Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sexta-feira, 2 de abril de 2010

ESPORTE/FUTEBOL/COPA DO BRASIL - Em jogo dramático, Santa Cruz marca nos acréscimos e elimina o Botafogo

Time do Recife faz 3 a 2 e vira a primeira grande zebra da Copa do Brasil

Fred Huber Rio de Janeiro
Foi um duro golpe. Depois de estar empatando por 2 a 2 até os 45 minutos do segundo tempo, resultado que lhe dava a classificação, o Botafogo perdeu para o Santa Cruz por 3 a 2, nesta quinta-feira, no Engenhão, e está eliminado da Copa do Brasil (veja o vídeo com os gols da partida). Foi a primeira grande zebra da competição. O Alvinegro, que havia vencido a primeira partida, no Recife, por 1 a 0, se despede da competição como no ano passado, na segunda fase. Em 2009, também no Engenhão, o Glorioso caiu nos pênaltis diante do Americano.

O Santa - que em 2009 foi eliminado na primeira fase da Série D do Brasileirão - enfrenta o Atlético-GO na quarta-feira, dia 14 de abril, às 21h, no Arruda, pelas oitavas de final. O segundo duelo será disputado na quarta seguinte, dia 21, em Goiânia.

Jefferson defende pênalti, mas falha em dois gols

Precisando da vitória, o Santa Cruz ignorou o fato de estar jogando fora de casa e se lançou ao ataque desde o apito inicial. Aos cinco minutos, Leandro Guerreiro recuou a bola para Eduardo, que cochilou e foi desarmado por Joélson dentro da área. O atacante do Santa chutou fraco, e Jefferson fez boa defesa. No minuto seguinte, o goleiro falhou e a equipe pernambucana abriu o placar. Léo arriscou de longe, a bola quicou na frente do camisa 1 e entrou: 1 a 0. Jefferson, que havia fechado o gol no Recife, cometia seu primeiro erro na noite.



André Teixeira/Globo

Joel Santana era o retrato da tensão alvinegra: time passou sufoco nos dois tempos da partida

Atordoado, o Botafogo viu o Santa Cruz chegar perto do segundo aos 12 minutos. Brasão gingou em cima de Fahel, trouxe para o pé direito e mandou uma bomba, que foi espalmada pelo arqueiro do Bota para fora da área. A noite do camisa 1 seria assim, repleta de altos e baixos.

A primeira boa jogada de ataque do Glorioso só foi construída aos 17 minutos. Fahel, dentro da área, chutou de perna esquerda e mandou para a lateral. Antes que a bola saísse, Marcelo Cordeiro aproveitou e cruzou para Loco Abreu, que desviou com perigo. Apesar de estar pior do que o adversário, o Botafogo empatou aos 20. Loco Abreu deu ótimo passe de calcanhar para Lucio Flavio, que, da esquerda, cruzou rasteiro para Herrera. O argentino, de carrinho, mandou para o fundo da rede: 1 a 1 no placar e um pouco mais de tranquilidade nas arquibancadas vazias do Engenhão - foram 3.981 pagantes.

Como o empate não lhe interessava, o Santa voltou ao ataque. Aos 24 minutos, Léo tentou repetir a dose e mandou uma bomba de muito longe. Desta vez, Jefferson não deu bobeira e voou para, de mão trocada, fazer linda defesa. Aos 33, o Botafogo voltou a incomodar. Eduardo - vaiado sempre que pegava na bola - matou no peito e emendou um belo chute, que passou perto.

Ainda havia emoções reservadas para o finzinho do primeiro tempo. Aos 45 minutos, Brasão arrancou e levou a bola até dentro da área. Lutou até o fim, evitando a saída pela linha de fundo, e cavou pênalti após choque com Leandro Guerreiro. O árbitro caiu na do atacante e interpretou infração. Na cobrança, Élvis bateu com força, mas Jefferson voou no canto direito e se redimiu do erro no gol do Santa. A torcida alvinegra chamou o goleiro de melhor do Brasil. Ele já havia defendido uma cobrança no primeiro jogo, no Arruda. Parecia o cenário perfeito para a consagração do camisa 1. Só parecia...


Emoção até o fim e classificação do Santa

O Botafogo voltou do vestiário com uma formação mais ofensiva, para alegria da torcida, com o atacante Caio no lugar do volante Eduardo. Mas a primeira boa chance na segunda etapa foi criada pelo time pernambucano. Aos seis minutos, Élvis chegou pelo lado esquerdo e finalizou com força. Jefferson se esticou e fez boa defesa.

Apesar de ter mais um atacante, o Alvinegro tinha dificuldades para sair do campo de defesa. E novamente viu o Santa ameaçar. Aos 19, Dedé entrou driblando pelo meio da zaga e arriscou o chute. Jefferson bateu na bola com a ponta dos dedos e mandou por cima do gol.

A resposta do Bota foi em uma bola parada. Aos 21, Marcelo Cordeiro cruzou na área, e Loco Abreu, bem posicionado na primeira trave, desviou. A bola, no entanto, foi à esquerda do gol.

O que os torcedores alvinegros mais temiam aconteceu aos 25 minutos. Brasão recebeu dentro da área, girou e bateu forte para o gol. Jefferson foi mal. Tocou na bola, mas não o suficiente para impedir o desempate.

Desesperado, o Botafogo foi para cima na base do "abafa". Aos 39, Somália fez boa jogada e cruzou na medida para Herrera. O atacante mandou de cabeça e obrigou o goleiro Tutti a fazer grande defesa. Um minuto depois, Loco Abreu resvalou de cabeça, e a bola sobrou para Herrera. O argentino encheu a canhota e fez um golaço: 2 a 2. O Engenhão enlouqueceu com o empate que, àquela altura, parecia um sinal de que a vaga não escaparia mais.

Mas a alegria alvinegra não passou de cinco minutos. Aos 45, após intensa pressão pernambucana na área carioca, Souza aproveitou um chute errado de Joelson e completou para a rede, dentro da pequena área, com Jefferson e outros três alvinegros dando condição de jogo. Era o ovo de Páscoa da pequena, porém eufórica torcida pernambucana na arquibancada. E para os perplexos torcedores do Botafogo, não faltarão Judas a serem malhados.

Ficha técnica: 

BOTAFOGO 2 x 3  SANTA CRUZ
Jefferson, Fahel (Gabriel), Antônio Carlos e Danny Morais; Somália, Leandro Guerreiro, Lucio Flavio (Edno), Eduardo (Caio) e Marcelo Cordeiro; Herrera e Loco Abreu. Tutti, Wellington, Alysson, Luiz Eduardo e Edson Miolo (Marcos Mendes); Léo, Goiano, Dedé (Marcelinho) e Elvis; Joelson e Brasão.
Técnico: Joel Santana. Técnico: Dado Cavalcanti.
Gols: Léo, aos seis, e Herrera, aos 20 minutos do primeiro tempo; Herrera, aos 40, e Souza, aos 45 da segunda etapa.
Cartões amarelos: Goiano, Brasão (SCR); Fahel (BOT).
Público: 3.981 pagantes (4.911 presentes)
Renda: R$ 69.595,00
Estádio: Engenhão. Data: 01/04/2010. Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (DF) Auxiliares: Renato Miguel Vieira (DF) e Ciro Chaban Junqueira (DF).

 

 

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