Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Personagem do Dia - Matilde Ribeiro


Matilde Ribeiro (Flórida Paulista, 29 de julho de 1960) é uma assistente social e ativista política brasileira[1].

Índice
1 Biografia
2 Declarações polêmicas
3 Denúncias

Biografia
Militante do movimento negro e do feminismo, formou-se em Serviço Social na PUC de São Paulo. Nascida numa família de baixa renda, é filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Após participar da equipe da campanha petista vitoriosa nas eleições presidenciais de 2002, ela foi convidada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o primeiro-escalão do governo em março de 2003[2]. Ocupou até 1 de fevereiro de 2008 a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), que tem status de ministério.

Esteve em Manaus, em abril de 2005, na I Conferência Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, marcada pelo protestos do movimento mestiço[3] contra a política de não-reconhecimento da identidade cabocla pela SEPPIR[4].

Declarações polêmicas
Frases suas abordando a questão das cotas raciais na universidade, "Acho melhor ter brancos ressentidos, mas negros dentro das universidades do que ter branco feliz e negro fora da universidade"[5]. Em uma entrevista à BBC Brasil, a ministra causou polêmica ao declarar que "não é racismo quando um negro se insurge contra um branco", e que "[a] reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, […] é natural"[6]. Após repercussão negativa[7], a SEPPIR divulgou nota de esclarecimento assim como houve nota da própria ministra no sítio do PT[8]. Diversas entidades e instituições, inclusive afrodescendentes[9], manifestaram-se contra as declarações da ministra.

Denúncias
Entre o final de 2007 e o início de 2008 surgiram denúncias ligando a ministra a gastos considerados excessivos nos cartões de crédito corporativos distribuídos pelo governo federal a seus funcionários para custear despesas emergenciais. A ministra liderou as despesas, com gastos de 14 300 reais mensais em média, mais do que seu salário mensal de 10 700 reais.

Em 2007, pagou 171 500 reais em despesas de viagem, entre hotéis, restaurantes e aluguéis de carros (que responderam pela fatia mais pesada da fatura: 121 900 reais, sempre pagos à mesma empresa de locação de veículos); em 2006, suas despesas no cartão somaram 55 500 reais. Suas despesas foram quase sete vezes mais elevadas do que as do segundo colocado da lista; a assessoria da ministra justificou-se dizendo que, em 2006, teria havido necessidade de intensificar a relação com os novos governos estaduais e rediscutir políticas de promoção da igualdade racial, motivo pelo qual a ministra teria sido obrigada a viajar mais; suas despesas de viagem seriam feitas integralmente no cartão e, devido à falta de estrutura nos estados, tais como escritórios, carros oficiais e motoristas, as despesas com deslocamentos se elevaram. A secretaria ainda alegou ter usado os serviços da mesma locadora por ter "desempenho satisfatório pelo constante atendimento a autoridades, ofertando equipe qualificada em segurança e amplitude dos serviços em todo o território nacional", afirmando não haver contrato permanente com a empresa[10].

Em outubro de 2007, utilizou-se dos mesmos cartões para pagar despesa de 461,16 reais em um free-shop. Alertada pelo ministério, ela reconheceu o "engano" e afirmou ter ressarcido o valor à União em janeiro de 2008[11].

Em fevereiro de 2008, pediu demissão do cargo, pressionada pela mídia e ameaçada de demissão pelo Planalto por conta dos gastos irregulares[12].

Em 31 de julho de 2008, o Ministério Público Federal (MPF) entregou a denúncia por improbidade administrativa à Justiça Federal, porém só foi divulgada pelo Procuradoria da República do Distrito Federal em 7 de agosto. A ação pede a devolução aos cofres públicos de cerca de 160 mil reais. Se for condenada, poderá perder os direitos políticos por até oito anos[13].

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