Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sexta-feira, 5 de março de 2010

POLÍTICA INTERNA - Ciro critica a pressão em cima de Aécio

Alessandra Mello
Publicação: 05/03/2010 09:10
 
O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), pré-candidato à Presidência da República, criticou a pressão que está sendo feita pelo PSDB e pelo DEM para que o governador Aécio Neves (PSDB) aceite ser candidato a vice-presidente em uma chapa encabeçada pelo governador paulista, José Serra. Disse ainda que o governador mineiro não pode ser “manipulado” pelo PSDB como se fosse apenas um “instrumento eleitoral, por aqueles que querem ver Minas de for a do poder”. A pressão para Aécio ser vice aumentou depois das recentes pesquisas que apontam a queda de Serra e o crescimento da candidata do PT, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

“A turma de São Paulo quer resolver esse problema no gabinete. Querem tirar a política do povo. O Aécio tem delegação de Minas Gerais para ser presidente, não para ser vice de um cara que impede ele de ser presidente”, afirmou Ciro, que reiterou mais uma vez que pretende disputar o Palácio do Planalto. Segundo ele, uma eleição com Dilma, Aécio e ele como candidatos facilitaria um entendimento futuro e enterraria a política de ódio e a disputa entre o PT e o PSDB de São Paulo , que domina o poder desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994.

“A radicalização provinciana da política de São Paulo entre o PT e o PSDB tem feito muito mal ao país. E o Aécio vindo pelo PSDB, a Dilma pelo PT e eu saindo pelo PSB o Brasil inaugura uma nova fase, em que a política enterra o ódio, para refundarmos no Brasil a prática do diálogo”. Segundo o deputado, nessa situação, o vencedor poderá estender a mão para os vencidos e receber deles a cooperação. “Com isso a gente exclui esses setores que não saem do poder nunca”, afirmou.

Alianças
Com discurso de candidato, criticou até as alianças feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para governar e o acordo PT-PMDB, base da candidatura da ministra Dilma. “O Fernando Henrique Cardoso sob o pretexto de que precisava arrumar maioria se agarrou a tudo que não presta na política. Aí o Lula vem para a política, o PSDB não dialoga e ele se agarra com quem? Com tudo que não presta na política” atacou o ex-ministro. Ciro chamou a atenção para o fato de o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ser peça central do PT no Senado depois de ter sido ministro da Justiça do governo Fernando Henrique e de o líder do governo Lula na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR) ter sido líder também do governo tucano. “Não é possível isso”, disse Ciro.

Pressionado pelo Palácio do Planalto a desistir da corrida presidencial e disputar o governo de São Paulo, Ciro Gomes reafirmou que é candidato à Presidência da República. Depois do discurso de ataque ao PT e ao PSDB paulista, o deputado pediu votos a um repórter que o entrevistava antes do início da cerimônia. “Sou candidato a presidente da República e peço seu voto se você não achar um melhor do que eu”, afirmou Ciro, mostrando disposição para a campanha à sucessão de Lula.

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