De Merval Pereira, de O Globo:
O que prevalecerá na eleição presidencial deste ano, a capacidade de sedução popular do presidente Lula e a boa situação da economia, proporcionando uma sensação de bem-estar à população, ou a percepção de parte do eleitorado de que uma política externa cada vez mais radicalizada à esquerda tem reflexos inevitáveis na maneira de conduzir a política interna?
Mais ainda: a visão cada vez mais clara a favor de um Estado forte e ativista, que a ministra Dilma representa, indutor não apenas de investimentos, mas que escolhe as áreas prioritárias, financia projetos de grandes empresas multinacionais, privadas ou estatais, e define vencidos e vencedores, tem apoio da maioria da população ou é repudiada por ela?
Para quem já declarou que "uma pessoa idosa de esquerda deve ter problemas", o presidente Lula está se saindo melhor do que encomenda.
Ele já contou que resolveu criar o Partido dos Trabalhadores para se contrapor à atuação dos comunistas dentro das fábricas.
Lula definitivamente não é comunista, pode ser no máximo um socialdemocrata tipo europeu, mesmo sem saber mais semelhante aos seus arqui-inimigos do PSDB do que gostaria, mas cercado de assessores que ainda acreditam na implantação do socialismo.
Sua formação de líder sindicalista, acostumado a centralizar as decisões e a enfrentamentos radicais com grupos adversários, deixou-lhe no espírito uma queda por regimes autoritários que conseguem resultados rápidos, daí a admiração por planejamentos centralizados como os do governo Geisel. \
Sua opção preferencial pelos ditadores o aproxima cada vez mais de governos comunistas como o de Fidel Castro, e de teocracias autoritárias como a do Irã, como forma de se contrapor aos Estados Unidos, não para se opor a ele.
Lula sonha ser um polo de poder internacional, e por isso se coloca como possível mediador da crise do Oriente Médio, sem nenhuma base histórica nem geográfica para tanto.
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