Mineiro garantiu que se empenhará eleitoralmente e sugeriu maior proximidade para facilitar sua colaboração
Christiane Samarco - Estadão
PROMESSA - "Farei o que for necessário para ajudar. Os resultados vão mostrar meu empenho", diz Aécio
BRASÍLIA
José Serra convidou na madrugada de quarta-feira o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), para ser seu vice numa chapa tucana puro-sangue na eleição presidencial de outubro. Pela primeira vez, diante de um convite explícito, Aécio também foi explícito e disse a Serra que não quer ser candidato a vice.
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BRASÍLIA
José Serra convidou na madrugada de quarta-feira o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), para ser seu vice numa chapa tucana puro-sangue na eleição presidencial de outubro. Pela primeira vez, diante de um convite explícito, Aécio também foi explícito e disse a Serra que não quer ser candidato a vice.
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Aécio reitera que não aceitará ser vice na chapa de Serra
O encontro, em um hotel de Brasília, começou tarde da noite de terça-feira e entrou pela madrugada de quarta. O governador paulista convidou Aécio para ser "parceiro" em uma "chapa café com leite", isto é, numa aliança de Minas com São Paulo. Para uma ala dos líderes tucanos, o "não" de Aécio ainda era tratado, ontem à noite, como reversível. Os relatos sobre o encontro, porém, reforçam a tendência de que o governador mineiro não voltará atrás.
Depois do convite de Serra, Aécio pediu que se encerrasse ali a conversa sobre essa questão. O mineiro argumentou que esse debate é ruim porque afeta o próprio Serra e admitiu que a eleição será muito dura. "O que posso garantir é o resultado em Minas Gerais", disse Aécio a Serra. "Farei tudo o que for necessário para ajudar. Os resultados vão mostrar o meu empenho."
Em uma demonstração de boa vontade, Aécio sugeriu a Serra que estreitassem a convivência, porque a proximidade vai possibilitar "uma colaboração mais concreta". Mais tarde, em conversa com senadores tucanos e sem mencionar o encontro reservado com o governador paulista, Aécio procurou deixar claro que não pode sair de Minas, porque a disputa no Estado também é muito dura e, se ele se ausentar, seu candidato, Antônio Anastasia, perderá a eleição. Explicou que há uma frente muito grande contra ele em Minas, unindo PT, PMDB e o vice-presidente José Alencar.
Preocupados com os resultados das últimas pesquisas eleitorais, apontando o crescimento da candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT) e Serra em baixa contínua, tucanos de todo o País torciam por um fato novo que pudesse reverter a tendência de queda. A avaliação geral era de que só o anuncio de Aécio na vice poderia dar força política para segurar os eleitores Brasil afora. Terão de se contentar com a promessa do mineiro de levar os votos de Minas a Serra.
Um interlocutor de ambos acrescenta que Serra encarou a negativa com normalidade. Disse que faz parte da vida política e que o importante é ter Aécio a seu lado, trabalhando por ele. "O Serra ficou satisfeito com o compromisso do Aécio", disse o interlocutor.
GESTO
Partiu do governador de São Paulo a iniciativa da conversa, pessoal e sem testemunhas, sobre a candidatura tucana e a melhor tática para conquistar os votos do segundo maior colégio eleitoral do País. Serra devia o gesto de "fazer a corte" ao mineiro, desde dezembro, quando Aécio se retirou oficialmente da disputa. A conversa já estava pré-agendada havia quase um mês e, como Aécio já havia ensaiado o discurso da negativa, nada melhor do que adaptar o encontro ao estilo discreto de Serra. Nesse caso, os dois preferiram um encontro reservado ao jantar inicialmente programado para ontem, em Belo Horizonte.
Aos tucanos e partidos aliados que insistem que componha a chapa com Serra, Aécio já avisara que não adianta pressão. Na sessão em homenagem ao centenário de nascimento de seu avô, Tancredo Neves, até citou a frase com que ele, em 1985, respondeu à pressão do então deputado João Amazonas (PC do B) para que assumisse posições radicais: "Não adianta empurrar. Empurrado eu não vou." COLABOROU ANA PAULA SCINOCCA
O encontro, em um hotel de Brasília, começou tarde da noite de terça-feira e entrou pela madrugada de quarta. O governador paulista convidou Aécio para ser "parceiro" em uma "chapa café com leite", isto é, numa aliança de Minas com São Paulo. Para uma ala dos líderes tucanos, o "não" de Aécio ainda era tratado, ontem à noite, como reversível. Os relatos sobre o encontro, porém, reforçam a tendência de que o governador mineiro não voltará atrás.
Depois do convite de Serra, Aécio pediu que se encerrasse ali a conversa sobre essa questão. O mineiro argumentou que esse debate é ruim porque afeta o próprio Serra e admitiu que a eleição será muito dura. "O que posso garantir é o resultado em Minas Gerais", disse Aécio a Serra. "Farei tudo o que for necessário para ajudar. Os resultados vão mostrar o meu empenho."
Em uma demonstração de boa vontade, Aécio sugeriu a Serra que estreitassem a convivência, porque a proximidade vai possibilitar "uma colaboração mais concreta". Mais tarde, em conversa com senadores tucanos e sem mencionar o encontro reservado com o governador paulista, Aécio procurou deixar claro que não pode sair de Minas, porque a disputa no Estado também é muito dura e, se ele se ausentar, seu candidato, Antônio Anastasia, perderá a eleição. Explicou que há uma frente muito grande contra ele em Minas, unindo PT, PMDB e o vice-presidente José Alencar.
Preocupados com os resultados das últimas pesquisas eleitorais, apontando o crescimento da candidatura da ministra Dilma Rousseff (PT) e Serra em baixa contínua, tucanos de todo o País torciam por um fato novo que pudesse reverter a tendência de queda. A avaliação geral era de que só o anuncio de Aécio na vice poderia dar força política para segurar os eleitores Brasil afora. Terão de se contentar com a promessa do mineiro de levar os votos de Minas a Serra.
Um interlocutor de ambos acrescenta que Serra encarou a negativa com normalidade. Disse que faz parte da vida política e que o importante é ter Aécio a seu lado, trabalhando por ele. "O Serra ficou satisfeito com o compromisso do Aécio", disse o interlocutor.
GESTO
Partiu do governador de São Paulo a iniciativa da conversa, pessoal e sem testemunhas, sobre a candidatura tucana e a melhor tática para conquistar os votos do segundo maior colégio eleitoral do País. Serra devia o gesto de "fazer a corte" ao mineiro, desde dezembro, quando Aécio se retirou oficialmente da disputa. A conversa já estava pré-agendada havia quase um mês e, como Aécio já havia ensaiado o discurso da negativa, nada melhor do que adaptar o encontro ao estilo discreto de Serra. Nesse caso, os dois preferiram um encontro reservado ao jantar inicialmente programado para ontem, em Belo Horizonte.
Aos tucanos e partidos aliados que insistem que componha a chapa com Serra, Aécio já avisara que não adianta pressão. Na sessão em homenagem ao centenário de nascimento de seu avô, Tancredo Neves, até citou a frase com que ele, em 1985, respondeu à pressão do então deputado João Amazonas (PC do B) para que assumisse posições radicais: "Não adianta empurrar. Empurrado eu não vou." COLABOROU ANA PAULA SCINOCCA
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