aprendemos a conviver, a respeitar e principalmente a amar”, revela. Ela, que foi professora antes de se mudar para Brasília, teve a oportunidade de retomar esse caminho ensinando aquilo que mais gosta de fazer: cozinhar. Os discípulos, que viraram netos e sobrinhos, fazem a professora sentir saudade quando não é dia de aula.
A horta de Francisco Gonçalves Neto, 69 anos, tem cenoura, cebola, quiabo, maxixe, coentro, salsa, batata-doce, milho, feijão, cana-de-açúcar e abóbora. Mas o que mais encanta Francisco são os meninos que aprendem com ele os segredos de cultivar plantas. Oficialmente são 15, mas outros inscritos no Centro de Orientação Socioeducativa (Cose) do Recanto das Emas escapam das atividades que frequentam para dar uma espiada no pátio da escola. Quando o professor percebe, eles já estão ajudando a arrancar o mato e a preparar a terra para o plantio.
Aprendizes de Francisco, os irmãos Guilherme de Jesus, 12 anos, e Gustavo de Jesus, 11, gostaram tanto da atividade que fizeram uma horta no quintal de casa. Lá, cultivam pés de mamão, feijão e abacate sem a ajuda de ninguém. “Chamo o Francisco de avô, ele gosta. Aqui aprendi a não destruir a natureza”, relata Guilherme. Outro “neto” de Francisco é Lucas Alves, 10 anos. Como o quintal de sua casa é cimentado, ele não pode fazer o mesmo, mas aproveita os horários da oficina para plantar mudas de ipê, alface, pitanga e quiabo. Tudo o que vinga é dividido entre o mestre e as crianças.
Natural de Taperoá, na Paraíba, Francisco trabalhou na construção civil como bombeiro hidráulico. Quando os empregos ficaram escassos, aprendeu a cultivar hortas e dividia a produção com o proprietário do roçado, em Brazlândia. Nessa fase, chegou a participar de um projeto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que ensinava segredos do cultivo de plantas às crianças. Recebe um benefício do governo federal no valor de um salário mínimo, já que nunca trabalhou com carteira assinada nem contribuiu para a Previdência Social. Ao visitar o Centro de Referência em Assistência Social (Cras) de Ceilândia, soube do projeto. Trinta e dois dias depois de se inscrever e passar pelo processo seletivo, já estava no canteiro, pronto para começar as aulas.
Ele começa o trabalho às 14h, mas invariavelmente chega mais cedo, para cuidar da horta. “Não quero ficar em casa deitado. Aqui, sou um passarinho, voando de galho em galho”, explica. Não é incomum ver alunos se adiantando ao horário, para passar mais tempo na companhia de Francisco. Quando está com as crianças, ele se comporta como se fosse uma delas. Sempre que usa bermuda, os estudantes o chamam de caubói. Mas o horticultor destaca que o ofício não envolve só falar de espécies, adubos e poda. Também é preciso ser um educador, orientar e ouvir as crianças. Quando os alunos brigam, ele faz questão de acabar com o conflito diante de todos.
Com o reforço de R$ 415 no orçamento, Francisco compra seus remédios e dá presentes aos netos em dia de aniversário. Com os produtos frescos e orgânicos que leva para casa, a saúde também melhorou. Mas o que importa é o bem-estar que ele sente, ao perceber que faz o bem para as crianças. “Muitos me perguntam o que devem fazer para viver cuidando de hortas. Mas digo que eles podem fazer tudo o que quiserem. Tem que ter força de vontade, correr atrás, se aperfeiçoar”, ensina.
A ex-diarista conta histórias e monta peças com as crianças |
Se a vida dela pudesse ser definida em uma palavra, provavelmente essa palavra seria brincadeira. Foi brincando que a pernambucana Amara Eulália Barbosa, 64 anos, criou os três filhos, os quatro netos, as crianças das casas em que trabalhou, os pequenos doentes que passam as vidas em leitos de hospitais e, atualmente, os alunos do Centro de Orientação Socioeducativa (Cose) do Gama Sul. Brincando e lendo, ela leva a vida como contadora de histórias e professora de teatro de mais de 30 crianças.
A dedicação à felicidade alheia se manifestou há tempos. Enquanto foi diarista, trabalho que a sustentou por cerca de 23 anos, matriculou a filha em uma escola do Plano Piloto. Mesmo nos dias em que não havia trabalho, era preciso fazer o trajeto do Gama até a região central e esperar pela saída da menina. Para passar o tempo, ela arrumou uma ocupação solidária: passou a ler histórias para crianças hospitalizadas. Começou a inventar histórias da própria cabeça, histórias ouvidas durante a infância, na fazenda, em Santa Cruz do Capibaribe. Mudava as vozes de acordo com os personagens, artifício que até hoje arranca gargalhadas de seus pequenos alunos. Leu voluntariamente em hospitais por cerca de 13 anos.
Quando está com as crianças do Cose, monta teatro de fantoches, ensaia peças de teatro, lê e inventa todas as histórias possíveis. “Os menores gostam de ouvir e mudar o desfecho. Já os maiores gostam de participar.” Um grupo de alunos, contrariado com o final de uma história, disse que escreveria o próprio livro. Outro dia, emendaram pedaços de papel e criaram as roupas da Chapeuzinho Amarelo.
Além das leituras, a professora brinca de roça e de princesa. Os objetos da sala, papéis coloridos, a mobília dos outros cômodos, tudo vira cenário para as viagens do grupo. Os meninos e meninas usam fantasias de bichos e inventam tramas possíveis entre eles. “Este trabalho mexe com as coisas boas da cabeça deles. Permite que eles se esqueçam de tudo de ruim que veem na televisão e na vida e convivam com a memória boa das brincadeiras”, acredita. Um projeto para este ano é a montagem do Pastoril, uma manifestação religiosa tradicional, que divide as crianças em dois cordões, um vermelho e um azul.
Ela veio para Brasília acompanhar o marido, sapateiro. Para ajudar em casa, trabalhou como empregada doméstica durante 23 anos. Com os filhos dos patrões, também exercitou toda a sua imaginação. Até hoje, convive com muitos deles. Divorciada, vive da renda do aluguel de duas casas e perdeu um dos três filhos que teve. Para ela, participar do projeto é uma terapia. “Tomava remédio para depressão e até parei de tomar. O médico brigou comigo, mas expliquei que estou curada”, relata. Ela, que sempre quis ser professora, considera o sonho realizado.
A cozinheira de Minas ensina a arte de preparar gostosuras |
Quem entra na sala de aula de Hirtes Maria Souza, 63 anos, se assusta com a algazarra das crianças e com a quantidade de meninos que aprendem a cozinhar. “Eles gostam muito”, conta ela. Enquanto os mais velhos picam os ingredientes da receita (o prato do dia foi um bolo de temperos, com cheiro-verde, pimentão, cenoura e azeitonas), os pequenos falam de suas habilidades na cozinha. Muitos dizem saber fazer apenas macarrão instantâneo e fritar ovo, mas a professora entrega que eles já arriscam em experiências mais ousadas na cozinha de casa e muitos pedem para levar o caderno de receitas no fim de semana. Em dois encontros semanais, ela ensina os segredos da culinária a mais de 30 interessados que frequentam o Cose, entre adultos e crianças.
Criada em uma fazenda em Governador Valadares (MG), a cozinheira descobriu bem cedo a paixão pela boa mesa: ao pé do fogão de casa, a mãe lhe ensinou os primeiros segredos. Suas cobaias foram os sete filhos e os 11 netos, que volta e meia pedem pratos da terra natal, como arroz com cenoura, carne de sol e jurubeba, colhida do pé em frente à casa de Hirtes. Para aprimorar sua técnicas, ela fez três cursos de culinária básica em Minas Gerais e sempre troca receitas com conhecidos. Recentemente, aprendeu a fazer um tempero italiano para leitoa, que diz ser delicioso.
A chef garantiu o sustento dos filhos vendendo salgados, bolos confeitados e licores. Hoje, com a prole independente, ensina gente grande e pequena a cozinhar as próprias delícias. Em menos de um ano na sala de aula, já conseguiu a façanha de ensinar mãe e filha. Uma das responsáveis por picar os legumes (já que crianças não podem manipular facas), Aldecir Alves, 34 anos, conta que uma das filhas, frequentadora dos cursos oferecidos, chegou em casa dizendo já saber cozinhar. Hoje, é sua ajudante na hora do jantar e tem autorização para cozer ovos e temperar feijão e carne. Meses depois, desempregada, Aldecir decidiu que melhorar a habilidade com as panelas poderia lhe render um novo trabalho e se inscreveu na turma de Hirtes.
As preferências culinárias das crianças são previsíveis. “Sempre pedem bolo prestígio e brigadeiro. Mas se deliciam quando podem criar, quando a gente pega tudo o que tem na geladeira e mistura, inventando receitas”, afirma a professora. A relação com pessoas de idades tão diversas tem sido uma lição de tolerância. “Aprendemos a conviver, a respeitar e principalmente a amar”, revela. Ela, que foi professora antes de se mudar para Brasília, teve a oportunidade de retomar esse caminho ensinando aquilo que mais gosta de fazer: cozinhar. Os discípulos, que viraram netos e sobrinhos, fazem a professora sentir saudade quando não é dia de aula.
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