Pai de Anwar al-Awlaki diz, em carta ao presidente dos EUA, que o filho é nada mais do que um estudioso do islamismo
De José Meirelles Passos - O Globo
A carta, contendo um apelo emocionado, foi colocada dias atrás sobre a mesa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. "Espero que o senhor reconsidere a sua ordem de matar ou capturar o meu filho, com base na equivocada suposição de que ele é membro da al-Qaeda" — escreveu Nasser al-Awlaki.
"Meu filho é inocente, não tem nada a ver com violência. É apenas um estudioso do islamismo e acredito que isso nada tenha a ver com terrorismo", insistiu o homem. "Portanto, imploro mais uma vez ao senhor para que respeite a lei. Se alguma vez Anwar fez algo de errado, ele deve ser processado de acordo com os princípios da lei americana" — insistiu o pai de Anwar al-Awlaki, um clérigo islâmico nascido nos EUA.
Anwar é suspeito de envolvimento na matança de 13 pessoas em novembro passado, numa base militar no Texas, executada por um major que o tinha como guru. E, também, de ser o homem que convenceu um jovem nigeriano a explodir um jato americano de passageiros que voava para os EUA no Natal.
Ele foi colocado em duas listas negras do governo americano: na da CIA, a agência central de espionagem, e na do Comando Conjunto de Operações Especiais, do Pentágono. Em ambas, aparece como "objetivo de alto valor" — um eufemismo que, na prática, significa que está marcado para morrer.
O fato de Al-Awlaki, de 38 anos, ser cidadão americano nato — é do Novo México, filho de pais iemenitas — causou um certo constrangimento. Alguns parlamentares alegam que a cidadania lhe dava direito de ser julgado nos EUA, e não assassinado pelo governo
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