Por Aline Nobre
EXTRA
José Ferreira e o filho, Alan: para incrementar o orçamento, o aposentado usa as barcas para fazer entregas de encomendas Foto: Reginaldo Pimenta/ Extra
A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai cobrar explicações da concessionária CCR, que assumiu há cerca de um mês o controle das Barcas, sobre a cobrança de taxa por excesso de bagagem. O deputado Alessandro Calazans (PMN), integrante da Comissão de Transportes da Casa, vai entrar amanhã com um requerimento, pedindo uma audiência pública para que a CCR se explique.
— Vamos pedir para a CCR abrir a planilha de custos e comprovar que o impacto da cobrança tem relação com a saúde financeira da empresa — afirmou o parlamentar.
Segundo a CCR, a taxação existe em todas as linhas desde antes da concessão do sistema de transporte à iniciativa privada. Por isso, não haverá mudanças no sistema.
No entanto, a CCR instalou, semana passada, balanças nas estações Praça Quinze e Charitas, onde na prática não havia cobrança por excesso de bagagem. A autorização da Agência Reguladora de Transportes do Rio de Janeiro (Agetransp) é de 2006, mas os passageiros de Paquetá alegam que só eram taxados grandes volumes, como móveis e geladeiras, e não sacolas de supermercado.
Enquanto isso, os usuários das barcas demonstram-se insatisfeitos. Marinheiro, Maycon Monteiro diz que, por conta da profissão, precisa usar as barcas carregando malas:
— É um abuso! O peso da bagagem não vai influenciar em nada, não tem sentido!
Outro que se indignou foi o aposentado José Ferreira, que faz bicos de entregador:
— Num caso como este, que é para eu ganhar um dinheiro extra, eu saio prejudicado. Não é certo.
A CCR Barcas se reúne hoje com a Agetransp para discutir o transporte de cargas na linha Praça Quinze-Paquetá nos fins de semana.
Por causa da profissão, o marinheiro Maycon precisa carregar malas nas barcas
Foto: Reginaldo Pimenta/ Extra
Entenda a cobrança
Linhas
Segundo a CCR Barcas, todas as seis linhas das barcas já têm a cobrança por excesso de bagagem. São elas: Praça Quinze-Praça Araribóia, Praça Quinze-Charitas, Praça Quinze-Paquetá, Praça Quinze-Ilha do Governador, Angra dos Reis-Ilha Grande e Mangaratiba-Ilha Grande.
Valor
O passageiro que entra com até duas mochilas, bolsas ou sacolas de mão, de qualquer peso, não é taxado. A partir do terceiro volume, paga-se R$ 0,12 por cada quilo da terceira bagagem que ultrapassar o limite de 5kg. Dessa forma, se a mala tem 7kg, o valor da tarifa por excesso é de R$ 0,24.
Sem prazo
Ainda não há prazo para o início do funcionamento das balanças que estão sendo instaladas nas estações. Atualmente, quem sai da Praça Quinze com muitas malas tem que ir a Paquetá para fazer a pesagem que determina o valor a ser pago pelo excesso. Com as novas balanças, esse desvio na viagem não será mais necessário, segundo a concessionária CCR Barcas.
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