Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

segunda-feira, 15 de março de 2010

BRASIL/ESPÍRITO SANTO/PRESÍDIOS - Maus tratos em presídios do Espírito Santo serão discutidos pela ONU (E OS OUTROS ? )


Em Genebra, na Suíça, essa situação vai ser debatida na conferência dos direitos humanos da ONU.
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Alguém já fez a comparação: as cadeias brasileiras parecem masmorras. Hoje, em Genebra, na Suíça, essa situação vai ser debatida na conferência dos direitos humanos da ONU.

Uma pequena entrada de ar para a cela onde estão 24 homens. “É um amontoado, um cima do outro", diz um preso.

O calor é quase insuportável e assim eles ficam dia e noite. Para dormir, têm que fazer revezamento. "Dorme quatro horas depois levanta e outro dorme. Nunca conseguimos dormir", explica o preso.

Cenas como esta se repetem há anos no Espírito Santo. Os presos lotam as delegacias porque não há vagas nos presídios. Desse jeito vão ficando, tem gente aqui há 19 dias.

Quando não há mais espaço nas celas, a superlotação chega ao corredor, onde ficam algemados. Mês passado, faltou algema para tanto preso na cidade de Serra. Em outra delegacia, na cidade de Cariacica, também encontramos presos fora da cela.

Imagine um cidadão que precisa vir à delegacia para registrar uma ocorrência ou prestar esclarecimentos em um inquérito e dá de cara com o corredor lotado. Há 14 presos jogados no chão do corredor.

Já foi pior. No Espírito Santo, presos também já ficaram em uma espécie de contêiner e micro-ônibus. Na cidade de Vila Velha, as imagens feitas esta semana mostram mais de 220 presos, no espaço projetado para 36. Assim não dá para trabalhar direito, reconhece o delegado.

"Fica difícil, uma vez que ficamos à disposição dos presos. Vigiando preso”, diz o delegado Mário Broco.

"Tiram o preso hoje e semana que vem está lotado de novo, até que fazemos nova denúncia e eles retiram os presos", descreve Júnior Fialho, do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil.

No ano passado, o governo do estado inaugurou oito presídios e vai construir mais 11 este ano, um investimento de quase R$ 200 milhões. Mas o secretário de Justiça, Ângelo Roncali, diz que alem de criar vagas também é preciso mudança no Judiciário: "Processos demoram muito. É uma precariedade na resposta. É preciso resposta imediata para o preso. Por isso é preciso uma mudança de mentalidade".

O estado do Espírito Santo tem, hoje, 4 mil presos a mais que o número de vagas nas cadeias
 


 

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