Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

domingo, 21 de março de 2010

BRASIL/CULTURA - A família de um colecionador do interior de São Paulo doou para uma instituição cultural no Rio de Janeiro mais de 30 mil discos antigos. No acervo, há preciosidades da MPB.


Afonso era filho de um sapateiro. Sonhava ser cantor e viajar pelo mundo. Chegou a cantar em uma rádio de São José dos Campos, onde nasceu em 1920. Mas o jovem se mudou para Taubaté, se casou e teve três filhas. Virou empreiteiro.

A paixão pela música fez dele um colecionador. Afonso comprava discos aos lotes, de rádios que fechavam pelo interior de São Paulo. Discos do mundo inteiro para viajar através das canções.

“A primeira caixinha de discos ele entregou na minha mão. Eu disse que ia arrumar os discos”, contou a filha de Afonso, Celina Saes.

Quando Afonso morreu, em 2003, a coleção tinha chegado a 30 mil discos. A família resolveu doar esse acervo ao Instituto Cultural Cravo Albin, instituição carioca dedicada à música popular. Trata-se de um resumo da história da indústria fonográfica brasileira.

“São mais de 30 mil discos. Esse tipo de preservação, tudo é feito no amor pela família”, afirmou o pesquisador Ricardo Cravo Albin.

Ainda há muito o que fazer e pesquisar na coleção inteira, mas em uma primeira seleção já foram encontradas algumas joias tão raras quanto curiosas, como um disco do final dos anos 1920 em 78 rotações. É de Carmem Miranda no início da carreira.

Há achados surpreendentes, como um disco produzidoL no Brasil pela colônia japonesa que traz uma versão de Keiko Furuno para “Vingança”, um bolero de Lupicínio Rodrigues. Do outro lado, “Baião de dois”, de Luiz Gonzaga – tudo cantado em japonês.

 

 

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