De Denise Rothenburg:
Deu no Correio Braziliense
A bancada mineira de partidos aliados a Aécio Neves e ao governo Lula aproveitou a solenidade do aniversário de Tancredo, que, se fosse vivo, completaria cem anos hoje, para deflagrar uma campanha pela troca do candidato. E esse movimento deve se intensificar hoje com a inauguração do centro administrativo do governo de Minas Gerais, que Aécio vai inaugurar na presença de políticos das mais diversas matizes partidárias.
A ideia é mostrar que Aécio é capaz de quebrar o castelo de partidos que o presidente Lula tenta construir para abrigar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Aécio chegou aqui pressionado para ser o vice do (José) Serra. Saiu nos braços dos aliados do PMDB, do meu PSB, do PSDB e do DEM”, comentou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Tão logo terminou a solenidade no Senado, Aécio se reuniu com um grupo de tucanos no gabinete do líder do partido, Arthur Virgílio (AM), todos ansiosos com o fato de Serra ainda não ter se posicionado diretamente.
Ali, tentaram saber de Aécio se ele aceitaria ser candidato se Serra desistisse. O mineiro, no entanto, reforçou que não pretende concorrer, apesar da movimentação dos mineiros. O senador Tasso Jereissati (CE) entrou na conversa: “Se o Serra desistir, nós iremos te buscar”.
A conversa terminou aí, uma vez que a bola da candidatura está nos pés do governador de São Paulo, que mantém o partido ansioso.
Os mineiros são os mais nervosos: “O que irrita é que a cúpula do PSDB sequer levou em conta a candidatura Aécio. Os paulistas decidiram que o candidato é o Serra e ponto final. O Aécio tem maior capacidade de agregar. Essa história de vice é um desrespeito, dizer que, se não for, será o culpado pela derrota do Serra. O Serra não pode culpar o Aécio”, diz o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG).
O presidente do DEM, Rodrigo Maia, observa preocupado: “Temo pelos próprios mineiros, que já se frustraram quando Aécio anunciou que disputaria o Senado. Agora eles podem se decepcionar novamente, apostando na desistência de Serra. Esse jogo é muito ruim tanto para o PSDB como para todos nós que estamos juntos”, afirma.
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