Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

segunda-feira, 1 de março de 2010

Cidade Homenageada e Aniversariante do Dia - Cidade do Rio de Janeiro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Município do Rio de Janeiro
Cidade do Rio 
de Janeiro
"Cidade Maravilhosa"
"Rio"
Brasão do Rio 
de Janeiro
Bandeira do 
Rio de Janeiro
Brasão Bandeira
Hino
Aniversário 1° de março
Fundação 1 de março de 1565 (444 anos)
Gentílico carioca
Lema
Prefeito(a) Eduardo Paes (PMDB)
(20092012)
Localização
Localização de Rio de Janeiro
22° 54' 10" S 43° 12' 28" O22° 54' 10" S 43° 12' 28" O
Unidade federativa Bandeira Estado RiodeJaneiro Brasil2.svg Rio de Janeiro
Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro IBGE/2008 [1]
Microrregião Rio de Janeiro IBGE/2008 [1]
Região metropolitana Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Duque de Caxias, Itaguaí, Seropédica, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu e São João de Meriti
Distância até a capital 1.161 km
Características geográficas
Área 1.182,296 [2] km²
População 6.186.710 hab. (RJ: 1º) – est. IBGE/2009 [3]
Densidade 5.212,4 hab./km²
Altitude 0 a 380 m
Clima Tropical Atlântico Aw
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,842 (RJ: 2º) - elevado PNUD/2000 [4]
PIB R$ 139.559.354 mil (BR: 2º) - IBGE/2007 [5]
PIB per capita R$ 22.903,00 IBGE/2007 [5]
O Rio de Janeiro, capital do estado homônimo, é a segunda maior metrópole do Brasil, situada no Sudeste do país. Cidade brasileira mais conhecida no exterior[6][7] , maior rota do turismo internacional no Brasil[8] e principal destino turístico na América Latina e em todo Hemisfério Sul [8], a capital fluminense funciona como um "espelho", ou "retrato" nacional, seja positiva ou negativamente.
É um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de Açúcar, a estátua do Cristo Redentor (uma das sete maravilhas do mundo moderno), as praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca (entre outros), o Estádio do Maracanã, o Estádio Olímpico João Havelange, a floresta da Tijuca, a Quinta da Boa Vista, a ilha de Paquetá, o Réveillon de Copacabana e o Carnaval.
Representa o segundo maior PIB do país[9] (e o 30º maior do mundo[10]), estimado em cerca de 140 bilhões de reais (IBGE/2007),[5] e é sede das duas maiores empresas brasileiras – a Petrobras e a Vale, e das principais companhias de petróleo e telefonia do Brasil, além do maior conglomerado de empresas de mídia e comunicações da América Latina, as Organizações Globo.[11] Contemplado por grande número de universidades e institutos, é o segundo maior pólo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 17% da produção científica nacional – segundo dados de 2005.[12]
Foi capital do Brasil Colônia a partir de 1763, capital do Império Português na época das invasões de Napoleão, capital do Império do Brasil, e capital da República até a inauguração de Brasília, na década de 1960. É também conhecida por Cidade Maravilhosa, e aquele que nela nasce é chamado de carioca.

Índice

[esconder]

História

Descoberta


Primeiro brasão da cidade (1565-1826).
A baía de Guanabara, à margem da qual a cidade se organizou, foi descoberta pelo explorador português Gaspar de Lemos em 1º de janeiro de 1502. Embora se afirme que o nome Rio de Janeiro tenha sido escolhido em virtude de os portugueses acreditarem tratar-se a baía da foz de um rio, na verdade, à época, não havia qualquer distinção de nomenclatura entre rios, sacos e baías – motivo pelo qual foi o corpo d'água corretamente designado como rio. Os franceses estabeleceram-se na região em 1555 e foram expulsos pelos portugueses em 1567.[livro 1]

Período francês

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: França Antártica
Em 1º de novembro de 1555, os franceses, capitaneados por Nicolas Durand de Villegagnon, apossaram-se da baía da Guanabara, estabelecendo uma colônia na ilha de Sergipe (atual ilha de Villegagnon).[livro 1] Ali ergueram o Forte Coligny, enquanto consolidavam alianças com os Tamoios e Tupinambás. Foi também com o auxílio dos povos autóctones que os portugueses atacaram e destruíram este agrupamento em 1560.[livro 1]

Período colonial

Persistindo a presença francesa na região, os portugueses, sob o comando de Estácio de Sá, desembarcaram num istmo entre o morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, fundando, a 1 de março de 1565, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.[livro 1] Uma vez conquistado o território, em uma pequena praia protegida pelo Pão de Açúcar edificaram uma fortificação de faxina e terra, o embrião da Fortaleza de São João.[livro 1]

Vista do Rio de Janeiro defronte à igreja do mosteiro de São Bento entre 1820 e 1825, por Johann Moritz Rugendas.
A expulsão e derrota definitiva dos franceses e seus aliados indígenas, no entanto, só se deu em janeiro de 1567.[livro 1] A vitória de Estácio de Sá, subjugando elementos remanescentes franceses (os quais, aliados aos tamoios, dedicavam-se ao comércio e ameaçavam o domínio português na costa do Brasil), garantiu a posse do Rio de Janeiro, rechaçando a partir daí novas tentativas de invasões estrangeiras e expandindo, à custa de guerras, seu domínio sobre as ilhas e o continente.[livro 1] A povoação foi refundada no alto do morro do Castelo (completamente arrasado em 1922), no atual centro histórico da cidade. O novo povoado marca, de fato, o começo da expansão urbana.[livro 1]
Durante quase todo o século XVII a cidade acenou com um desenvolvimento lento.[livro 1] Uma rede de pequenas ruelas conectava entre si as igrejas, ligando-as ao Paço e ao Mercado do Peixe, à beira do cais. A partir delas, nasceram as principais ruas do atual centro.[livro 1] Com cerca de 30 mil habitantes na segunda metade do século XVII, o Rio de Janeiro tornara-se a cidade mais populosa do Brasil, passando a ter importância fundamental para o domínio colonial.[livro 1]
Essa importância tornou-se ainda maior com a exploração de jazidas de ouro em Minas Gerais, no século XVIII: a proximidade levou à consolidação da cidade como proeminente centro portuário e econômico. Em 1763, o ministro português Marquês de Pombal transferiu a sede da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.[livro 1]
A vinda da corte portuguesa, em 1808, marcaria profundamente a cidade, então convertida no centro de decisão do Império Português, debilitado com as guerras napoleônicas. Após a Abertura dos Portos, tornou-se um proeminente centro comercial. Nos primeiros decênios, foram criados diversos estabelecimentos de ensino, como a Academia Militar, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e a Academia Imperial de Belas Artes, além da Biblioteca Nacional – com o maior acervo da América Latina[13] – e o Jardim Botânico. O primeiro jornal impresso do Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro,[14] entrou em circulação nesse período. Foi a única cidade no mundo a sediar um império europeu fora da Europa.[livro 1]
Foi a capital do Brasil de 1763 a 1960, quando o governo transferiu-se para Brasília. Atualmente é a segunda maior cidade do país, depois de São Paulo. Entre 1808 e 1815, foi capital do Reino de Portugal e dos Algarves, como era oficialmente designado Portugal na época. Entre 1815 e abril de 1821, sediou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após elevação do Brasil a parte integrante do Reino Unido.[livro 1]

Período imperial


Sobrados do Largo do Boticário, no bairro do Cosme Velho, que ainda conserva muitos elementos do Período Imperial em sua arquitetura.

Panorama da cidade em 1889.
Após a independência, a cidade tornou-se a capital do Império do Brasil, enquanto a província enriquecia com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba.[livro 1] De modo a separar a província da capital do Império, a cidade foi convertida, no ano de 1834, em Município Neutro, passando a província do Rio de Janeiro a ter Niterói como capital.[livro 1]
Como centro político do país, o "Rio" concentrava a vida político-partidária do império. Foi palco principal dos movimentos abolicionista e republicano na metade final do século XIX.[livro 1] Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perde força política para São Paulo e Minas Gerais.[livro 1]

Período republicano

Com a Proclamação da República, nas últimas décadas do século XIX e início do XX, o Rio de Janeiro enfrentava graves problemas sociais advindos do crescimento rápido e desordenado. Com o declínio do trabalho escravo, a cidade passara a receber grandes contingentes de imigrantes europeus e de ex-escravos, atraídos pelas oportunidades que ali se abriam ao trabalho assalariado.[livro 1] Entre 1872 e 1890, sua população duplicou, passando de 274 mil para 522 mil habitantes.[livro 1]

Planta da zona da enseada de Botafogo na década de 1970: diversas obras já modificaram o traçado urbanístico desde então.
O aumento da pobreza agravou a crise habitacional, traço constante na vida urbana do Rio desde meados do século XIX. O epicentro dessa crise era ainda, e cada vez mais, o miolo central – a Cidade Velha e suas adjacências –, onde se multiplicavam as habitações coletivas e eclodiam as violentas epidemias de febre amarela, varíola, cólera-morbo, que conferiam à cidade fama internacional de porto sujo.[livro 1]
Muitas campanhas de erradicação, perpetradas pelos governos da época, não foram bem recebidas pela população carioca. Houve muitas revoltas populares, entre elas, a Revolta da Vacina, de 1904, que também teve como causa a tomada de medidas impopulares, como as reformas urbanas do centro, executadas pelo engenheiro Pereira Passos.[livro 1] Vários cortiços foram demolidos e, a população pobre da região central, deslocada para as encostas de morros, na zona portuária e no Caju, sobretudo os morros da Saúde e da Providência.[livro 1] Tais povoamentos cresceram de maneira desordenada, dando início ao processo de favelização (ainda não muito preocupante na época) – o que não impediu a adoção de várias outras reformas urbanas e sanitárias que modificaram a imagem da então capital da República. Data desse período a abertura do Theatro Municipal e da avenida Rio Branco, com os edifícios inspirados em elementos da Belle Époque parisiense, e a inauguração, em 1908, do Bondinho do Pão de Açúcar, um dos marcos da engenharia brasileira, em comemoração aos 100 anos da Abertura dos Portos.
A ocupação da atual zona sul efetivou-se com a abertura do Túnel Velho, que fazia a conexão entre Botafogo e Copacabana. O surgimento do Copacabana Palace, em 1923, consagrou, definitivamente, o processo de ocupação e o turismo na região, que experimentou uma explosão demográfica. O Cristo Redentor seria inaugurado em 1931, tornando-se um dos cartões-postais do Rio e do Brasil.
Após a transferência da Capital Federal para Brasília em 1960, o Rio foi transformado numa cidade-estado com o nome de Guanabara. Em 15 de março de 1975 ocorreu a fusão com o antigo estado do Rio de Janeiro e, em 23 de julho, foi promulgada a Constituição do Rio de Janeiro.[livro 1]
Em 1992, sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUCED), mais conhecida como Rio-92, ou ECO-92 – a primeira reunião internacional de peso a se realizar após o fim da Guerra Fria, com a presença de delegações de 175 países.
Foi sede dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ocasião à qual realizou investimentos em estruturas esportivas (incluindo a construção do novo Estádio João Havelange) e nas áreas de transportes, segurança pública e infra-estrutura urbana. Ainda no âmbito esportivo, a cidade vai receber a final da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Geografia

Relevo


A Pedra da Gávea, uma das maiores elevações rochosas da cidade, é o maior bloco de pedra à beira-mar do planeta,[15] com 842 metros de altitude.[15]
A cidade ocupa a margem ocidental da baía de Guanabara e algumas de suas respectivas ilhas (como Governador e Paquetá), e desenvolveu-se sobre estreitas planícies aluviais comprimidas entre montanhas e morros.[livro 2] A serra do Mar, rebordo do planalto Atlântico, ergue-se a noroeste, distando cerca de 40 quilômetros do litoral, e divisa a metrópole do interior.[livro 2]
O Rio de Janeiro está assentado sobre três grandes maciços:[livro 2] o da Pedra Branca, que atravessa a cidade no sentido leste-oeste (onde se encontra o ponto culminante do município, o pico da Pedra Branca, de 1.024 metros[16]); o de Gericinó, ao norte (com o pico do Guandu, de 900 metros); e o da Tijuca ou da Carioca, sobre o qual irrompem morros e picos, alguns cobertos por exuberante vegetação, de grande interesse turístico: o pico da Tijuca (1.022 m),[17] o Bico do Papagaio (975 m), o Andaraí (900 m), a Pedra da Gávea (842 m),[15] o Corcovado (704 m), o Dois Irmãos (533 m) e o Pão de Açúcar (395 m), que se encontra à entrada da baía.
Seu litoral tem 197 quilômetros de extensão, inclui mais de 100 ilhas que ocupam 37 km², e desdobra-se em três partes, voltadas à baía de Sepetiba, ao oceano Atlântico e à baía de Guanabara.[livro 2] O litoral da baía de Sepetiba tem como único acidente geográfico de expressão a Restinga da Marambaia, e é arenoso, baixo e pouco recortado.[livro 2] O litoral da baía de Guanabara é recortado, baixo, abarca muitas ilhas (como a do Governador, de 29 km², local do Aeroporto Internacional do Galeão) e, em suas margens, situam-se o centro comercial e os subúrbios industriais.[livro 2] O litoral Atlântico expressa alternâncias consideráveis, apresentando-se ora alto, quando em contato com as ramificações costeiras dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca, ora baixo, trecho pelo qual se estendem as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, todas integradas à paisagem urbana.[livro 2]
Diversas lagoas, como as da Tijuca, Marapendi, Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas formaram-se nas baixadas, muitas de terreno pantanoso a ainda não completamente drenado.[livro 2]

Clima


Nuvens sobre a estátua do Cristo Redentor: uma das imagens brasileiras mais conhecidas no mundo.
O clima é classificado como tropical atlântico (Aw), segundo o modelo de Köppen, e a média anual das temperaturas é de 23,1 °C.[18]
Por se tratar de uma cidade litorânea, o efeito da maritimidade é bastante perceptível, traduzindo-se em amplitudes térmicas relativamente baixas. A média anual das temperaturas médias máximas mensais é 26,1 °C, e das médias mínimas mensais, 20 °C.[18] Já as médias anuais das temperaturas máximas e mínimas absolutas aferidas em cada mês ficam, respectivamente, em 36,2 °C e 13,8 °C.[18] Julho é o mês mais frio, com médias máxima e mínima de 24 °C e 17 °C, e janeiro, o mais quente (29 °C e 23 °C).[18]
Os verões são marcados por dias quentes e úmidos, eventualmente suplantando a barreira dos 40 °C em pontos isolados, enquanto os invernos apresentam-se amenos e com regime de chuvas mais restrito, com mínimas raramente inferiores a 10 °C. De modo geral, o ano pode ser dividido em duas estações: uma, relativamente quente e chuvosa, e outra, de temperaturas amenas; desta forma, primavera e outono agregam-se às características das demais, tratando-se mais de intervalos de transição do que estações propriamente definidas. Até hoje, o recorde oficial de menor temperatura já registrada deu-se no Campo dos Afonsos (4,8 °C), em julho de 1928, e o de maior, em Bangu (43,2 °C), em janeiro de 1984.[18]
Devido à altíssima concentração de edifícios nas regiões urbanas centrais, mais afastadas do litoral, é comum o surgimento de ilhas de calor, com termômetros superando a marca dos 40 °C nos meses mais quentes do ano. Nessas áreas e em outras, é possível verificar disparidades de alguns graus centígrados com relação às zonas costeiras, em razão das brisas marítimas.
[Esconder]Tabela climática do Rio de Janeiro
Temperatura
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Média
Recorde de temperaturas altas (°C) 39 37 36 34 35 32 33 34 38 39 38 39
36,2
Temperaturas altas comuns (°C) 29 29 28 27 25 24 24 24 24 25 26 28
26,1
Temperaturas baixas comuns (°C) 23 23 22 21 19 18 17 18 18 19 20 22
20
Recorde de temperaturas baixas (°C) 16 17 18 16 13 11 11 12 10 14 15 13
13,8
Precipitação
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Total
Total mm 125 122 130 107 79 53 41 43 66 79 104 137
1086
Dias chuvosos
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Total
Total 13 11 12 10 10 7 7 7 11 13 13 14
128
Umidade relativa do ar
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Média
% (Antes do meio-dia) 82 84 87 87 87 87 86 84 84 83 82 82
84,6
% (Após o meio-dia) 70 71 74 73 70 69 68 66 72 72 72 72
70,8
Dados referentes ao período 1961-1990.
O volume pluviométrico acumulado anual é de 1.086 mm.[18] As chuvas concentram-se nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, tornando-se mais esparsas no período de junho a agosto.[18] Abril e novembro apresentam números razoáveis, ainda que menores que os dos meses de maior pluviosidade. Em cerca de um terço dos dias (128), chove.[18] Os meses de outubro, novembro e janeiro têm, em média, 13 dias nos quais se verifica a ocorrência de precipitações; dezembro, 14; fevereiro e setembro, 11; e junho, julho e agosto, 7.[18] Todavia, o maior volume é observado em dezembro (137 mm), janeiro (125 mm), fevereiro (122 mm) e março (130 mm).[18] Temporais não são incomuns no verão, os quais invariavelmente ocasionam vítimas, fatais ou não, sendo o motivo maior os deslizamentos nas encostas da cidade.
A umidade relativa do ar denota índices aceitáveis durante todo o ano. A média no período que antecede o meio-dia fica em 84,6% e, após às doze horas, 70,8%.[18] Junho, julho e agosto apresentam os menores percentuais no período vespertino: 69, 68 e 66%, respectivamente.[18]

Parques e espaços públicos

Principais parques


Vista parcial do Parque Nacional da Tijuca.

Palmeiras Imperiais da Aléia Barbosa Rodrigues, no Jardim Botânico.
Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Parque Nacional da Tijuca
De propriedade da União, o Parque Nacional da Tijuca é um monumento público natural destinado à preservação de espécies faunísticas e florísticas. Inicialmente com o nome de "Parque Nacional do Rio de Janeiro", foi criado pelo Governo Federal em 6 de julho de 1961, numa área que hoje corresponde a 3.972 hectares.[20] Abriga uma biota de grande riqueza em quase toda sua extensão, abrangendo as regiões mais elevadas e pitorescas da cidade – inclusive a floresta da Tijuca, replantada artificialmente no século XIX a mando de D. Pedro II. Entre os pontos turísticos do Parque, grutas, trilhas e cachoeiras, encontram-se marcos famosos da cidade, como a Pedra da Gávea, o Corcovado e o pico da Tijuca (ponto culminante da reserva, elevando-se 1.022 metros acima do nível do mar).[17] De relevo montanhoso, inclui áreas do maciço da Tijuca. Foi considerado "Patrimônio Ambiental e Reserva da Biosfera" pela UNESCO, em 1991.
O Jardim Botânico foi fundado em 13 de junho de 1808 pelo então Príncipe-Regente de Portugal, D. João. A empreitada tinha por objetivo aclimatar o terreno da antiga fábrica de pólvora (anteriormente ocupado pelo Engenho Rodrigo de Freitas) ao cultivo de gêneros produtores de especiarias das Índias Orientais. Atualmente, desenvolve trabalhos teóricos e empíricos em diversos setores da Botânica, além de catalogar e estudar a vegetação brasileira e suas relações com o meio, e o comportamento de espécies exóticas ou indígenas. Em área aberta à visitação pública, a instituição mantém coleções de plantas vivas destinadas a pesquisa, que englobam mais de 6.500 espécies, algumas em estufas (ou ameaçadas de extinção). O Jardim compreende ainda fragmentos inteiramente preservados de Mata Atlântica, monumentos de valor histórico, artístico e arqueológico, e um importante centro de pesquisa, que inclui a mais completa biblioteca do país especializada em Botânica, com mais de 32 mil volumes (maior banco de dados do mundo sobre a Mata Atlântica).[21] Em 1991, foi considerado pela UNESCO uma "Reserva da Biosfera", e rebatizado como "Instituto de Pesquisas Jardim Botânico" em 1998. Finalmente, em 2002, tornou-se uma autarquia.
Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Complexo da Quinta da Boa Vista
Destaca-se ainda o Complexo da Quinta da Boa Vista, parque público de grande valor histórico e cultural, no bairro de São Cristóvão. Suas dependências abrigam o Jardim Zoológico do Rio de Janeiro e o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, instalado no antigo "Paço de São Cristóvão", um magnífico palácio em estilo neoclássico, utilizado como residência da família imperial brasileira no século XIX. Atualmente, o Museu encontra-se sob administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e é um dos mais importantes do gênero na América Latina, tanto pela quantidade, quanto pela qualidade de suas coleções. O Paço abriga a exposição de um dos maiores acervos das Américas de animais empalhados, minerais, coleções de insetos, utensílios indígenas, múmias egípcias e sul-americanas, meteoritos, fósseis e achados arqueológicos. O edifício, que obedece às linhas do Rococó Barroco, é composto de três partes: a Casa do Trem (posteriormente renomeada Casa da Ordem), construída em 1762; o corpo do verdadeiro Arsenal de Guerra, datado de 1822; e o Anexo, de 1835. No Arsenal de Guerra, desde o final do século XVIII até os primeiros tempos da República, armas, munições e demais petrechos bélicos foram ali produzidos, com ênfase para a primeira fabricação de bronze no Brasil – trabalho de Mestre Valentim.
O Jardim Zoológico do Rio foi o primeiro zoológico nacional, inaugurado em 1888 por João Batista Viana Drummond (o Barão de Drummond) no bairro de Vila Isabel, em um terreno com riachos, lagos artificiais e uma extensa coleção de animais.[22] No entanto, em virtude das iminentes dificuldades financeiras, seus portões foram fechados em 1940. Em 18 de março de 1945, foi reinaugurado no Parque da Quinta da Boa Vista, onde se encontra até hoje. O zoológico carioca ocupa lugar de destaque na memória histórica do país. Certamente, uma das imagens mais marcantes é o imponente portão construído em sua entrada (oferecido como presente de casamento a D. Pedro I e à futura Imperatriz Leopoldina, por um nobre inglês), o qual pode ser visto na paisagem de algumas telas pintadas durante o Período Imperial. Em 1985, foi convertido na Fundação RIOZOO, mudança que propiciou certa agilidade administrativa e encetou um vigoroso processo de modernização, transformando-o em uma respeitada instituição de pesquisa e educação ambiental, reconhecida no Brasil e no exterior.[22]
Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Parque Estadual da Pedra Branca
Localizado na zona oeste, o Parque Estadual da Pedra Branca abriga o ponto culminante do Rio de Janeiro: o pico da Pedra Branca, de 1.024 metros.[16] Constitui o maior parque ecológico da cidade e a maior floresta urbana do mundo,[23][24] com uma área total de 12.500 hectares[23] – cerca de 10% do território municipal. É encoberto por vegetação típica da Mata Atlântica (cedros, jacarandás, jequitibás e ipês), a qual serve de abrigo a uma generosa fauna composta por jaguatiricas, preguiças-de-coleira, tamanduás-mirins, pacas, tatus e cotias. Além do variado patrimônio natural, dispõe de algumas construções de interesse cultural e turístico, como um antigo aqueduto, represas, ruínas de sedes de antigas fazendas, e o pórtico e a subsede do Pau da Fome, em Jacarepaguá – principal via acesso à região, com projeto de autoria de José Zanine Caldas. Nas cercanias do Parque, encontra-se o Museu Nise da Silveira, na Colônia Juliano Moreira.
Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Passeio Público
Em pleno centro da cidade, o Passeio Público é um parque ajardinado, projetado e parcialmente executado por Valentim da Fonseca e Silva. Foi o primeiro parque público das Américas, construído no século XVIII. Com inspiração no Passeio Público de Lisboa, e seguindo o estilo francês, surgiram as alamedas retas, que se cruzavam ortogonalmente, e outras formando diagonais, ostentando elementos decorativos também criados pelo artista, como chafarizes, estátuas e pavilhões. Em 1864, a pedido do Imperador D. Pedro II, teve o traçado dos jardins alterado pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou no sentido romântico, com aléias curvas e sinuosas, lagos e pontes. Após sucessivas intervenções ao longo do século passado, em 2004 passou por uma ampla reforma para devolver o traçado original de Glaziou. Da decoração original de Mestre Valentim restaram o conjunto do Chafariz do Menino, em ferro (1783), e a Fonte dos Amores, com estátuas de jacarés em bronze. Inclui-se entre os monumentos brasileiros tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Outros parques


Estação central da Estrada de Ferro Central do Brasil (D. Pedro II), por volta de 1870.

Pátio do casarão do Parque Henrique Lage, com a floresta e o morro ao fundo.
No centro da cidade, o Campo de Santana – hoje Praça da República – é o marco da primeira estação ferroviária urbana do Brasil, a D. Pedro II, que em 1941 foi demolida e reinaugurada como Central do Brasil – um edifício de estilo art-déco encimado por um enorme relógio de quatro faces, segundo maior do mundo na categoria.[25] Na zona norte, encontra-se o Parque Estadual do Grajaú, com 55 hectares remanescentes da Mata Atlântica e diversas espécies da fauna nativa. É reduto de praticantes de alpinismo, habituados a escalar os 444 metros da Pedra do Andaraí.
A zona oeste, por sua vez, é contemplada por um grande número de áreas verdes, como o Parque Ecológico Chico Mendes. Inaugurado em 1989, no Recreio dos Bandeirantes, oferece visitas guiadas a viveiros de animais em extinção e trilhas para caminhadas, de onde se podem avistar alagados e restingas quase intactos. Foi assim batizado em homenagem ao líder seringueiro assassinado no Acre, e é administrado pela Fundação RIOZOO.[26] Há também o Parque Municipal do Mendanha – importante reserva de Mata Atlântica no bairro de Campo Grande, rica em madeira de lei e arbustos de valor medicinal, além de variada fauna –, a Reserva Ecológica de Grumari, o Bosque da Barra – com 50 hectares de alamedas, trechos arborizados, quadras de esportes e um grande lago –, a Reserva de Marapendi, na Baixada do Jacarepaguá – de onde se pode ver de perto a lagoa de Marapendi, emoldurada por vegetação de restinga – e reservas de manguezais, como a Restinga da Marambaia e a Barra de Guaratiba.
Na zona sul, destacam-se o Parque do Flamengo, o Parque Eduardo Guinle e o Parque Henrique Lage. Oficialmente "Parque Brigadeiro Eduardo Gomes", mas popularmente conhecido por "Aterro do Flamengo", o Parque do Flamengo é um complexo de lazer construído sobre aterros sucessivos ao longo da baía de Guanabara.[27] Inaugurado em 1965, ocupa 1,2 milhão de metros quadrados,[27] estendendo-se do Aeroporto Santos-Dumont, no centro, até o início da praia de Botafogo, com a maior parte de seu território ao longo da praia do Flamengo. Entre os elementos do complexo, destacam-se o Museu de Arte Moderna, o Monumento aos Pracinhas, a Marina da Glória, o Monumento a Estácio de Sá, áreas para a prática de esportes e uma faixa de areia na praia do Flamengo.[27] No bairro de Laranjeiras, sobressai-se o Parque Eduardo Guinle, com uma extensa área verde em aclive, onde se encontra a residência oficial do governador (Palácio Laranjeiras) – antiga mansão dos Guinle. O projeto original, da década de 1920, contemplava apenas os jardins e o palacete de Eduardo Guinle, concebidos pelo paisagista francês Gérard Cochet.[28] Suas dependências também comportam o primeiro conjunto de edifícios residenciais voltados à elite carioca, jardins com a assinatura de Burle Marx, playgrounds, passeios, córregos e um lago artificial.[28] Além desses, podem-se citar o Parque Estadual da Chacrinha, que dispõe de 13,3 hectares de mata envolta pelos prédios residenciais de Copacabana, e trilhas que dão acesso ao morro de São João, o Parque da Cidade, com 470 mil metros quadrados de área verde, onde se encontra o Museu Histórico da Cidade, e o Parque Henrique Lage, situado no sopé do morro do Corcovado. Este último pertenceu ao industrial Henrique Lage. Ao redor do palácio, espraia-se um agradável jardim romântico de onde se avistam o Corcovado e o Cristo Redentor. A Escola de Artes Visuais do Parque Lage funciona nas dependências palacianas.

Poluição ambiental

Em razão da alta concentração de indústrias na região metropolitana, o Rio de Janeiro, como a maioria das grandes metrópoles brasileiras, tem enfrentado sérios problemas de poluição ambiental. A baía de Guanabara, vitimizada pela perda secular das áreas de mangue, agoniza com resíduos provenientes de esgotos domiciliares e industriais, além dos derrames de óleo e da crescente presença de metais pesados. Não obstante suas águas se renovem ao confluírem para o mar, a baía é receptora final de todos os afluentes gerados nas suas margens e nas bacias dos muitos rios e riachos que nela deságuam. Mais de 14 mil estabelecimentos industriais e quatorze terminais marítimos de carga e descarga de produtos oleosos estão entre os principais causadores da poluição. Os níveis de material particulado no ar também se encontram duas vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, em parte devido à numerosa frota de veículos em circulação. Em uma pesquisa divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, O Rio de Janeiro foi apontado como a quinta capital mais poluída do Brasil, atrás apenas de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.[29][30]

Lagoa Rodrigo de Freitas, atualmente em processo de despoluição.
As águas da baía de Sepetiba seguem lentamente o caminho traçado pela baía de Guanabara, embora com características de degradação distintas.[31] Esgotos domiciliares produzidos por uma população da ordem de 1,29 milhão habitantes degradam diretamente a qualidade sanitária das águas quando lançados sem tratamento em valões, córregos ou rios.[31] Com relação à poluição industrial, rejeitos de grande toxicidade, dotados de altas concentrações de metais pesados – principalmente zinco e cádmio –, já foram despejados ao longo dos anos por fábricas dos distritos industriais de Santa Cruz, Itaguaí e Nova Iguaçu, implantados sob orientação de políticas estaduais voltadas, sobretudo, à polarização da expansão fabril em áreas menos congestionadas.[31]
A lagoa de Marapendi e a lagoa Rodrigo de Freitas têm sofrido com a leniência das autoridades e o avanço dos condomínios no local. O despejo de esgoto por ligações clandestinas e a conseqüente proliferação de algas diminuem a oxigenação das águas, ocasionando a mortandade de peixes.[32][33] Estima-se que, a contar do início do século passado até os dias atuais, o espelho d'água da lagoa tenha perdido 40% de sua cobertura original.[32]
Algumas praias da orla carioca, na maior parte do ano, encontram-se impróprias para o banho. É comum após um grande temporal a formação de "línguas negras" nas areias das praias, originadas de detritos trazidos dos morros pelas chuvas.[34]
Há, por outro lado, sinais de despoluição na lagoa Rodrigo de Freitas, um dos principais cartões-postais do Rio de Janeiro. Uma parceria público-privada estabelecida em 2008 visa garantir que, até 2011, as águas da lagoa estejam próprias para o banho. As ações de despoluição envolvem a planificação do leito, com transferência de lodo para grandes crateras presentes na própria lagoa, e a criação de uma nova ligação direta e subterrânea com o mar, que contribuirá no sentido de aumentar a troca diária de água entre os dois ambientes.[35]

Demografia

Crescimento populacional

A população estimada para o Rio de Janeiro pelo IBGE foi de 6.186.710 habitantes na cidade e 11.812.482 na região metropolitana (2009), o que o torna a segunda maior aglomeração urbana do Brasil,[3][36] terceira da América do Sul e 24ª do mundo.[37]
As taxas de incremento médio anual da população foram de 0,8% (2000-2006) e 0,75% (1991-2000) na cidade,[38] e 1,43% (2000-2006) e 1,18% (1991-2000) na região metropolitana – o que indica, de modo geral, uma aceleração na taxa de crescimento dos demais municípios do Grande Rio, e um pequeno aumento na taxa da capital.[39]



Evolução demográfica da cidade do Rio de Janeiro

Composição étnica

Na região metropolitana, a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou as seguintes proporções no tipo físico da população: brancos, 53,6% (6.207.702); pardos, 33,6% (3.891.395); pretos, 12,3% (1.424.529); e amarelos ou indígenas, 0,5% (57.908).[40]
Dentre os fluxos migratórios mais significativos, destacam-se os de portugueses e demais povos europeus, nordestinos e afro-brasileiros.

Imigração portuguesa


Interior do Real Gabinete Português de Leitura, fundado em 1837 por um grupo de quarenta e três imigrantes portugueses, refugiados políticos, para promover a cultura entre a comunidade portuguesa na então capital do Império. É a maior biblioteca de autores portugueses fora de Portugal.[41]
Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Imigração portuguesa no Brasil
Tal fluxo migratório deflagrou-se no século XVI, e atingiu seu auge no início do século XX, constituindo uma das maiores massas de imigrantes já recebidas pelo país. Entretanto, foi apenas em 1808, com o estabelecimento da Família Real Portuguesa no Rio de Janeiro, e a relativa proximidade das jazidas mineiras (descobertas no século XVIII), que a cidade beneficiou-se da onda lusitana. Somente naquele ano, aportaram em território brasileiro 15 mil nobres e pessoas da alta-sociedade portuguesa – a grande maioria, na então capital da Colônia.
Após a Independência, os fluxos migratórios apresentaram uma redução paulatina, em razão da xenofobia criada contra os portugueses à época. Mas, com o passar dos anos e a carência de mão-de-obra ocasionada pelo fim do tráfico negreiro, voltaram a crescer. A partir de 1850, a imigração portuguesa tomou caráter quase que exclusivamente urbano e, ao contrário de alemães e italianos que vinham para trabalhar na agricultura, os portugueses rumavam a dois destinos preferenciais: as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Entre 1881 e 1991, mais de 1,5 milhão de pessoas migraram de Portugal para o Brasil. Em 1906, 133.393 portugueses viviam no Rio de Janeiro – 16% da população da época. Apesar das taxas migratórias terem-se reduzido drasticamente a partir da década de 1930 (e, com maior ênfase, após 1960), ainda hoje, a cidade é considerada a segunda mais portuguesa do mundo, depois de Lisboa.[42][43]

Migrantes de outros estados do Brasil

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Migração nordestina
É possível notar um respeitável contingente de pessoas de outros estados, sobretudo nordestinos. Paraibanos e pernambucanos fazem-se bastante presentes. No auge da industrialização, entre as décadas de 1960 e 1980, passaram a migrar para a região Sudeste em busca de melhores condições de vida e trabalho. Com a melhoria estrutural de outras regiões do país, e os problemas resultantes da superpopulação nas grandes cidades, a migração nordestina diminuiu consideravelmente. Embora Rio de Janeiro e São Paulo continuem sendo importantes pólos de atração, a migração "polinucleada" ganhou contornos mais acentuados.

Afro-brasileiros

Também existem muitos afro-brasileiros desde o período colonial – a maioria descendente de escravos trazidos de Benim, Angola e Moçambique.[42] Com importantes contribuições de seu sincretismo religioso e musical, elementos remanescentes da cultura africana encontram-se hoje emaranhados à cultura brasileira e da cidade.

Demais imigrantes

Alemães, italianos, russos, suíços, libaneses, judeus, espanhóis, franceses, argentinos, chineses e seus respectivos descendentes compõem uma parcela considerável dos povos estrangeiros radicados na cidade.[42][43] Entre 1920 e 1935, aportaram na cidade, dezenas de milhares de imigrantes judeus do Leste Europeu, sobretudo, da Ucrânia e da Polônia.[44]

Religião

População residente por religião (Censo 2000)
Religião Número de adeptos (%)
Católicos 3.556.096 60,71
Evangélicos 1.034.009 17,65
Sem religião 781.080 13,33
Espíritas 201.714 3,44
Umbandistas 72.946 1,25
Testemunhas de Jeová 36.273 0,62
Candomblecistas 29.831 0,51
Judeus 23.862 0,41
Budistas 12.741 0,22
Santos dos Últimos Dias 3.879 0,07
São diversas as doutrinas religiosas manifestas na cidade.[45] Tendo-se expandido sobre uma matriz social de predominância católica – em virtude do processo colonizador e imigratório, e da ausência de um estado laico que, à época, preconizava o catolicismo – a maioria dos cariocas ainda hoje se declara como tal. No entanto, é substancial a presença de dezenas de denominações protestantes (cerca de 18% da população residente[45]), além do Espiritismo, que apresenta uma penetração considerável, com mais de 200 mil adeptos.[45] As religiões afro-brasileiras (Umbanda e Candomblé) encontram respaldo em vários segmentos sociais, embora professadas por menos de 2% da população.[45]
Segundo o último censo do IBGE, o percentual dos que não possuem filiação religiosa alguma é expressivo – superior à média nacional, de 7,3% –, sobrestando, inclusive, ao das comunidades espírita e umbandista.[45] Testemunhas de Jeová, judeus e budistas são grupos minoritários, mas em ascensão.

Igreja Católica Romana


Vista do centro do Rio de Janeiro, com a edificação cônica da Catedral Metropolitana em destaque.
A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Sé Metropolitana da respectiva Província Eclesiástica, pertence ao Conselho Episcopal Regional Leste I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) (instalada no Rio até 1977). Fundada em 1676, abrange um território de 1.721 km², organizado em 252 paróquias.[46]
A Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, ou Catedral Metropolitana, foi inaugurada em 1979, na região central da cidade. Suas instalações guarnecem um acervo de grande valor histórico e religioso: o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e o Arquivo Arquidiocesano. Lá também estão sediados o Banco da Providência e a Cáritas Arquidiocesana.[47] Em estilo contemporâneo, apresenta formato cônico, com 96 metros de diâmetro interno e capacidade para receber até 20 mil fiéis. O esplendor da edificação, de linhas retas e sóbrias, deve-se aos cambiantes vitrais talhados nas paredes até à cúpula. Seu projeto e execução foram coordenados pelo Monsenhor Ivo Antônio Calliari (1918-2005).[47]
São Sebastião é reconhecido como o padroeiro da cidade, razão pela qual esta recebeu o nome canônico de "São Sebastião do Rio de Janeiro".

Igrejas protestantes e evangélicas

Na cidade coexistem vários credos protestantes ou reformados, exemplificados pelas Igrejas Evangélicas Batista, Presbiteriana, Metodista, Congregacional, Adventista do Sétimo Dia e Luterana, e pelas de origem pentecostal: Universal do Reino de Deus, Assembléia de Deus, Congregacional Cristã do Brasil, Evangelho Quadrangular, Casa da Bênção, Deus é Amor, Cristã Maranata e Nova Vida.[45] Nas últimas décadas, cominou-se um avanço suplementar dessas igrejas, essencialmente nas regiões periféricas e no centro.

Criminalidade

Desde meados dos anos 1990, em decorrência da violência urbana, o Rio vem conquistando espaço na imprensa nacional e (nos últimos anos) internacional. A cidade apresenta índices elevados de criminalidade, em especial, o homicídio.[48] Até o ano de 2007, na região metropolitana contabilizavam-se quase 80 mortos por semana – a maioria vítimas de assaltos, balas perdidas e do narcotráfico.[49][50] Entre 1978 e 2000, 49.900 pessoas foram mortas no Rio, mais do que em toda a Colômbia no mesmo período.[51][52]

Policiais do BOPE atuando em uma favela carioca.
A polícia do Rio de Janeiro também é demasiadamente violenta; em 2006 executou 1.063 pessoas no estado, sendo 1.195 apenas em 2003. Até abril de 2007, a média era de 3,7 por dia. A título de comparação, a polícia dos Estados Unidos matou apenas 347 pessoas em todo o território estadunidense ao longo de 2006.[53][54] Os policiais recebem em média R$ 874 por mês, ou o equivalente R$ 10.488 em um ano.[55] Baixos salários e equipamentos insuficientes fazem com que a polícia carioca consiga resolver apenas 3% de todos os assassinatos ocorridos na cidade.[56]
Entretanto, pesquisas recentes demonstram que a violência vem caindo na cidade, sobretudo nos últimos anos. O "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008", estudo realizado conjuntamente pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (RITLA) e pelo Instituto Sangari, com o aval dos Ministérios da Saúde e da Justiça, divulgado em janeiro deste ano, revela que no Rio de Janeiro a taxa geral de homicídios por 100 mil habitantes retrocedeu 40% entre 2002 e 2006, levando-o da 4ª para a 14ª posição no ranking das capitais mais violentas do país.[57] Em 2002, a capital fluminense registrava 62,8 casos de homicídio para cada 100 mil pessoas. Em 2006, após quedas anuais sucessivas, esta taxa chegou a 37,7 – abaixo da aferida para cidades menores como Recife (90,9), Vitória (88,6), Curitiba (49,3), Belo Horizonte (49,2), Salvador (41,8) e Florianópolis (40,7).[57] No entanto, apesar da salutar redução dos índices de criminalidade, o Rio ainda ocupa o segundo lugar com relação ao total de homicídios ocorridos em 2006, atrás apenas de São Paulo.[57] Um relatório anterior, divulgado em outubro de 2007, também com a chancela dos Ministérios da Saúde e da Justiça,[58] apontava uma redução inferior (17,5%) nos índices de homicídio entre 2003 e 2006, período no qual a capital respectivamente teria oscilado da 3ª a 5ª colocação entre as mais violentas do Brasil.
Segundo o Mapa da Violência de 2008, a taxa de óbitos por armas de fogo também apresentou retração considerável (da ordem de 30%) no período analisado.[57] Em 2002, foram computadas 52,7 mortes para cada grupo de 100 mil, ao passo que em 2006, o número caiu para 37,1.[57] Em decorrência, o Rio deixou de ostentar a terceira colocação na lista das capitais com maior número de mortes desta categoria, caindo para o 8º lugar.[57]



Taxas de homicídios e de mortes por armas de fogo por 100 mil habitantes na cidade do Rio de Janeiro

Fonte: RITLA, Instituto Sangari, Ministério da Saúde e Ministério da Justiça. Publicado em 29 de janeiro de 2008.
Levando-se em consideração, para as todas as capitais, somente a média das taxas entre 2002 e 2006, a cidade fica na 9ª posição (44,8) quanto aos homicídios da população em geral, e na 7ª (42) com relação aos óbitos por armas de fogo.[57] Dentro do universo dos 5.564 municípios pesquisados, operou-se uma queda do 124º (2002) para o 445º lugar (2006) quanto à taxa de homicídios, e do 105º (2002) para o 243º (2006) no índice de mortes por armas de fogo.[57]
Porém, em um relatório recente sobre o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgado em 2009, o Rio de Janeiro ocupou a 21ª posição entre 267 municípios com mais de cem mil habitantes, registrando um índice duas vezes superior à média dos municípios pesquisados.[59] O tráfico de drogas e a violência policial estão entre os fatores preponderantes à concentração dos homicídios nessa faixa etária.[59]

Contrastes sócio-econômicos


Favela da Rocinha, uma das maiores da cidade.
O Rio de Janeiro é uma cidade de fortes contrastes econômicos e sociais, apresentando grandes disparidades entre ricos e pobres. Enquanto muitos bairros ostentam um Índice de Desenvolvimento Humano correspondente ao de países nórdicos (Gávea: 0.970; Leblon: 0.967; Jardim Guanabara: 0.963; Ipanema: 0.962; Barra da Tijuca: 0.959), em outros, observam-se níveis bem inferiores à média municipal, como é o caso do Complexo do Alemão (0.711) ou da Rocinha (0.732).[60]
Embora classificada como uma das principais metrópoles do mundo, uma porção significativa dos 6,1 milhões de habitantes da cidade vive em condições de pobreza. A maioria de seus numerosos subúrbios é composta por favelas, aglomerados urbanos normalmente construídos sobre morros, onde as condições de moradia, saúde, educação e segurança são extremamente precárias.
Um aspecto original das favelas do Rio é a proximidade aos distritos mais valorizados da cidade, simbolizando a forte desigualdade social, característica do Brasil. Alguns bairros de luxo, como São Conrado, onde se localiza a favela da Rocinha, encontram-se "espremidos" entre a praia e os morros. Nas favelas, ensino público e sistema de saúde deficitários ou inexistentes, aliados à saturação do sistema prisional, contribuem com a intensificação da injustiça social e da pobreza.

Política


Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia, onde está instalada a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro, o Poder Executivo é representado pelo prefeito e gabinete de secretários, em conformidade ao modelo proposto pela Constituição Federal. A Lei Orgânica do Município e o atual Plano Diretor, porém, preceituam que a administração pública deve conferir à população ferramentas efetivas ao exercício da democracia participativa. Deste modo, a cidade é dividida em subprefeituras, cada uma delas dirigida por um submandatário nomeado diretamente pelo prefeito.

Entrada principal do Palácio Tiradentes, antiga sede do Congresso Nacional, atualmente ocupado pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ).
O Poder Legislativo é constituído à câmara municipal, composta por 50 vereadores[61] eleitos para mandatos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição, que disciplina um número mínimo de 42 e máximo de 55 para municípios com mais de cinco milhões de habitantes).[62] Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Conquanto seja o poder de veto assegurado ao prefeito, o processo de votação das leis que se lhe opõem costuma gerar conflitos entre Executivo e Legislativo.
Conselhos municipais há, entretanto, que atuam em complementação ao processo legislativo e ao trabalho engendrado nas secretarias. Obrigatoriamente formados por representantes de vários setores da sociedade civil organizada, acenam em frentes distintas – embora sua representatividade efetiva seja por vezes questionada. Encontram-se atualmente em atividade: Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (CMPC), de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMAM), de Saúde (CMS), dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), de Educação (CME), de Assistência Social (CMAS) e Antidrogas.
Por ser a capital do estado, a cidade também é sede do Palácio Laranjeiras (Poder Executivo) e da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), localizada no Palácio Tiradentesedifício que já foi ocupado pelo Congresso Nacional, entre 1926 e 1960.

Cidades-irmãs

O Rio de Janeiro possui as seguintes cidades-irmãs:

São também consideradas cidades parceiras:

Empresas públicas ou de economia mista

Pertencem à prefeitura – ou, é esta sócia (majoritária ou não) em seus capitais sociais – diversas empresas responsáveis por serviços públicos ou aspectos econômicos do município:

Interior do Palácio do Catete, que hoje abriga as instalações do Museu da República e já sediou o Governo Federal de 1897 a 1960.

Autarquias municipais

  • Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP): vinculado à Secretaria Municipal de Urbanismo, encarrega-se das atividades correlatas ao planejamento urbano, à produção de informações geográficas, cartográficas e estatísticas e ao desenvolvimento de projetos estratégicos que subsidiam estudos sócio-econômicos e políticas setoriais.[106] Tem sua origem na Fundação RioPlan, da qual se desmembrou em 1998. Criada em 1979 e convertida posteriormente em Empresa Municipal de Informática e Planejamento, a IplanRio conduzia projetos urbanísticos e a produção de estatísticas gerenciais, além de ser responsável pela base cartográfica do Rio de Janeiro.[106]
  • Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro: autarquia voltada ao gerenciamento do Regime Próprio de Previdência do Município – Fundo Especial de Previdência do Município do Rio de Janeiro (FUNPREVI) – e à concessão de benefícios assistenciais e prestação de serviços a seus segurados.[107]

Subdivisões




O município do Rio de Janeiro é dividido em 160 bairros, agrupados em 34 regiões administrativas. A cidade conta com 19 subprefeituras.

Zona Oeste Região central Zona Sul Zona Norte




Economia

Composição do PIB

Composição do PIB da cidade do Rio de Janeiro
Serviços


65,52%
Impostos


23,38%
Indústria


11,06%

Centro Empresarial Mourisco, no bairro de Botafogo, onde estão instalados os escritórios das seguintes empresas: Banco Pactual, Banco Modal, Previ, Vivo, IBM, PSA Peugeot Citroën e Tower Perrin (multinacional especializada na gestão de recursos humanos).
O Rio de Janeiro é a cidade com o segundo maior PIB[9] no Brasil, superada apenas por São Paulo. Detém também o 30º maior PIB[10] do planeta, o qual, segundo dados do IBGE, foi de cerca de R$ 139.559.354.000 em 2007[5] – equivalente a 5,4% do total nacional.[9]
O setor de serviços abarca a maior parcela do PIB (65,52%), seguido pela arrecadação de impostos (23,38%), pela atividade industrial (11,06%) e pelo agronegócio (0,04%).[108]
Evolução do Produto Interno Bruto (PIB)
Ano PIB (R$ 1.000) PIB per capita (R$)
2003 95.751.484 15.935
2004 112.674.641 18.620
2005 117.771.722 19.325
2006 127.956.075 20.851
2007 139.559.354 22.903
Beneficiando-se da posição de capital federal ocupada por um longo período (1763-1960), a cidade transformou-se em um dinâmico centro administrativo, financeiro, comercial e cultural. A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, tal como considerada pelo IBGE,[36] ostenta um PIB de R$ 187.374.116.000, constituindo o segundo maior pólo de riqueza nacional.[109] Concentra 68% da força econômica do estado e 7,91% de todos os bens e serviços produzidos no país.[109] Levando-se em consideração a rede de influência urbana exercida pela metrópole (e que abrange 11,3% da população brasileira), esta participação no PIB sobe para 14,4%, segundo o estudo divulgado em outubro de 2008 pelo IBGE.[110] Há muitos anos congrega o segundo maior pólo industrial do Brasil, contando com refinarias de petróleo, indústrias naval, siderúrgicas, metalúrgicas, petroquímicas, gás-químicas, têxteis, gráficas, editoriais, farmacêuticas, de bebidas, cimenteiras e moveleiras. No entanto, as últimas décadas atestaram uma nítida transformação em seu perfil econômico, que vem adquirindo, cada vez mais, matizes de um grande pólo nacional de serviços e negócios.
A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), que atualmente negocia apenas títulos públicos, foi a primeira bolsa fundada no Brasil, em 1845, e localiza-se na região central.[111]

Setores em destaque

No Rio estão sediadas as duas maiores empresas brasileiras – a Petrobras e a Vale –, o maior grupo de mídia e comunicações da América Latina – as Organizações Globo[11] –, e grandes empresas do setor de telecomunicações, como: Oi, TIM, Embratel, Intelig, Net (maior empresa multisserviços via cabo da América Latina[112]) e Star One (maior empresa latino-americana de gerenciamento de satélites).
No setor de petróleo, verifica-se um arranjo consentâneo de mais de 700 empresas, dentre as quais as maiores do Brasil (Shell, Esso, Ipiranga, Chevron Texaco, El Paso, Repsol YPF). A maioria mantém centros de pesquisa espalhados por todo o estado e, juntas, produzem mais de 4/5 do petróleo e dos combustíveis distribuídos nos postos de serviço do território nacional.[8] A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) (maior siderúrgica da América Latina) e a filial brasileira da BHP Billiton exercem papel de destaque no setor de mineração.
O Rio de Janeiro herdou de seu passado uma forte vocação cultural. Atualmente, aglutina os principais Centros de Produção da TV Brasileira: o Projac da Rede Globo de Televisão, o RecNov da Rede Record e o Pólo de Cinema de Jacarepaguá – responsáveis pela geração de cerca de 10 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. Em 2006, 65% da produção do cinema nacional foi realizada exclusivamente por estúdios cariocas, captando R$ 91 milhões em recursos federais através de leis de incentivo fiscal.[8]
Coca-Cola Brasil, Michelin, PSA Peugeot Citroën, Xerox do Brasil, GE Oil & Gás, Light, Chemtech, Transpetro, Souza Cruz (British American Tobacco), Previ, Grupo SulAmérica, Grupo Queiroz Galvão, Ponto Frio e Lojas Americanas compõem a lista das grandes companhias sediadas na cidade. Segundo dados da Associação Comercial do Rio de Janeiro, dos cerca de 250 laboratórios existentes no país, 80 operam no estado do Rio, sendo a maior parte na capital.[113] Ênfase para Schering-Plough, GlaxoSmithKline, Sanofi-Aventis, Roche e Merck.
A cidade reúne os principais grupos nacionais e internacionais do setor naval e os maiores estaleiros do país e do estado – o qual detém cerca de 90% da produção de navios e de equipamentos offshore no Brasil.[8][114]
O turismo confere mais do que um mero adendo à economia local, uma vez que muitos turistas são atraídos por uma miríade de ícones culturais e paisagísticos – o que leva à criação de diversos postos de trabalho, robustecendo os setores comercial e de hotelaria. De acordo com um levantamento recente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) para 2008, existem 30 estabelecimentos da categoria (segundo lugar no ranking), ou 8,2% do total nacional).[115]

Centro financeiro do Rio de Janeiro, observado da baía de Guanabara.
Uma parcela significativa do parque gráfico-editorial brasileiro faz-se presente. Quanto à indústria fonográfica, figuram gigantes como EMI, Universal Music, Sony BMG, Warner Music e Som Livre.
Muitas empresas estatais, fundações públicas e autarquias federais possuem suas sedes estabelecidas na cidade, com destaque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Eletrobrás (maior companhia do setor de energia elétrica da América Latina), a Casa da Moeda do Brasil, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA-Rio), o Inmetro, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Escritório-Central da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Confederação Nacional do Comércio (CNC; também sediada em Brasília), a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Estrutura urbana

Projetos de infra-estrutura

Em 2008 foram iniciadas as obras de urbanização de favelas e saneamento na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e em três municípios do interior do estado, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A intervenção urbanística perpetrada pelos governos conta com orçamento geral de R$ 3,8 bilhões (R$ 3,23 bilhões do Governo Federal, sendo R$ 2,15 bilhões do Orçamento Geral da União e R$ 1,08 bilhão de financiamentos, contrapartida de R$ 404,9 milhões do Governo Estadual e R$ 238,3 milhões provenientes dos 15 municípios contemplados),[116] e visa mitigar os problemas de ordem social e econômica que afligem as regiões mais pobres há décadas, integrando-as ao tecido urbano da metrópole, com a implantação de redes de esgotamento sanitário, creches, centros comunitários, equipamentos urbanos, melhorias nas habitações e no sistema viário de acesso às favelas.[116]
Em saneamento, entre as ações previstas estão as obras de despoluição da baías de Guanabara e Sepetiba, a revitalização do rio Paraíba do Sul, o sistema de abastecimento na Baixada Fluminense e região Leste e a melhoria na drenagem dos rios Sarapuí e Iguaçu.[116]
A redução da poluição na baía de Guanabara também está
 na lista de prioridades do PAC. Na foto, a cidade vista a partir da 
baía.
A redução da poluição na baía de Guanabara também está na lista de prioridades do PAC. Na foto, a cidade vista a partir da baía.
Para o Rio de Janeiro estão no cronograma obras de urbanização nos complexos do Alemão e de Manguinhos, Rocinha, Cantagalo, Pavão e Pavãozinho – localidades que mais carecem de infra-estrutura, e são freqüentemente palco de confrontos armados entre policiais e traficantes. No Conjunto do Alemão será erguido um grande teleférico, espelhado na experiência colombiana de Medellín. O engenho conectará a região à estação ferroviária de Bonsucesso.[117] Novas ruas e unidades habitacionais e um parque de 300 hectares terão a primazia no local. No caso de Manguinhos, está prevista a criação do "Parque Metropolitano", com a elevação da linha férrea. A linha, que atua como fator limitante à comunidade, passará por um processo de modernização, com a construção de um terminal intermodal e a instalação de vários quiosques de serviços públicos, a construção de uma escola de ensino médio e uma área esportiva com três quadras e três campos de futebol.[117] O projeto da Rocinha, escolhido em concurso nacional, trará a inclusão de uma passarela projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer sobre a Auto Estrada Lagoa-Barra. A estrutura assemelha-se ao arco da Praça da Apoteose, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, e unir-se-á a um centro esportivo e aos novos conjuntos habitacionais que serão construídos na parte baixa da favela.[117]
Até janeiro de 2009, apenas 30% das obras com término previsto para março nas comunidades de Manguinhos e no conjunto de favelas do Alemão – que incluíam a entrega de unidades habitacionais, centros esportivos, equipamentos urbanos e pavimentação –, haviam sido concluídas.[118] Após paralisações, atrasos decorrentes da guerra do tráfico e contratempos ocasionados pela falta de qualificação profissional de uma parcela dos contratados,[119] foram inauguradas diversas obras nas respectivas comunidades em maio de 2009.[120]
No passado, a cidade já foi alvo de propostas de intervenção pouco exitosas, como o "Favela-Bairro", que, apesar da dotação orçamentária mais restrita, não alcançou parte de suas metas – embora haja controvérsias acerca da efetividade e dos resultados obtidos com o programa, o primeiro de urbanização em grande escala já implantado.[121]

Educação e ciência

Com 1.718 estabelecimentos de ensino fundamental, 1.492 unidades pré-escolares, 566 escolas de nível médio e 66 instituições de nível superior, a rede de ensino carioca é a segunda mais extensa do país.[108] Ao total, são 1.414.048 matrículas e 73.508 docentes registrados.[108]


Educação no Rio de Janeiro em números
Nível Matrículas Estudantes da rede pública (%) Docentes Escolas (total) Unidades de ensino da rede pública (%) Ano de referência
Ensino pré-escolar 126.100 72,91 7.314 1.492 49,40 2007
Ensino fundamental 754.390 81,48 31.783 1.718 62,98 2007
Ensino médio 248.179 85,50 13.452 566 51,94 2007
Ensino superior 285.379 18,38 20.959 66 9,09 2005

Indicadores

O fator "educação" do IDH no município atingiu em 2000 a marca de 0,933 – patamar consideravelmente elevado, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)[4] – ao passo que a taxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi de 4,4% (superior apenas às das capitais da região Sul).[122]
Tomando-se por base o relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2007, o Rio obteve a terceira melhor colocação dentre as capitais brasileiras.[123] Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2005, três escolas cariocas ocuparam os primeiros lugares: o Colégio de São Bento, o Colégio Santo Agostinho e o Colégio PH.[124] A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz, foi a instituição pública de nível médio a alçar a maior nota no quadro nacional, conquistando a quinta posição.[124] Em 2007, oito escolas da cidade figuraram entre as 20 melhores do ranking, sendo os colégios São Bento e Santo Agostinho os respectivos primeiro e segundo colocados.[125] Em 2008, sete escolas apareceram na lista.[126] Contudo – e em consonância aos grandes contrastes verificados na metrópole –, em regiões periféricas e empobrecidas, o aparato educacional público de nível médio e fundamental é ainda deficitário, dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses locais, a violência costuma impor barreiras ao aproveitamento escolar, constituindo-se numa das causas preponderantes à evasão.
Na capital fluminense também se encontra a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), fundada em 1937 com apoio do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO) da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ensino superior

Contemplado por expressivo número de renomadas instituições de ensino e centros de excelência, o Rio de Janeiro é o segundo maior pólo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 17% da produção científica nacional – segundo dados de 2005.[12] No cenário atual, destacam-se importantes universidades públicas e privadas, muitas delas consideradas centros de referência em determinadas áreas.

O "Palácio Universitário", edificação em estilo neoclássico do século XIX, sedia o campus Praia Vermelha da UFRJ.

Bondinho do Pão de Açúcar subindo o morro da Urca, com a praia Vermelha, a praça Gen. Tibúricio e o Instituto Militar de Engenharia (IME) ao fundo.

Principais institutos de pesquisa e normalização


Construído em estilo neo-mourisco, o Palácio de Manguinhos, situado no bairro de mesmo nome, abriga a sede da Fundação Oswaldo Cruz.

Sede do Centro de Documentação e Disseminação de Informações (CDDI) do IBGE, no Maracanã.

Transportes

Porto


Transatlântico no porto da cidade.
É um dos mais movimentados do país quanto ao valor das mercadorias e à tonelagem. Minério de ferro, manganês, carvão, trigo, gás e petróleo são os principais produtos escoados.
Administrado pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), conta com 6.740 metros de cais contínuo e um píer de 883 metros de perímetro, que compõem os seguintes trechos: Cais Mauá (35.000 m² de pátios descobertos), Cais da Gamboa (60.000 m² de área coberta em 18 armazéns e pátios com áreas descobertas de aproximadamente 16.000 m²), Cais de São Cristóvão (12.100 m² em dois armazéns cobertos e uma área de pátios com 23.000 m²), Cais do Caju e Terminal de Manguinhos.[141] Existem ainda dez armazéns externos, totalizando 65.367 m², e oito pátios cobertos (11.027 m²), com capacidade de estocagem para 13.100 toneladas, além de outros terminais de uso privativo na ilha do Governador (exclusivo de Shell e Esso), na baía de Guanabara (Refinaria de Manguinhos) e nas ilhas d’Água e Redonda (Petrobras).[141]

Aeroportos

A cidade conta com três aeroportos comerciais:

Vista aérea da localização do Aeroporto Santos Dumont. Ao fundo, a Ponte Rio-Niterói, e, à frente, o Pão de Açúcar.
Além destes, há os aeroportos militares: a Base Aérea do Galeão, em espaço contíguo ao aeroporto internacional, a Base Aérea dos Afonsos (conhecida como Campo dos Afonsos) e a Base Aérea de Santa Cruz, importante centro de defesa da Aeronáutica e maior complexo de combate da Força Aérea Brasileira.[146]
Também existe no Rio um aeroporto reservado à operação de ultraleves, o Clube Ceu (Clube Esportivo de Ultraleves),[147] situado ao sul do Autódromo Internacional Nelson Piquet. Trata-se de um dos mais bem aparelhados clubes dentre as agremiações esportivas do mundo todo, considerado pelas autoridades aeronáuticas brasileiras um padrão na aviação esportiva.[148]

Heliportos

Existem vários heliportos e helipontos. Além da possibilidade de pousar nos aeroportos, também se pode contar com o heliporto da Lagoa.

Metrô

Crystal Clear app xmag.pngVer artigo principal: Metrô do Rio de Janeiro

Uma das estações do Metrô do Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro é servido por uma rede metroviária que integra bairros e municípios distantes, conectando desde o bairro da Pavuna, na zona norte, até Ipanema. Estes são então integrados por ônibus especiais, que passam por, Leblon, Botafogo, Humaitá, Jardim Botânico, Gávea, São Conrado e vão até a Barra da Tijuca. Também há integrações específicas da Pavuna para cidades da Baixada Fluminense como Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis e Nova Iguaçu. Futuramente também serão implantadas conexões para Belford Roxo. Ao longo da rede metroviária há outras pequenas integrações. Recentemente, foi aberta a terceira estação de Copacabana, Cantagalo. Em 2008/2009, segundo o cronograma, entrará em funcionamento a estação General Osório, no bairro de Ipanema.
Possui 42 quilômetros de extensão distribuídos em duas linhas e 38 estações e é a segunda mais extensa rede metroviária do Brasil.[149][150] Diariamente, o Metrô do Rio de Janeiro transporta 550 mil passageiros.[151]

Ônibus


Ônibus na avenida Presidente Antônio Carlos, centro do Rio.
Este é o transporte público mais utilizado no Rio de Janeiro. A qualidade do transporte coletivo de passageiros é reflexo de um trabalho de planejamento estratégico pouco azeitado. Tal como a maioria das grandes metrópoles brasileiras – a despeito de algumas exceções que lograram certo êxito no planejamento do transporte rodoviário urbano (como Curitiba, por exemplo) –, a cidade carece de transporte em massa sobre trilhos, o que também corrobora, não raro, com o aumento do consumo de combustíveis fósseis e, sobretudo, com os congestionamentos nas principais artérias da cidade, além de muitas vias auxiliares.
Contando com um sistema de ônibus insuficiente às suas dimensões de metrópole, e que sofre com carência de integração, sobreposição de linhas, concorrência direta e indireta com os transportes de massa, regulamentação e fiscalização ainda deficitárias e excesso de poder dos operadores, a cidade necessita, atualmente, de uma eficiente reestrututação e ampliação em seu sistema de transporte coletivo.
Nos últimos dez anos, houve perda de usuários para demais meios, especialmente o transporte alternativo. Ainda assim, são cerca de quatro milhões de usuários/dia apenas nas linhas municipais, cujo número orbita em torno de 440, e 50 empresas atuantes no setor.[152]
Na cidade, as empresas de ônibus encontram-se interligadas ao metrô, visando transportar os passageiros que desembarcam nas linhas finais deste, mas ainda necessitam de um ônibus para chegar ao seu destino. Tais passageiros podem utilizar o chamado "bilhete integração", através do qual pagam pelo metrô e ainda têm direito ao ônibus de integração.
A frota do Rio de Janeiro é a segunda maior do país, composta por 1.396.083 automóveis, 123.612 motocicletas, 17.216 motonetas, 51.884 caminhonetes, 12.515 ônibus, 11.943 micro-ônibus e 27.190 caminhões (IBGE/2007).[108]

Trens urbanos

Além do metrô, o Rio de Janeiro conta com um sistema de trens urbanos. Sob direção da concessionária Supervia, constitui, juntamente com os ônibus, um amplo conjunto de transporte popular. Os veículos partem da Estação Ferroviária Central do Brasil em direção aos subúrbios, à zona oeste e à Baixada, cruzando bairros como Méier, Penha, Bangu e Madureira, e as cidades de Nova Iguaçu e Duque de Caxias.
Existem três linhas férreas principais, as quais possuem ramificações denominadas linhas auxiliares.

Ciclovias

O Rio de Janeiro detém 140 km de ciclovias, a maior metragem do país e a segunda maior da América Latina, perdendo apenas para Bogotá, com 250 km. Segundo estimativas do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), cerca de 320 mil pessoas utilizam bicicletas na cidade.[153]
A malha está espalhada por toda a orla, do Leme à praia do Pontal, na Lagoa, no centro, e em outras áreas das zonas Sul e Oeste.

Cultura


Vista aérea da Biblioteca Nacional, que conta com o maior acervo da América Latina.[13]
O Rio de Janeiro herdou de seu passado uma forte vocação cultural. No final do século XIX, foram ali realizadas as primeiras sessões de cinema tupiniquins[livro 3][154] e, desde então, descortinaram-se vários ciclos de produção, os quais acabaram por inserir a produção cinematográfica carioca na vanguarda experimental e na liderança do cinema nacional. Atualmente, o Rio aglutina os principais centros de produção da TV brasileira: o Projac da Rede Globo, o RecNov da Rede Record e o Pólo de Cinema de Jacarepaguá, os quais são responsáveis pela geração de cerca de 10 mil empregos diretos e 30 mil indiretos.[8] Em 2006, 65% da produção do cinema nacional foi realizada exclusivamente por produtoras sediadas na cidade[8] (que abriga muitas das empresas existentes no ramo, inclusive centrais de dublagem, como a Delart, maior empresa de tradução e dublagem do país), captando R$ 91 milhões em recursos federais através da Lei Rouanet, Lei de Produção Audiovisual e Artigo 39 da MP 2228-1.[8] A Agência Nacional do Cinema (ANCINE), organismo regulador do governo federal instituído com objetivo de fomentar e fiscalizar as indústrias cinematográfica e videofonográfica, tem seu escritório-central na cidade.
A cidade foi, e ainda é, palco de muitas das principais manifestações culturais ocorridas ao longo da história do Brasil. Desde a primeira metade do século XIX, estabeleceu-se como o principal centro difusor das tendências musicais pelo país. Data dessa época a fundação do extinto "Conservatório Nacional", em 1848.[livro 3] A partir da década de 1920, surgiram as primeiras escolas de samba, e, com a popularização do rádio, os artistas consolidaram suas carreiras.[livro 3] O samba urbano e as marchinhas, que incorporaram, com graça e verve, elementos do cotidiano carioca, floresceram e perpetuaram-se através de compositores como Noel Rosa e Ary Barroso.[livro 3] O samba de morro alçou vôos maiores nas composições de Cartola e Ataulfo Alves.[livro 3] Há de se notar, além, a influência de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira na popularização do baião e do xaxado, e Dorival Caymmi, em cuja obra elementos do folclore baiano coadunavam-se à cultura brasileira em geral.[livro 3] Todavia, foi no final dos anos 50, quando irrompeu o movimento da bossa nova, que a música brasileira projetou-se, definitivamente, no exterior, tornando-se conhecida em diversas partes do mundo.[livro 3] À época, na condição de centro político e cultural do Brasil, circulavam pela cidade músicos como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Ronaldo Bôscoli, Nara Leão, Roberto Menescal, Maysa, Luís Bonfá, entre outros.[livro 3]

Vista da região da Cinelândia.
Na literatura, cuja expressividade remonta, efetivamente, aos primeiros decênios do século XVIII, quando da instalação das "academias" e "associações" com finalidades eruditas, a cidade – como centro colonial mais expressivo – testemunhou, desde então, a gênese e consolidação de diversas escolas e movimentos.[livro 3] Escritores como Machado de Assis, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Cecília Meireles, Graciliano Ramos, Nélida Piñon – entre outros – conduziram parte significativa de suas carreiras no Rio de Janeiro. A Academia Brasileira de Letras (ABL), fundada em 1896, segundo o modelo da Academia Francesa,[livro 3] teve, em sua concepção, a atuação de Medeiros e Albuquerque, Lúcio de Mendonça e Machado de Assis.[livro 3]
Contemplada por diversos museus, teatros e casas de espetáculos, e passagem obrigatória das grandes mostras internacionais de artes ou cinema, a capital fluminense é o destino mais procurado pelos turistas estrangeiros que visitam o Brasil a lazer, e o segundo colocado no ranking de negócios e eventos, segundo a Embratur.[8][155]

Carnaval do Rio de Janeiro, considerado uma das maiores festas do planeta.
Entre os maiores eventos do calendário carioca, destacam-se o Carnaval, o Festival Internacional de Cinema, a Mostra do Filme Livre, a Bienal do Livro, o Fashion Rio, o Anima Mundi e a festa do réveillon em Copacabana. Quanto aos pontos de referência do turismo cultural, podem-se elencar, entre tantos, o Museu Histórico Nacional, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (mais antiga instituição científica do Brasil e o maior museu de história natural e antropológica da América Latina[156]), o Museu Nacional de Belas Artes, a Biblioteca Nacional (sétima biblioteca nacional do mundo, com o maior acervo da América Latina[13]), o Museu de Arte Moderna (MAM), o Real Gabinete Português de Leitura, o Palácio do Catete, o Riocentro, o Canecão e o Theatro Municipal (considerado uma das principais casas de espetáculos da América do Sul).[157]
Atualmente, o Festival do Rio, importante mostra internacional de cinema do país, consolidou-se como a principal plataforma de lançamento de filmes brasileiros e o maior evento cinematográfico da América Latina.[158]

Esportes

Os eventos esportivos mais conhecidos do Rio de Janeiro são a etapa brasileira de MotoGP e as finais mundiais de vôlei de praia. Jacarepaguá era o local onde se realizava a etapa brasileira do Grande Prêmio de Fórmula 1, entre os anos de 1978 e 1990, e Champ Car (1996-1999). Os circuitos WCT e WQS de Surf foram disputados em praias cariocas entre 1985 e 2001.
Recentemente, a cidade construiu um novo e moderno estádio no bairro do Engenho de Dentro, com capacidade para mais de 46 mil pessoas. Foi batizado de Estádio Olímpico João Havelange, em homenagem ao brasileiro que presidiu durante muitos anos a FIFA, e ainda hoje é considerado seu presidente de honra.
A prática de esportes é um passatempo muito comum no Rio de Janeiro, sendo o futebol o mais popular deles. O Rio abriga cinco clubes brasileiros bastante tradicionais: América, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. A sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) localiza-se em um edifício da Barra da Tijuca, zona oeste.

Morro do Pão de Açúcar, com vista parcial dos cabos do teleférico. A elevação é um dos pontos mais procurados para a prática do alpinismo.
Dentre as modalidades esportivas mais praticadas estão o futebol de areia, o vôlei de praia, o surfe, o kitesurf, o vôo livre, o jiu-jitsu e o remo. A capoeira, mistura de dança, esporte e arte marcial, também aparece com alguma freqüência. Outro esporte altamente popular nas areias do Rio é o "frescobol", espécie de tênis de praia.
No Rio de Janeiro é recorrente a prática do alpinismo (ou escalada), havendo centenas de rotas espalhadas pela cidade. O ponto mais famoso é o do Pão de Açúcar, no qual os esportistas arrostam desafios em vários graus de dificuldade, desde o nível 3 até o 9, acima de 280 metros.
O vôo livre começou a ser exercitado no início da década de 1970, e adequou-se rapidamente ao gosto de inúmeros praticantes e às características da cidade, em razão de suas peculiaridades geográficas: no encontro das montanhas com o oceano Atlântico, surgem excelentes posições para decolagem, podendo-se contar com vastas porções desocupadas de areia para aterrissar. De início majoritariamente encenada por amadores, a atividade verteu-se em uma lucrativa indústria que atualmente oferece vôos com pilotos experientes a preços acessíveis.
A pesca é uma atividade que também pode ser observada em algumas regiões.
Em 4 de junho de 2008, o Rio de Janeiro foi anunciado pelo Comitê Olímpico Internacional como uma das quatro candidatas finalistas a sediar os Jogos Olímpicos de 2016,[159] após ingressar no processo licitatório lançado oficialmente em 16 de maio de 2007.[160]
Em 2 de outubro de 2009, a cidade foi escolhida pelos membros do COI, reunidos em Copenhague, para ser a anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2016, derrotando as cidades de Madri, Tóquio e Chicago.[161] A mesma cidade hospedará os Jogos Paraolímpicos de Verão de 2016, que serão organizados pelo mesmo comitê.[162]

Campeonato Carioca de Futebol

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O Campeonato Carioca de Futebol adquiriu tradição e importância nos tempos em que a cidade era a capital da República e, mais tarde, capital (e única cidade) do estado da Guanabara. Até a fusão da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro em 1975, o Campeonato Carioca era disputado apenas pelos clubes da cidade, exceção feita aos niteroienses Canto do Rio (1941-1964) e Rio Cricket (1906-1916) e ao Petropolitano (1912) que, mesmo sendo de outros municípios, participaram como convidados do certame carioca. Dentre os clubes da cidade destacam-se:

Estádios de futebol

A cidade conta com três grandes estádios:

Cerimonial da abertura dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Estádio do Maracanã.

Arquibancadas do Estádio Olímpico João Havelange, mais conhecido como "Engenhão".
Além destes, existem outros estádios menores:[164]
Estádio Proprietário Localização Capacidade
Estádio de General Severiano Clube Botafogo de Futebol e Regatas Botafogo 20 mil
Estádio Ítalo del Cima Campo Grande Atlético Clube Campo Grande 18 mil
Estádio Luso-Brasileiro Associação Atlética Portuguesa ilha do Governador 12 mil
Estádio Proletário Guilherme da Silveira Bangu Atlético Clube Bangu 12 mil
Estádio Mourão Filho Olaria Atlético Clube Olaria 11 mil
Estádio Aniceto Moscoso Madureira Esporte Clube Madureira 10 mil
Estádio Figueira de Melo Clube São Cristóvão de Futebol e Regatas São Cristóvão 9,5 mil
Estádio José Bastos Padilha Clube de Regatas do Flamengo Gávea 8 mil
Estádio das Laranjeiras Fluminense Football Club Laranjeiras 8 mil
Estádio João Francisco dos Santos Céres Futebol Clube Bangu 3 mil

Feriados municipais

Vista 
da enseada de Botafogo, com a marina do Iate Clube do Rio de Janeiro (ao
 centro) e o morro do Pão de Açúcar, à direita: um dos principais 
cartões-postais do Brasil.

Vista da enseada de Botafogo, com a marina do Iate Clube do Rio de Janeiro (ao centro) e o morro do Pão de Açúcar, à direita: um dos principais cartões-postais do Brasil.

Referências

Referências citadas

  1. 1,0 1,1 Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
  2. Área Territorial Oficial. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Página visitada em 26 de dezembro de 2008.
  3. 3,0 3,1 Estimativas da população para 1º de julho de 2009 (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14 de agosto de 2009). Página visitada em 16 de agosto de 2009.
  4. 4,0 4,1 Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
  5. 5,0 5,1 5,2 5,3 Produto Interno Bruto dos Municípios 2003-2007. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (16 de dezembro de 2009). Página visitada em 16 de dezembro de 2009.
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  8. 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5 8,6 8,7 8,8 Estudos e Pesquisas N. 180. Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE) (10 de maio de 2007). Página visitada em 31 de agosto de 2008.
  9. 9,0 9,1 9,2 Posição ocupada pelos 100 maiores municípios em relação ao Produto Interno Bruto. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (16 de dezembro de 2008). Página visitada em 16 de dezembro de 2008.
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