Vânia Cristino
Publicação: 03/03/2010 09:23
Ficar devendo na Caixa Econômica Federal não é um bom negócio. O cliente do banco que atrasar o pagamento de qualquer tipo de crédito, mesmo que por poucos dias, vai ser incomodado. Desde junho do ano passado que a Caixa reforçou seu modelo de cobrança. Agora, os clientes de todas as operações de financiamento da instituição que contarem com pelo menos 10 dias de atraso no pagamento da prestação devida recebem um telefonema alertando-o para a necessidade do pagamento da parcela. A medida parece ter dado certo. Segundo dados da Caixa, em 2009 foram recuperados créditos no valor de R$ 2,4 bilhões. Esse valor é 38% maior do que o valor recuperado em 2008.
"Muitas vezes o cliente precisa apenas ser lembrado para realizar o pagamento da prestação", avaliou Fábio Lenza, vice-presidente de pessoa física da Caixa. Segundo Lenza, a fase de telecobrança é muito importante para evitar que a situação de atraso dos contratos se agrave. Por isso a telecobrança da Caixa é feita por empresa especializada, com equipe capacitada a fazer contatos e a prestar os esclarecimentos necessários aos clientes. Nos R$ 2,4 bilhões de créditos em atraso recuperados no ano passado tem de tudo. Desde o crédito habitacional até as carteiras comerciais de pessoas físicas e empresas.
O superintendente nacional de manutenção e recuperação de ativos da Caixa, Humberto José Teófilo Magalhães, explicou que o endurecimento do banco com a cobrança não impede a negociação. "Temos toda a disponibilidade para negociar. Entendemos que, muitas vezes, o cliente pode estar passando por uma situação difícil, como a perda do emprego ou doença na família. Sempre com algum pagamento é possível ampliar o prazo e renegociar todo o débito em condições favoráveis", garantiu. De acordo com Humberto, até mesmo para poder emprestar mais, a Caixa precisa ter uma carteira de crédito saudável e equilibrada.
Outra medida implantada em 2009 que contribuiu para a recuperação de crédito foi a mudança no processo de credenciamento das empresas, também terceirizadas, que atuam em nome da Caixa na segunda fase de cobrança. Nessa fase o não pagamento da parcela deixou de ser um simples atraso. Com 60 dias de atraso ou três prestações não pagas, o cliente passa a ser considerado inadimplente. As empresas atuam em sistema de rodízio. A cada 60 dias, em média, o crédito em atraso que um empresa não conseguiu receber passa para outra. O sucesso na negociação com os clientes é fator considerado pela Caixa para a continuidade do credenciamento da empresa.
No caso das empresas, a cobrança de créditos em atraso passou a ser realizada de forma diferenciada e dependendo de aspectos tais como o prazo de atraso, valor da dívida e perfil do cliente. As empresas com créditos de maior valor podem negociar diretamente com as equipes das unidades de cobrança da própria Caixa.
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