Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

domingo, 7 de março de 2010

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL - José Serra só decola oficialmente em abril 6 de março de 2010 (VIA VEJA)

O governador de São Paulo, José Serra, esteve em nove eventos públicos na semana passada. Foi saudado como o candidato dos tucanos, discursou como o candidato dos tucanos, posou como o candidato dos tucanos, mas não anunciou formalmente sua entrada na disputa. Ele o fará até o início de abril. Adiar o máximo possível a decisão exasperou seus aliados. Aos olhos de Serra, porém, a estratégia se justificou. Ela o poupou por mais tempo de ser alvo preferencial de ataques, com o consequente desgaste natural que isso acarreta a quem, como ele, lidera as pesquisas de intenção de voto. A candidata oficial, Dilma Rousseff, está em campanha há quase dois anos e já aparece nas pesquisas a apenas 4 pontos do governador. Mas nem mesmo isso acelerou os planos de Serra. Ele se manteve fiel ao cronograma original desenhado em sua cabeça no ano passado. Essa é a parte da estratégia tucana que parece estar sob controle.
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O que claramente não está é a composição da chapa que vai disputar a eleição com Dilma Rousseff neste ano. Isso ficou evidente na principal incursão de Serra na semana passada – a tentativa de convencer o governador Aécio Neves a aceitar a candidatura à Vice-Presidência. Um bom desempenho em Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país, com 14 milhões de votos, é fundamental para os tucanos, que pretendem compensar no Sudeste a montanha de votos que Lula provavelmente transmitirá para a candidatura da ministra Dilma. Alistar Aécio como segundo nome da chapa tucana é, como dizem os mineiros, fácil ou impossível. Governador em segundo mandato, com aprovação expressiva em Minas, Aécio tinha legítima intenção de ser o candidato do PSDB à Presidência. Desistiu oficialmente em dezembro passado.
O convite formal para Aécio Neves ingressar na chapa como candidato a vice-presidente foi feito pelo governador paulista durante uma longa conversa que os dois tiveram em Brasília na quarta-feira passada, que invadiu a madrugada. Segundo aliados de Serra, no cardápio apresentado para tentar seduzir Aécio, ele ofereceu o óbvio: espaços amplos de atuação ao vice – ou seja, ministérios – num eventual governo tucano. Quais ministérios? Não se chegou a esses detalhes. Serra disse que, uma vez presidente, sua prioridade de reforma política será acabar com a reeleição, restabelecendo o mandato único de cinco anos – a valer para o seu sucessor. Assim, Aécio poderia ser candidato à Presidência já em 2015. O governador de Minas não se rendeu aos argumentos de Serra. Repetiu ao colega paulista o que vem dizendo em público – que poderia ajudar mais ficando em Minas Gerais e pedindo votos para o PSDB e que vai arregaçar as mangas, sim, para ajudar a elegê-lo o próximo presidente. Como se vê, eles têm objetivos comuns, mas caminhos diferentes.

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