RIO - A penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pelegrino, Bangu 1, célebre por afastar do convívio da sociedade os bandidos mais perigosos do estado, principalmente chefes do tráfico, recebeu terça-feira os oito PMs acusados de envolvimento no assassinato da juíza Patrícia Acioli, ocorrido em 11 de agosto. Entre eles estão o ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo) e do 22º BPM (Maré), tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira , e o tenente Daniel dos Santos Benitez Lopez. Como o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar - que cumpre pena no presídio federal de Mossoró (RN) -, o grupo está sendo submetido ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Nele, há restrição às visitas, as celas são individuais e o banho de sol, apenas uma vez por semana, acontece em horários diferentes, para que os detentos não se encontrem e conversem.
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SUSPEITO DE ALTA PATENTE: Cláudio Luiz é acusado de ficar com 'espólio' do tráfico
De acordo com a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap), a transferência foi decidida para evitar que os acusados fossem enviados para presídios federais. A medida foi pedida pelo Ministério Público ao juiz responsável pela 3 Vara Criminal de Niterói, Peterson Simão.
Advogado é o mesmo de CacciolaA transferência surpreendeu o advogado do tenente-coronel Cláudio, que reagiu com indignação. Manuel de Jesus Soares - que também defendeu o ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola - havia recebido a informação de que seu cliente passaria a noite em Bangu 8.
- Só hoje (quarta-feira) eu soube que ele havia sido levado para Bangu 1, o que é absolutamente ilegal. Amanhã (quinta-feira), vamos tomar as providências necessárias para reverter essa decisão absurda - disse ele.
O tenente-coronel foi instruído a não fazer qualquer declaração ao titular da Divisão de Homicídios, delegado Felipe Ettore, enquanto o advogado não tiver acesso ao inquérito.
Também foram transferidos para Bangu 1 o soldado Júnior Cézar de Medeiros, o terceiro-sargento Charles de Azevedo Tavares e os cabos Alex Ribeiro Pereira, Carlos Adílio Maciel Santos, Jovanis Falcão Júnior e Sammy dos Santos Quintanilha.
Pela ficha de antecedentes criminais do tenente-coronel Cláudio, é possível ter uma ideia do seu perfil operacional. Constam oito anotações, que vão desde lesões corporais leves a um homicídio. O registro que inaugura sua ficha é o de abuso de autoridade, em 3 de setembro de 1989, sofrido por Patrícia Acioli, quando ela era defensora pública. Ela assistia, com um grupo de amigos, à partida entre Brasil e Chile em que um sinalizador de embarcações foi lançado pela torcedora Rosinery Melo do Nascimento, que ficou conhecida como Fogueteira, ao lado do goleiro chileno Roberto Roja, o que ocasionou a paralisação do jogo e tumulto. Cláudio, então tenente, e Patrícia discutiram. Ele a prendeu por desacato.
A última ocorrência da ficha é a de violência doméstica familiar, registrada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Jacarepaguá, bairro onde o oficial mora. A companheira do PM sofreu lesão corporal em 2008, mas o caso ainda não virou processo.
Já o homicídio ocorreu em Copacabana, em 1994. Nesse caso, no entanto, o oficial foi absolvido. Outras anotações na ficha são de lesão corporal, em 1993 (a pena prescreveu); constrangimento ilegal e maus-tratos, em 1995 (ele foi absolvido); prevaricação, em 1996 (ainda aguarda decisão judicial); e tortura, em 1998 (o oficial foi absolvido).
Na quarta-feira, nem o governador Sérgio Cabral nem o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, nem o comandante interino da PM, coronel Álvaro Garcia, quiseram comentar a crise na cúpula da PM.
Fonte O Globo http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/09/29/ex-comandante-outros-7-pms-presos-por-morte-de-juiza-sao-isolados-em-bangu-1-925470837.asp#ixzz1ZKqQshhU
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De acordo com a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap), a transferência foi decidida para evitar que os acusados fossem enviados para presídios federais. A medida foi pedida pelo Ministério Público ao juiz responsável pela 3 Vara Criminal de Niterói, Peterson Simão.
Advogado é o mesmo de CacciolaA transferência surpreendeu o advogado do tenente-coronel Cláudio, que reagiu com indignação. Manuel de Jesus Soares - que também defendeu o ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola - havia recebido a informação de que seu cliente passaria a noite em Bangu 8.
- Só hoje (quarta-feira) eu soube que ele havia sido levado para Bangu 1, o que é absolutamente ilegal. Amanhã (quinta-feira), vamos tomar as providências necessárias para reverter essa decisão absurda - disse ele.
O tenente-coronel foi instruído a não fazer qualquer declaração ao titular da Divisão de Homicídios, delegado Felipe Ettore, enquanto o advogado não tiver acesso ao inquérito.
Também foram transferidos para Bangu 1 o soldado Júnior Cézar de Medeiros, o terceiro-sargento Charles de Azevedo Tavares e os cabos Alex Ribeiro Pereira, Carlos Adílio Maciel Santos, Jovanis Falcão Júnior e Sammy dos Santos Quintanilha.
Pela ficha de antecedentes criminais do tenente-coronel Cláudio, é possível ter uma ideia do seu perfil operacional. Constam oito anotações, que vão desde lesões corporais leves a um homicídio. O registro que inaugura sua ficha é o de abuso de autoridade, em 3 de setembro de 1989, sofrido por Patrícia Acioli, quando ela era defensora pública. Ela assistia, com um grupo de amigos, à partida entre Brasil e Chile em que um sinalizador de embarcações foi lançado pela torcedora Rosinery Melo do Nascimento, que ficou conhecida como Fogueteira, ao lado do goleiro chileno Roberto Roja, o que ocasionou a paralisação do jogo e tumulto. Cláudio, então tenente, e Patrícia discutiram. Ele a prendeu por desacato.
A última ocorrência da ficha é a de violência doméstica familiar, registrada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Jacarepaguá, bairro onde o oficial mora. A companheira do PM sofreu lesão corporal em 2008, mas o caso ainda não virou processo.
Já o homicídio ocorreu em Copacabana, em 1994. Nesse caso, no entanto, o oficial foi absolvido. Outras anotações na ficha são de lesão corporal, em 1993 (a pena prescreveu); constrangimento ilegal e maus-tratos, em 1995 (ele foi absolvido); prevaricação, em 1996 (ainda aguarda decisão judicial); e tortura, em 1998 (o oficial foi absolvido).
Na quarta-feira, nem o governador Sérgio Cabral nem o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, nem o comandante interino da PM, coronel Álvaro Garcia, quiseram comentar a crise na cúpula da PM.
Fonte O Globo http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/09/29/ex-comandante-outros-7-pms-presos-por-morte-de-juiza-sao-isolados-em-bangu-1-925470837.asp#ixzz1ZKqQshhU
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