Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

domingo, 3 de janeiro de 2010

O preso da cela 17



Deu no Ancelmo:

A repetição de mensalões no meio político é a evidência mais recente de que no Brasil os crimes praticados pelos vips ficam, quase sempre, sem castigo. Mas há uma exceção: o preso da cela 17, da galeria D, do presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8.
Desde o escândalo do Marka, quando o banco desmilinguiu com o terremoto cambial de 1999, o ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, que completa 66 anos quinta agora, já dormiu em cadeias do Rio e de Mônaco quase 900 dias — o que, para padrões do andar de cima, não é pouco.
Com mais dois presos, Cacciola divide uma cela em Bangu, no Rio, na região conhecida por ter as mais altas temperaturas do já nada ameno verão carioca. Ao chegar, em julho de 2008, como outros presos, Cacciola foi registrado e fotografado com o uniforme penitenciário: blusa branca e calça jeans.
Na cadeia, ele não se interessou por atividades chamadas de ressocialização. Não trabalha, por exemplo, como faxina, aquele tipo de preso que limpa as mesas dos refeitórios e as salas dos guardas de segurança. A rotina do ex-banqueiro não chega a ser empolgante. As visitas acontecem às segun$e sextas, entre 9h e 16h. Os visitantes podem levar alimentos, produtos de higiene e de uso pessoal.
Cacciola poderá pedir o benefício da progressão de regime (de fechado para semi-aberto) em 7 de julho de 2010, quando terá cumprido um sexto da pena. Mas o assunto está sendo discutido na Justiça por causa de um incidente ocorrido no dia 28 de julho. Segundo o Ministério Público do Rio, após receber uma visita, o ex-banqueiro voltou alterado, pôs o dedo na cara do segurança e gritou palavrões.
Cacciola, por sua vez, denunciou alguns guardas e dirigentes do presídio a três procuradores da República, por truculência. Durante uma revista em sua cela este ano, o ex-banqueiro disse ter sido obrigado a ficar nu na frente de outros presos.









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