Número de mortos sobe para 708. Ondas gigantes devastam a costa, e governo decreta toque de recolher em zona mais afetada
De Flávio Freire:
Os efeitos da devastação do terremoto de 8,8 de magnitude — o sexto mais intenso já registrado na História — que atingiu o Chile na madrugada de sábado começaram a ser mais bem avaliados ontem. Depois de sobrevoar de helicóptero as regiões de Bío Bío e Maule, cerca de 300 quilômetros ao sul de Santiago e as mais afetadas pela tragédia, a presidente Michelle Bachelet declarou que o número de mortos em todo o país subiu para pelo menos 708. E provavelmente vai aumentar, já que, segundo dados extraoficiais, pelo menos 400 pessoas ainda estariam desaparecidas. Além do tremor, as regiões costeiras do centro-sul do Chile sofreram os impactos de ondas de até 10 metros de altura em decorrência do sismo.
A maioria das mortes (quase 600) ocorreu em Maule, cuja maior cidade é Constitución, e em Bío Bío, onde fica Concepcíon, a segunda maior cidade do Chile e a mais próxima ao epicentro do terremoto ocorrido no mar, a 35 quilômetros de profundidade. Casas e estabelecimentos comerciais em Concepción ainda foram palco de saques por pessoas desesperadas por água e comida, manifestações logo repreendidas pela polícia.
Pela manhã, cerca de 150 pessoas usaram até pequenas retroescavadeiras para abrir a porta de ferro de um mercado no centro da cidade. Assim que entraram, alguns invadiram a seção de eletrônicos e eletrodomésticos. A polícia reagiu usando bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar os manifestantes.
— É para meu filho. Não temos onde comprar, a cidade está toda fechada — dizia um senhor, equilibrando pilhas de latas nos braços.
Enquanto isso, redes de TV mostravam casas sendo destruídas pelas águas, carros entrando em edifícios e barcos indo parar nas ruas de Concepción e outras cidades como Pelluhue e Constitución.
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