Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tancredo de Almeida Neves | ||
Presidente do Brasil | ||
Mandato Não assumiu | ||
Vice-presidente | José Sarney | |
---|---|---|
Precedido por | João Batista de Oliveira Figueiredo | |
Sucedido por | José Sarney | |
Primeiro-ministro do Brasil | ||
Mandato 8 de setembro de 1961 até 21 de julho de 1962 | ||
Precedido por | Afonso Celso de Assis Figueiredo (1889) | |
Sucedido por | Francisco de Paula Brochado da Rocha | |
Governador de Minas Gerais | ||
Mandato 1983 até 1984 | ||
Precedido por | Francelino Pereira dos Santos | |
Sucedido por | Hélio Carvalho Garcia | |
Nascido em | 4 de março de 1910 São João del-Rei, | |
Morreu em | 21 de abril de 1985 (75 anos) São Paulo | |
Partido político | Partido Progressista (de Minas Gerais), Partido Nacionalista Mineiro (PMN), Partido Social Democrático, MDB, Partido Popular, PMDB | |
Esposa | Risoleta Neves | |
Profissão | Advogado, empresário e político |
Tancredo de Almeida Neves (São João del-Rei, 4 de março de 1910 — São Paulo, 21 de abril de 1985) foi um advogado, empresário e político brasileiro.
Em 15 de janeiro de 1985 foi eleito presidente do Brasil pelo voto indireto de um colégio eleitoral, mas adoeceu gravemente, em 14 de março de 1985, véspera da posse, morrendo sem ter sido oficialmente empossado. Na época de sua morte, surgiram rumores sobre a real causa de sua morte, divergindo da versão oficial de complicações decorrentes de diverticulite[1]. Porém, por lei, seu nome deve figurar em todas as galerias de presidentes do Brasil. Tancredo foi o último mineiro a ser eleito presidente do Brasil.
Foi casado com Risoleta Guimarães Tolentino, com quem teve três filhos. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra. Era chamado por seus próximos por "Doutor Tancredo". É avô de Aécio Neves, atual governador de Minas Gerais.
Carreira como advogado
Tancredo nasceu em São João del-Rei, no estado de Minas Gerais, de ascendência portuguesa e austríaca.[2] Filho de Francisco de Paula Neves e Antonina de Almeida Neves, transferiu-se para Belo Horizonte, após concluir os estudos em sua cidade natal e na capital mineira. Ingressou na Faculdade de Direito onde, simpatizante da Aliança Liberal que levou Getúlio Vargas ao poder com a eclosão da Revolução de 1930.Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo exercido o cargo de promotor-público.
Político à mineira
Durante a República Velha fez oposição a Artur Bernardes, sendo um antibernadista. São João del-Rei era uma das poucas cidades em que Bernardes não ganhava.Foi lançado na política pelo líder político municipal de São João del Rey, Augusto Viegas, pelo qual sempre guardou gratidão.
Quando perguntado, pela revista Pasquim, sobre sobre os partidos políticos ao qual pertenceu, explicou que escolheu partido político, como todos fazem em Minas Gerais, por questões municipais.
Filiou-se ao "Partido Progressista", um partido surgido após a revolução de 1930, formado por membros do Partido Republicano Mineiro que apoiaram a Revolução de 1930, e depois filiou-se ao Partido Nacionalista Mineiro (PNM) quando foi extinto o Partido Progressista.
Tancredo não pôde viabilizar sua candidatura a deputado estadual, em 1934, mas, em 1935, foi eleito vereador em São João del-Rei chegando à presidência da Câmara Municipal, quando chegou a assumir a prefeitura municipal interinamente. Quando as câmaras municipais foram fechadas, com o advento do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, Tancredo era o presidente da Câmara de vereadores de São João del Rey.
Extinho seu mandato de vereador, retornou à advocacia. Exerceu, também, por algum tempo, a profissão de empresário do setor têxtil.
A redemocratização do Brasil em 1945 - Tancredo deputado e ministro
Pressionado pela conjuntura internacional ditada pela iminente vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial e cada vez mais suscetível a pressões e contestações internas, Getúlio Vargas põe em marcha um estratagema de liberalização do regime e com isso um quadro político erigido sob os auspícios democráticos viu nascerem novas agremiações políticas.Assim em 8 de abril de 1945 foi criado o Partido Social Democrático (PSD), que, em Minas Gerais estava sob o controle de Benedito Valadares, empossado governado,r em 15 de dezembro de 1933, e nomeado interventor estadual em 4 de abril de 1935.
A deposição de Getúlio Vargas em 29 de outubro daquele ano abriu caminho para as eleições de 2 de dezembro onde foram escolhidos o Presidente da República e os membros da Assembleia Nacional Constituinte, que promulgaria a nova Carta Magna brasileira em 18 de setembro de 1946. Sob a vigência da constituição de 1946, foram realizadas eleições, em 19 de janeiro de 1947, para governador de estado, para eleger os membros do Congresso Nacional e também os que comporiam os legislativos estaduais.
Nesse cenário Tancredo Neves foi eleito deputado estadual pelo PSD de Benedito Valadares, sendo designado relator da constituição estadual mineiro e uma vez findos os trabalhos constituintes assumiu a liderança de sua bancada e comandou a oposição ao governo de Milton Campos, da União Democrática Nacional (UDN), que havia chegado ao Palácio da Liberdade após uma cisão no PSD mineiro.
Em 1950, Tancredo Neves foi eleito deputado federal e viu o aliado Juscelino Kubitschek ser eleito governador ao derrotar o situacionista Gabriel Passos. Em 1953, havendo a vaga de ministro da Justiça que caberia a um deputado do PSD mineiro, JK e Getúlio acordaram na indicação do nome de Tancredo. Tancredo licenciou-se do mandato e exerceu o cargo de Ministro da Justiça a partir de 25 de junho de 1953.
Entregou o cargo de ministro quando do suicídio de Getúlio Vargas semanas após o início da crise política que culminou com um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda e resultou na morte do Major da Aeronáutica Rubem Florentino Vaz.
Segundo consta nos arquivos da Fundação Getúlio Vargas, Tancredo recebeu das mãos do próprio Getúlio Vargas a carta-testamento que seria divulgada por ocasião da morte do político gaúcho. Esta carta foi lida por João Goulart no enterro de Getúlio Vargas, em São Borja, no qual Tancredo estava presente. De Getúlio, Tancredo ganhou uma caneta-tinteiro Parker 21, que atualmente pertence a Aécio Neves.
Benedito Valadares, JK, e Getúlio foram os principais mestres de Tancredo na política.
Fiel à memória do antigo mandatário da nação fez-se opositor do governo de João Café Filho e articulador da candidatura de Juscelino Kubitschek à Presidência da República em 1955, Tancredo Neves não disputou a reeleição para deputado federal, em 1954 ,por não ter se desligado do ministério em tempo hábil. Foi nomeado presidente do Banco de Crédito Real de Minas Gerais pelo governador Clóvis Salgado da Gama, substituto legal de JK quando este renunciou para concorrer à Presidência da República em 31 de janeiro de 1955.
No ano seguinte Juscelino Kubitschek nomeou Tancredo para uma diretoria do Banco do Brasil, cargo que deixou, em 1958, ao ser nomeado Secretário de Fazenda do governo de Bias Fortes, fato que o impediu de disputar as eleições legislativas daquele ano.
Em 1960 foi derrotado por Magalhães Pinto na disputa pelo governo de Minas Gerais. Pouco mais de um mês após a eleição foi nomeado presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) precursor do atual BNDES, sendo demitido nos primeiros meses do governo Jânio Quadros.
Primeiro-ministro
Após a renúncia do presidente Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961 articulou a instalação do parlamentarismo evitando que João Goulart fosse impedido de assumir a presidência por um Golpe Militar. Como primeiro-ministro entre 7 de setembro de 1961 e 26 de junho de 1962 logrou êxito parcial na sua meta para pacificar os ânimos políticos nacionais. Foi obrigado a renunciar, junto com vários ministros para poder se candidatar as eleições seguintes ao Congresso Nacional.Duas curiosidades marcaram sua passagem como primeiro-ministro: a primeira reside no fato de que entre 8 de setembro e 12 de outubro de 1961 o mineiro ocupou interinamente o cargo de Ministro da Justiça e a segunda é que dentre os membros de gabinete estava o pernambucano Estácio Gonçalves Souto Maior, Ministro da Saúde e pai do tricampeão mundial de Fórmula 1 Nelson Piquet. Tancredo Neves renunciou ao cargo para concorrer às eleições de 1962 sendo eleito para o segundo mandato de deputado federal.
Oposição ao regime militar
De volta à Câmara dos Deputados manteve o apoio ao governo João Goulart até que o mesmo fosse deposto por um golpe militar em 31 de março de 1964. Extinto o pluripartidarismo foi convidado a ingressar na ARENA, oferta polidamente recusada em razão da presença de adversários seus da UDN, especialmente José de Magalhães Pinto, na agremiação situacionista, a ARENA.Opositor moderado do Regime Militar de 1964 logo procurou abrigo sob a legenda do MDB sendo reeleito deputado federal em 1966, 1970 e 1974. Em sua atuação parlamentar evitou sobremaneira criar atritos com o Governo Militar e personificou uma vertente moderada da oposição não se negando, inclusive, ao diálogo com as forças situacionistas, postura contrária àquela adotada pelo grupo "autêntico" do MDB.
Em 1978 foi eleito senador por Minas Gerais e com a reforma política empreendida pelo presidente João Figueiredo aglutinou os moderados do MDB e da ARENA em torno de si (inclusive Magalhães Pinto) e fundou o Partido Popular em 1980 sendo eleito presidente.
No ano seguinte defendeu a incorporação do PP ao PMDB em face de dificuldades criadas pelas regras eleitorais a serem aplicadas nas eleições de 1982 e com isso foi alçado como vice-presidente nacional do PMDB em 1982, e, nesse mesmo ano, foi eleito Governador de Minas Gerais após uma renhida disputa com o candidato Eliseu Resende, do Partido Democrático Social (PDS). Fundamental para sua eleição foi o apoio do seu vice governador Hélio Garcia profundo conhecedor dos pequenos municípios mineiros.
Na sua posse, pronunciou a frase célebre:
Mineiros, o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade! | — Tancredo Neves |
"Diretas Já" e o colégio eleitoral
Tão logo foram empossados os governadores eleitos em 1982 começaram os debates em torno da sucessão do presidente João Figueiredo e a ausência de um nome de consenso nas hostes do PDS denotava fissuras na agremiação governista, pois já em sua mensagem de fim de ano o Presidente da República abdicou de coordenar os debates em torno do assunto e remeteu a questão ao partido e nisso surgiram nomes como os do vice-presidente Aureliano Chaves, do Ministro do Interior Mário Andreazza, do senador Marco Maciel e do deputado federal Paulo Maluf, cada qual trazendo consigo uma porção considerável do PDS.A oposição por sua vez agiu de maneira diversa ao inserir em sua agenda o restabelecimento das eleições diretas para Presidente da República sendo que o primeiro ato dessa campanha ocorreu no município pernambucano de Abreu e Lima em 31 de março de 1983, dia em que o Regime Militar de 1964 completava dezenove anos. Convocada por políticos do PMDB a manifestação havida no Nordeste resultou em um manifesto divulgado em São Paulo em 26 de novembro do mesmo ano quando os dez governadores da oposição (nove do PMDB e um do PDT) exigindo o restabelecer das eleições diretas para Presidente da República.
No dia seguinte um comício pró-Diretas se realizou na capital paulista reunindo dez mil pessoas após uma convocação feita pelo PT, fato que se repetiria entre janeiro e abril de 1984 num evento que passaria à história como o movimento das Diretas Já, frustrado pela rejeição da emenda Dante de Oliveira em 25 de abril de 1984 apesar de a proposta contar com um apoio significativo dentro do próprio PDS, contudo nem mesmo esse fato arrefeceu os debates em torno da questão sucessória.
Ciente dos riscos que se avizinhavam em razão de tamanha fragmentação o senador José Sarney propôs a realização de prévias para a escolha do candidato governista, proposta logo rechaçada pelos malufistas que a interpretaram como uma tentativa de inviabilizar a candidatura do líder, fato que levou Sarney a deixar a presidência do PDS e dias depois abandonar o partido, no que foi seguido pelo também senador Jorge Bornhausen.
Cerca de dez dias mais tarde os governadores do PMDB e mais Leonel Brizola do PDT anunciaram apoio ao nome de Tancredo Neves como candidato oposicionista na disputa do Colégio Eleitoral, (que havia sido eleito nas eleições de 1978 e que se compunha do Congresso Nacional e representantes das assembleias legislativas), ao passo que no PDS houve a retirada dos nomes de Aureliano Chaves e Marco Maciel da disputa, o que deixou Paulo Maluf e Mário Andreazza como postulantes à vaga de candidato, todavia a vitória de Maluf fez com que os adversários migrassem em peso para a cidadela oposicionista.
Após um acordo firmado entre o PMDB e a dissidência Frente Liberal do PDS ficou estabelecido que Tancredo Neves seria o candidato a presidente e José Sarney (ex-Arena, deixa o PDS para se filiar ao PMDB) seria o candidato a vice-presidente.
Tancredo foi lançado candidato por ser aceito por grande parte dos militares e tido como moderado. Na área militar foi decisivo o apoio do ex-presidente Ernesto Geisel. Essa moderação porém era alvo de críticas do PT que não aceitava o colégio eleitoral. Sob sua moderação Tancredo dizia:
Se é mineiro não é radical, se é radical não é mineiro! | — Tancredo Neves |
Mesmo a eleição sendo indireta, Tancredo fez diversos comícios populares em praça pública. E, em um discurso, durante a campanha eleitoral, na cidade de Vitória, Tancredo disse: -Eu vos ofereço uma "nova república". Essa expressão "nova república" se tornou a denominação da época política brasileira posterior ao período do regime militar que se encerrou, em 1985, com o fim do governo de João Figueiredo.
A chapa Tancredo-Sarney foi então oficializada e assim os oposicionistas foram às ruas para defender suas propostas em comícios tão concorridos quanto os da campanha pelas Diretas Já. Saudado como candidato da conciliação, Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, numa terça-feira, 15 de janeiro de 1985, recebendo 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf e 26 abstenções. A maioria destas abstenções foram de parlamentares do Partido dos Trabalhadores, partido este que expulsou de seus quadros os parlamentares que, desobedencendo a orientação do partido, votaram em Tancredo Neves: Foram expulsos do PT: a deputada federal Beth Mendes e os deputados federais Aírton Soares e José Eudes.
Sua vitória foi entusiasticamente recebida pela população e é tida ainda hoje como uma das mais complexas e bem-sucedidas operações políticas na história política do Brasil.
Assim que foi eleito, Tancredo fez um giro internacional encontrando se com vários chefes de estado para conquistar apoio à sua posse, considerada incerta, e só aceitou ser submetido a operação cirúrgica, depois que vários chefes de estado já haviam chegado à Brasília para a sua posse.
Conta-se que Tancredo vinha silenciosamente trabalhando sua candidatura desde 1983, quando recebeu a visita de 15 senadores do PMDB, liderados por José Fragelli[3]. Tão bem-sucedidas foram as suas articulações que fizeram com que até mesmo Ulisses Guimarães, o "Senhor Diretas", abdicasse da disputa para apoiá-lo. O acordo político teria incluído até mesmo um futuro apoio à Ulisses para sucedê-lo nas eleições seguintes.
A doença e a morte
Tancredo havia se submetido a uma agenda de campanha bastante extenuante, articulando apoios do Congresso Nacional e dos governadores estaduais e viajando ao exterior na qualidade de presidente eleito da República. Tancredo vinha sofrendo de fortes dores abdominais durante os dias que antecederam a posse. Aconselhado por médicos a procurar tratamento, teria dito: "Façam de mim o que quiserem - depois da posse".Tancredo temia que os militares da chamada linha-dura se recusassem a passar o poder ao vice-presidente. Tancredo esperava que deveria só anunciar a doença no dia da posse quando já estivessem em Brasília os chefes de estados esperados para a cerimônia de posse, quando ficaria mais difícil alguma ruptura política. Porém, a sua saúde não resistiu e, na véspera da posse (14 de março de 1985), adoeceu com fortes dores abdominais sequenciais durante uma cerimônia religiosa no Santuário Dom Bosco. Foi às pressas internado no Hospital de Base de Brasília. Ao primo Francisco Dornelles, indicado à época para assumir o Ministério da Fazenda, Tancredo afirmara[4] que só aceitaria se submeter à cirurgia se tivesse garantias que Figueiredo iria empossar o vice-presidente (José Sarney).
José Sarney assumiu a Presidência em 15 de março, aguardando o restabelecimento de Tancredo. Existia grande tensão na época devido à possibilidade de uma interrupção na abertura democrática em andamento. Caso Sarney não assumisse, poderia ser empossado em seu lugar o então presidente da câmara, Ulysses Guimarães do PMDB. O grande risco era que ocorresse um retrocesso, já que na época os setores políticos mais conservadores tentavam desestabilizar a redemocratização e manter a ditadura.
Devido às complicações cirúrgicas ocorridas - para o que concorreram as péssimas condições ambientais do Hospital de Base do Distrito Federal, que estava com a Unidade de Tratamento Intensivo demolida, em obras -, o estado de saúde se agravou, e teve de ser transferido em 26 de março para o Hospital das Clínicas de São Paulo. Durante todo o período em que ficou internado, Tancredo sofreu sete cirurgias. No entanto, em 21 de abril (na mesma data da morte de Tiradentes), Tancredo faleceu vítima de infecção generalizada, aos 75 anos. A morte de Tancredo foi tristemente anunciada pelo então porta-voz oficial da presidência para a imprensa, Antônio Britto.
Brasília, Belo Horizonte e São João del-Rei, mais de dois milhões de pessoas viram passar o esquife. Coração de Estudante, uma canção do cantor mineiro Milton Nascimento, marcou o episódio na memória nacional.
O epitáfio que o presidente eleito previra certa vez numa roda de amigos, em conversa no Senado, não chegou a ser gravado na lápide, em São João del-Rei:
"Aqui jaz, muito a contragosto, Tancredo de Almeida Neves".
Em Março de 2008 a sepultura de Tancredo foi violada e a peça de mármore da parte superior do túmulo foi quebrada.[5]
Tancredo hoje
Vinte anos após, o corpo médico do Hospital de Base de Brasília revelou que não divulgou o laudo correto da doença à época, que não teria sido diverticulite porém um tumor. Embora benigno, o anúncio de um tumor poderia ser interpretado como câncer, causando efeitos imprevisíveis no andamento político no momento.Assumiu a Presidência da República o vice José Sarney, encerrando o período de governos militares, apelidado Anos de chumbo, iniciado com o Golpe de 1964 ou Revolução de 1964.
Mesmo sem nunca ter tomado posse, Tancredo Neves é, por força de lei, elencado entre os ex-presidentes do Brasil. Pela Lei 7465, de 21 de abril de 1986, "o cidadão Tancredo de Almeida Neves, eleito e não empossado, por motivo do falecimento, figurará na galeria dos que foram ungidos pela Nação brasileira para a Suprema Magistratura, para todos os efeitos legais".
Em 2010, ocorre o centenário de nascimento de Tancredo Neves, evento comandado por seu neto e governador mineiro Aécio Neves. Em 1º de março de 2010, foi lançado um selo comemorativo do centenário de nascimento do ex-presidente. O evento fez parte de uma série de homenagens que seguem até data de morte dele.
É lembrado "como político conciliador e hábil articulador político" [6].
Referências
- ↑ http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2002/07/31946.shtml
- ↑ KOIFMAN, Fábio. Presidentes Do Brasil: De Deodoro A FHC.
- ↑ Biografia do Senador José Fragelli no site do Senado Federal
- ↑ http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/20/materia.2009-04-20.0215113993/view
- ↑ http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac142980,0.htm
- ↑ Homenagens relembram os 100 anos de Tancredo Neves - O Estado de S.Paulo, 1º de março de 2010 (visitado em 1-3-2010).
[editar] Bibliografia
- BRITTO, Antônio, Assim Morreu Tancredo Neves, Editora L & PM, Porto Alegre, 1985.
- BRITTO, Antônio,Perfil Parlamentar Tancredo Neves, Editora Câmara dos Deputados, Brasília, 2001.
- BRITTO, Antônio, A Morte de Tancredo Neves, Editora Colégio Bandeirantes.
- CARVALHO, José Maurício de, As Idéias Filosóficas e Politicas de Tancredo Neves, Editora Itatiaia, 1994.
- CHAGAS, Marcos & LOURENÇO, Iolando. Tancredo só aceitou operação após garantia da posse de Sarney. Agência Brasil. 21 de Abril de 2009. <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/20/materia.2009-04-20.0215113993/view>
- CHAGAS, Marcos & LOURENÇO, Iolando. Eleição de Tancredo marcou redemocratização do país. Agência Brasil. 21 de Abril de 2009. <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/20/materia.2009-04-20.9580061321/view>
- CORREIO BRAZILIENSE, Há 24 anos morria o presidente Tancredo Neves. 21/04/2009. <http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_3/2009/04/21/noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=100711/noticia_interna.shtml>
- COUTO, Ronaldo Costa, Tancredo Vivo, Caso e Acaso, Editora Record, 1995.
- DELGADO, LUCÍLIA DE Almeida Neves, e Outro, Tancredo, A trajetória de um liberal, Editora Vozes, Petrópolis, 1985.
- DIMENSTEIN, O Complô Que Elegeu Tancredo Neves, Editora JB, Rio de Janeiro, 1985.
- LEMOS, Wilma Maia de, Tancredo Neves o Imortal Democrata, Editora do autor.
- MEIRA, Eda Basson, Tancredo Neves no Despertar de um Povo, Editora Gene.
- MENDONÇA, Daniel, Tancredo Neves- da Distensão à Nova República, Editora Edunisc, 2004.
- MELLO, Veríssimo, Tancredo Neves na Literatura de Cordel, Editora Itatiaia, Belo Horizonte, 1986.
- NEVES, Lucília de Almeida, Tancredo Neves - Sua Palavra na História, Editora Fundação Presidente Tancredo Neves, 1988.
- NEVES,Tancredo, Perfil Parlamentar Tancredo Neves, Editora Câmara dos Deputados, 2001.
- NUNES, Augusto, Os Grandes Líderes - Tancredo Neves, Editora Nova Cultural, São Paulo, 1988.
- OLIVEIRA, Harison, Tancredo Neves a Realidade e o Mito, Editora Diversas.
- PALHARES, Gentil, e CHRISTÓFRAFO, Paulo, De Thomé Portes a Tancredo Neves - Roteiro de S. João Del Rey, Editora Lar Católico, 1963.
- SAMPAIO, César, Perfil de um Presidente - Tancredo Neves, Editora Graphilivros, 1985.
- SCHARTZMAN, Simon A Conjuntura Política: 1985 <http://www.schwartzman.org.br/simon/conjuntura_1985.htm>
- TÁVARES, Neila, As Últimas Caricaturas de Tancredo Neves, Editor Mandarino, 1985.
- TERGOLINO, Murílio, As Minas de Tancredo Neves, Editora do autor, 1984.
Nenhum comentário:
Postar um comentário