Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Comissão do Senado convida Jobim para falar sobre compra de caças

Ministro também é chamado para falar sobre comissão da verdade.
Presidente da Câmara quer participar de decisão sobre caças.
Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou nesta quinta-feira (4) um convite para que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, fale sobre o processo de compras de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).

Acompanhando o assunto, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), disse esperar que o Conselho de Defesa Nacional seja convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o tema. Além de Lula, o Conselho é formado pelos presidentes da Câmara e do Senado e pelo vice-presidente da República. “Espero ser convocado e lá no conselho nós vamos discutir”, disse Temer. 
Comissão da verdade
O convite a Jobim para falar no Senado se estende também a outro tema polêmico, a criação de uma comissão de verdade para debater crimes praticados durante a ditadura militar. A pedido de Jobim, foi retirado do decreto que prevê a criação de um grupo de trabalho para debater o tema o termo “repressão”.

Além do ministro da Defesa, a comissão aprovou a presença do ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) para debater o tema. Vannuchi comandou as discussões que levaram ao Programa Nacional de Direitos Humanos. 
Jobim nega compra de caças
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, negou nesta quinta-feira (4) que o governo brasileiro tenha definido a suposta compra dos caças franceses para reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB). Presente na cerimônia de apresentação do balanço de três anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Brasília, Jobim afirmou que o processo sobre as aeronaves ainda não foi concluído.

"Não está definida a compra dos caças. O procedimento ainda está no Ministério da Defesa. A notícia não tem fundamento", disse Jobim.

Reportagem publicada nesta quinta pelo jornal "Folha de S. Paulo" afirma que, depois de uma queda de quase R$ 4 bilhões no valor do pacote de 36 caças, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, optaram pela proposta francesa na negociação de novos aviões para a FAB.



Segundo a publicação, a fabricante Dassault reduziu o preço final dos caças Rafale de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões) depois de uma revisão concluída no sábado (30), quando Jobim passou por Paris na volta de uma viagem a Israel. Mesmo com a redução, diz o jornal, a proposta francesa ainda tem valor maior qua a das concorrentes (US$ 4,5 bilhões da sueca Saab e US$ 5,7 bilhões da americana Boeing).

Em setembro de 2009,  Lula e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, emitiram comunicado conjunto em que anunciavam a intenção da parte do governo brasileiro de entrar em negociação para aquisição de 36 caças GIE Rafale. Os dois também assinaram acordos para o desenvolvimento compartilhado de submarinos e helicópteros. 

À época, para convencer o Brasil, a França aceitou em sua oferta uma transferência tecnológica considerada sem precedentes por Paris. Apesar do comunicado,  nenhuma outra proposta havia sido oficialmente excluída da concorrência.

Em janeiro de 2010, Lula disse  que a escolha dos caças não é uma questão comercial comum e que leva em conta outros fatores que o custo das aeronaves. Ele disse, ainda, que mantinha-se calado sobre essa questão porque era ele quem decidiria no final.

“O único que ficou em silêncio até agora fui eu. E fiquei em silêncio porque sou eu que tenho o poder de decidir. E quem tem o poder de decidir tem mais responsabilidade, não fala o que quer, fala o que pode”, disse o presidente.

Na ocasião, Lula afirmou ainda que conversou com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pediu que ele apresentasse um relatório sobre os três aviões que disputam a concorrência para atender a Força Aérea Brasileira (FAB).

“Quando esse relatório for apresentado pelo ministro Jobim a mim, tomarei a iniciativa de convocar o Conselho de Defesa, poderei tomar a iniciativa de fazer um debate no Congresso Nacional porque essa questão do caça não é uma questão comercial comum. Não é um acordo eminentemente econômico, que eu vou comprar um porque é mais barato ou vou comprar outro porque é isso”, argumentou.  Ele acrescentou, porém, que não deixaria a decisão para o próximo presidente.

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