Com base em informações do ex-secretário Durval Barbosa e documentos obtidos nos últimos meses, o Ministério Público chegou à conclusão que os desvios de dinheiro atribuídos ao grupo do governador afastado José Roberto Arruda são superiores a R$ 100 milhões.
Mas os prejuízos não param por aí. Os promotores calculam que parte do grupo, em atividade desde o início da década, desviou um montante ainda bem maior durante a administração do ex-governador Joaquim Roriz.
Boa parte dos auxiliares de Arruda acusados de receber propina de empresas com contratos com o governo local ocupou cargos estratégicos no governo Roriz.
Um dos elos entre os dois grupos é justamente Durval Barbosa. Todo-poderoso presidente da Codeplan durante o governo Roriz, Durval ganhou a Secretaria de Relações Institucionais de Arruda e, no cargo, se tornou o principal operador do chamado mensalão do DEM.
A proximidade entre Roriz e Durval é antiga. Os dois aparecem juntos numa denúncia de corrupção ora apreciada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça.
A partir de uma investigação conduzida pelo ex-subprocurador-geral da República Roberto Santoro, Roriz e Durval são acusados de desviar aproximadamente R$ 30 milhões dos cofres públicos. O dinheiro teria sido usado para financiar a campanha eleitoral de Roriz em 2002.
Pelas investigações atuais, Roriz recebeu o cheque de R$ 2,2 milhões de Nenê Constantino em 13 de março de 2007 em troca da mudança da destinação do terreno no sul da capital.
Constantino adquiriu o terreno por R$ 15 milhões em 2006, quando a área era reservada a construções de prédios para órgãos de instituições públicas. Alguns meses depois, com a liberação da área para qualquer tipo de construção, o valor do terreno subiu para R$ 44 milhões.
Na ação, o Ministério Público informa que o dinheiro teve como origem uma conta da empresa Callau Partners, nas Ilhas Cayman. Antes de ser transferido para a conta da Agropecuária Xingu, uma das empresas de Constantino no Brasil, os recursos teriam passado ainda por uma conta bancária na Suíça.
A Callau aparece como responsável por um empréstimo de R$ 30 milhões à Xingu.
Deste montante, R$ 2,2 milhões foram destinados a Roriz e a um grupo de auxiliares acusados de ajudar na mudança de destinação do terreno e também no desconto do cheque do Banco do Brasil no Banco Regional de Brasília (BRB).
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