Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 16 de março de 2010

CASO BANCOOP (17) - Bancoop: Blat refuta acusações do PT

Promotor poderá ser convocado para depor sobre o caso no Senado

De Leila Suwwan:

Após uma semana de críticas e acusações do PT, o promotor José Carlos Guillem Blat afirmou ontem, em nota, que as tentativas de intimidação não impedirão a elucidação dos crimes na investigação do esquema Bancoop (cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo), suspeita de desviar recursos para campanhas petistas desde 2002.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que pode ter seu sigilo bancário quebrado pela Justiça após nova análise dos indícios, pode ser chamado a depor a qualquer momento — sua convocação já foi aprovada judicialmente em 2009.
Blat pretende passar as próximas duas semanas analisando o lote de mais de oito mil páginas de extratos e dados bancários da cooperativa, mas deve romper o silêncio no Senado, onde sua convocação está sendo articulada pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Além dele, alguns dos cooperados lesados devem falar amanhã no Senado sobre as investigações e as ações que já correm na Justiça sobre a Bancoop.
A estimativa é de que mais de três mil famílias tenham sido prejudicadas pelas supostas fraudes, que teriam deixado um rombo de pelo menos R$ 100 milhões.
"Os ataques pessoais e campanhas difamatórias representam um claro sinal de desrespeito e uma tentativa de intimidação que não alcançou o resultado desejado", diz a nota. "Nada impedirá a continuidade dos trabalhos de investigação e a elucidação cabal dos fatos criminosos", afirma Blat.
Desde a semana passada, sites ligados ao PT divulgam textos com acusações a Blat para tirar credibilidade das denúncias. Citam a suposta demora nas investigações.
Petistas acusaram o promotor de atuar de forma midiática, partidária e eleitoreira, com o objetivo de prejudicar a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
"Exerço uma carreira de Estado e não de governo e não estou investigando pessoas ligadas a partidos políticos, mas sim dirigentes e ex-dirigentes de uma cooperativa habitacional que lesou milhares de famílias", afirma a nota de Blat.
Segundo ele, o pedido de quebra de sigilo bancário de Vaccari estava fundamentado em "um contexto comprobatório inegável de documentos bancários, fiscais, contábeis, relatórios e depoimentos".
A Justiça, porém, negou provisoriamente o pedido na sexta-feira, até que fossem apresentados elementos mais concretos no inquérito. O juiz argumentou que a atenção da imprensa e o contexto político-eleitoral exigem cautela, para evitar manipulações da opinião pública. O despacho foi celebrado pelo PT.
Apesar de o juiz ter questionado a decisão de ouvir depoimento de Vaccari neste momento, Blat lembrou, na nota, que a oitiva já havia sido deferida judicialmente em 2009, o que não ocorreu porque o inquérito aguardava o trâmite burocrático de chegada de documentos.
Blat afirmou que o pedido de quebra de sigilo será refeito, atendendo à determinação do juiz.
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