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quarta-feira, 25 de abril de 2012

#RioMais20 - Conferência faz preço de hotel disparar

Um dos maiores problemas dos organizadores da Rio+20 é conseguir hospedar as cerca de 80 mil pessoas que são esperadas na cidade
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Heloisa Aruth Sturm
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RIO
- A menos de dois meses da Rio+20, um dos maiores problemas dos organizadores da conferência da ONU ainda é conseguir hospedar as cerca de 80 mil pessoas esperadas na cidade.

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Marcos de Paula/AE - 5/2/2012
Sem vaga. Praia de Ipanema lotada: Rio terá de acomodar 80 mil pessoas

Só para o evento oficial, no Riocentro, a expectativa é de que 50 mil pessoas sejam credenciadas. Outras 30 mil devem participar da Cúpula dos Povos, evento paralelo no Aterro do Flamengo promovido pelas ONGs. 

Para permitir a acomodação de 195 delegações, o Comitê Nacional de Organização para a Conferência Rio+20, criado pelo Ministério das Relações Exteriores, solicitou o bloqueio da grande maioria dos quartos disponíveis nessas categorias.

A conferência aqueceu o setor hoteleiro e jogou os preços nas alturas. De acordo com o site Hotel.info, a cidade tem a sexta diária de hotel mais cara do mundo. O valor médio foi de R$ 362, um aumento de 5,31% com relação ao mesmo mês de 2010. Diárias de hotéis cinco estrelas chegam a custar R$ 6 mil. 

O Rio tem disponíveis aproximadamente 40 mil leitos - entre hotéis, pousadas, pensões e albergues, de acordo com o IBGE. A Associação de Hotéis do Rio (Abih-RJ) prevê uma ocupação próxima a 95% no período da conferência, sendo 80% desse total correspondente a bloqueios do Itamaraty.

Para resolver a falta de quartos, a prefeitura e a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur) lançam em maio um portal de hospedagem da cidade. A ideia é que os cariocas cadastrem suas casas para hospedar os visitantes durante a conferência. 

Teve gente que já se antecipou. O site houseinrioplus20.com.br, lançado em março e atualmente com mais de 200 apartamentos cadastrados, resolveu o problema de hospedagem para dez delegações. “Buscamos suprir uma carência principalmente próximo ao Riocentro, porque na Barra da Tijuca não há tantos hotéis”, disse um dos criadores do site, Eduardo Serrado. A expectativa é alcançar 500 imóveis cadastrados até o fim do evento.

A alta demanda está fazendo com que os motéis de luxo também sejam procurados para servir como hospedagem durante a Rio+20. Tendência verificada nos últimos três anos, os motéis vêm servindo como hotéis rotativos para atender ao turismo executivo. As diárias variam de R$ 200 a R$ 650. “A demanda vem crescendo a cada ano. Isso foi percebido pelos moteleiros, que se preparam para buscar uma fatia desse mercado de turismo de negócios, mais voltado para eventos corporativos”, disse o vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes (SindRio), Antonio Cerqueira.

Dos 17 mil leitos de motéis na cidade, 4 mil foram adaptados para servir de destino ao turismo executivo. O único problema é que o dia anterior ao início da conferência coincide com a data de maior faturamento do setor: o Dia dos Namorados. Segundo o SindRio, a rede moteleira estima faturar R$ 3,25 milhões somente nesse dia. A solução foi propor o início da hospedagem no dia 13 ou destinar 10% a 15% do espaço para “a clientela fiel”.

Para os participantes da Cúpula dos Povos, evento paralelo à conferência oficial da ONU, a prefeitura não permitiu o uso do Aterro do Flamengo como local para acampamento. 

“O prefeito não queria que as pessoas se hospedassem no parque, muito menos nas praias, então colocamos à disposição da Cúpula dos Povos o Sambódromo e dois Cieps (Centro Integrado de Educação Pública)”, disse o presidente da Riotur, Antônio Pedro Figueira de Mello.

Defesa. Para o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, o valor das diárias não é abusivo - segundo ele, os preços praticados durante a Rio+20 têm correlação com os cobrados no Ano Novo e no Carnaval. 

Ele justifica que a venda dos períodos para o público é feita em pacotes mínimos de três a quatro dias de hospedagem, e muitas comitivas têm integrantes que ficarão por menos tempo. Mas não seria viável vender diárias avulsas num evento dessa magnitude. “Não dá pra pagar hotelaria por um processo linear de bloqueio e administrar mais de 30 mil demandas individualizadas”, disse Sampaio.

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