Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 5 de novembro de 2011

MP-MT consegue que Governo de MT cancela compra de radares russos

RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

O governo de Mato Grosso anunciou no início da noite desta sexta-feira (4) o cancelamento do contrato para a compra, sem licitação, de R$ 14 milhões em equipamentos de radar para o monitoramento da fronteira com a Bolívia. 
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 Alvo de inquérito aberto pelo Ministério Público e considerado ilegal em parecer de auditoria do Tribunal de Contas do Estado, o negócio havia sido oficializado em julho com a empresa Globaltech Prospecção de Negócios Ltda.

Auditoria aponta irregularidades em licitação do governo de MT
Empresa que vendeu radares em MT atua sem autorização

Pelo contrato, a deveria fornecer dez veículos Land Rover equipados com um sistema de radar móvel de fabricação russa --cada conjunto custa R$ 1,4 milhão.

O investimento havia sido justificado como parte da preparação do Estado para receber jogos da Copa de 2014 e viria atender, segundo afirmou à ocasião o governo, exigências da Fifa para o "controle e monitoramento da fronteira".

A empresa fornecedora dos equipamentos foi criada em agosto de 2010 por dois oficiais da ativa do Exército, os tenentes-coronéis Carlos Alberto Pereira Leonel Marsiglia, sócio-majoritário com 83% das cotas, e Adhemar Luiz de Carvalho Lima.

Em agosto, uma auditoria do Tribunal de Contas qualificou a Globaltech como uma empresa "constituída às pressas" e "sem nenhuma experiência comprovada". 

 Em nota no final de outubro, o governo chegou a afirmar que a "legitimidade" da dispensa de licitação havia sido "comprovada pelo Ministério da Defesa em consulta prévia".

O Exército, porém, desmentiu a informação. "A DFPC [Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados] não autorizou a Global Tech a adquirir e/ou produzir equipamentos móveis destinados à detecção e vigilância de alvos", disse em nota encaminhada à Folha.

Na nota, o Exército diz que a Globaltech apenas pediu a autorização para importar e montar os equipamentos, mas não apresentou documentos "suficientes para caracterizar o produto".

"Diante deste quadro, a DFPC, em 3 de março de 2011, solicitou mais informações sobre o produto, a fim de subsidiar futura orientação à empresa. Até a presente data a empresa não enviou as informações solicitadas", diz outro trecho.

A reportagem não conseguiu contato com o representante da Globaltech, Guilherme Nascentes. Em entrevista anterior, ele defendeu a opção feita por Mato Grosso.

"O similar israelense é infinitamente mais caro. O americano, embora tenha custo equivalente, não prevê transferência de tecnologia", declarou

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