Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 19 de novembro de 2011

DESASTRE ECOLÓGICO - Quase duas semanas após início do vazamento da Chevron, na Bacia de Campos, ainda há muitas dúvidas

As perguntas que persistem
Quase duas semanas após início do vazamento da Chevron, na Bacia de Campos, ainda há muitas dúvidas 

QUANTO VAZOU DE ÓLEO? Na sexta-feira, a empresa afirmou que no dia em que a mancha estava maior, o volume total de petróleo vazado era de 882 barris (ou 14 caminhões-pipa) no total. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) estimou o vazamento entre 1.400 a 2.310 barris e a ONG americana SkyTruth avaliou o derrame em quase quatro mil barris por dia, com base em imagens de satélite da Nasa, o que daria um total de 15 mil barris (quase 238 caminhões-pipa).

COMO O VAZAMENTO ESTÁ SENDO CONTIDO? Fontes ouvidas pelo GLOBO afirmam que o robô usado inicialmente pela Chevron para detectar o vazamento no fundo do mar tinha atuação limitada. Foi preciso que a multinacional americana, a terceira maior do mundo, pedisse ajuda à Petrobras para identificar a origem do vazamento com precisão.

POR QUE O ÓLEO NÃO ESTÁ SENDO RECOLHIDO? O Plano de Emergência assinado pela empresa e apresentado ao Ibama não está sendo cumprido. Ele previa o recolhimento do óleo derramado, mas até agora, as autoridades garantem que isso não ocorreu. A empresa tem usado areia para evitar que a mancha se espalhe mais, procedimento que não é considerado ideal por especialistas.

POR QUE A DEMORA EM SE PRONUNCIAR? Apenas na sexta-feira o governador Sérgio Cabral divulgou nota em que afirma que "o acidente é a demonstração clara do que significa um dano ambiental num estado produtor de petróleo". Até então, a Chevron só se comunicava com a imprensa por meio de notas enviadas por e-mail, apesar dos pedidos de entrevistas. Só na sexta-feira a empresa formalmente deu entrevista.

QUAIS AS PUNIÇÕES POSSÍVEIS E QUEM AS APLICA? O Ibama é o órgão responsável por eventuais punições em caso de danos ao meio ambiente em alto-mar. É crime federal. Os órgãos estaduais só podem agir se o petróleo atingir a costa do Rio. A multa máxima que pode ser aplicada é de R$ 50 milhões, considerada baixa para inibir crimes ambientais, na avaliação de especialistas. O Ibama alega que ainda tem de dimensionar o dano ambiental para determinar que tipo de punição será aplicada e se será aplicada. O especialista David Zee, oceanógrafo e perito responsável por analisar o vazamento, é taxativo ao afirmar que é mais vantajoso, para uma petrolífera, arcar com os custos de multas pelo vazamento do que agir para preveni-lo.

HÁ RISCO DE O ÓLEO ALCANÇAR AS PRAIAS DO RIO? A Chevron e as autoridades que acompanham o vazamento dizem que a mancha de óleo está se deslocando em direção a alto-mar, com risco remoto de chegar à costa.

AFINAL, O VAZAMENTO FOI OU NÃO CONTIDO? Segundo a empresa, o principal já foi sanado e agora há, somente, um vazamento residual. A ANP chegou a divulgar um vídeo mostrando essa redução. Mas o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, desmente a companhia e afirma que o vazamento continua a ocorrer, poluindo o mar na região do poço, a cerca de 130 km de Macaé.

A EMPRESA ATUA COM TRABALHADORES IMIGRANTES ILEGAIS NO BRASIL? O delegado da Polícia Federal que apura o vazamento de petróleo, Fábio Scliar, também investiga denúncias de que a Chevron trabalha com mão-de-obra que sequer passou pelo controle de entrada de estrangeiros nos aeroportos. A empresa nega esta acusação e afirma que até seus terceirizados estão dentro da lei

Fonte O Globo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/as-perguntas-que-persistem-3274254#ixzz1e99rrupx 

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