Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quinta-feira, 4 de março de 2010

CAIXA DE PANDORA - Polícia Federal busca provas da tentativa de suborno no Distrito Federal

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
Atualizado às 18h08.
A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira novos mandados de busca e apreensão referentes à Operação Caixa de Pandora, que investiga o esquema de arrecadação e pagamento de propina no Distrito Federal que envolve o governador afastado José Roberto Arruda (sem partido).
Desta vez, a Polícia Federal estaria atrás de provas da tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra, uma das testemunhas do esquema. A tentativa de suborno levou Arruda e mais cinco aliados para a prisão por determinação do STJ (Superior tribunal de Justiça).
Um dos locais revistados pelos agentes da PF é o setor de informática da Câmara Legislativa. Segundo informações preliminares, os policiais estariam em busca de dados ligados ao ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM), preso pelo suborno. Os agentes recolheram mensagens eletrônicas.
Um comunicado enviado à diretoria de informática da Câmara determina a quebra de sigilo das mensagens recebidas e enviadas no início deste ano. "Determino que seja dado amplo e imediato acesso à autoridade policial federal a todas as mensagens eletrônicas remetidas e recebidas no período compreendido entre 1º de janeiro a 4 de fevereiro de 2010", diz o ofício.
Os mandados foram assinados pelo ministro Fernando Gonçalves, do STJ, no dia 11 de fevereiro, quando Arruda foi preso.
Outro local vasculhado foi a Companhia Elétrica de Brasília, onde trabalhava Haroaldo Brasil, outro preso pela tentativa de suborno.
Essa é a quinta vez que a Polícia Federal realiza busca e apreensão da Operação Caixa de Pandora, deflagrada no dia 27 de novembro, e que investiga o esquema de corrupção.
No último dia 13 de fevereiro, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão da Operação Caixa de Pandora. A ação envolveu o Palácio do Buriti, o Buritinga, sede provisória do governo local, o Na Hora --um posto de serviço públicos rápidos--, além de 12 endereços de pessoas ligadas ao esquema de arrecadação e pagamento de propina. Foram apreendidas mídias eletrônicas, como CDs, documentos, além de US$ 2.600 e R$ 1.000.
No dia 11 de fevereiro, quando Arruda foi preso por determinação do STJ, a PF vasculhou a residência oficial de Águas Claras, a casa particular de Arruda e o Buritinga, sede provisória do governo em Taguatinga.
No fim do ano passado, a PF apreendeu documentos e um computador na sede do Instituto Fraterna, ONG comandada pela mulher de Arruda, Flávia.
A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão no escritório político do governador, onde funcionou um de seus comitês na campanha de 2006. Outros alvos foram a Secretaria de Educação, a casa de Gibrail Nahib Gebrim, que comanda a unidade responsável por pagamentos na secretaria e a agência de turismo que seria da mulher de Gebrim.
A suspeita é de que Arruda participava de um esquema de desvio de recursos dos contratos do GDF (Governo do Distrito Federal), especialmente, no setor de informática. Parte do dinheiro serviria para pagar propina a parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal em troca de apoio a projetos de seu interesse ou para referendar contratos. As empresas repassariam o dinheiro ao GDF, que o encaminharia à base governista.
O esquema foi denunciado pelo ex-secretário Durval Barbosa em troca do benefício da delação premiada. Durval gravou vídeos mostrando Arruda, deputados distritais e empresários recebendo dinheiro da suposta propina.
Em depoimento ao Ministério Público, Durval disse que Arruda teria recebido R$ 3 milhões e o vice-governador, pelo menos, R$ 200 mil.
Na primeira parte da operação, a PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em gabinetes de órgãos públicos, residências e empresas localizadas em Brasília (DF), Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG).
Participaram da operação 150 agentes, que apreenderam computadores, mídias, documentos, além de quantias em diversas moedas --R$ 700 mil, US$ 30 mil e 5.000 euros.

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