A idéia de transferir a Capital Federal do Rio de Janeiro para o interior do País já constava da primeira Constituição da República, promulgada em 1891. A proposta foi concretizada no governo do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, quase 70 anos depois, em 21 de abril de 1960, com a instalação dos Três Poderes da República em Brasília, na região Centro-Oeste. O Palácio do Planalto passou a sediar o Poder Executivo Federal. A solenidade reuniu vários chefes de Estado e um grande público que lotou a Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto.
A construção do prédio começou em 10 de julho de 1958 e, até a conclusão, a sede da chefia do Governo Federal funcionou no Palácio do Catetinho, um sobrado em madeira, inaugurado em 31 de outubro de 1956, nos arredores de Brasília. O projeto do Palácio do Planalto, de autoria do consagrado arquiteto Oscar Niemeyer, impressiona pela pureza de suas linhas, com grande poder dinâmico, em que dominam os traços horizontais, jogando-se curvas e retas num efeito plástico de grande requinte.
O prédio encanta pela beleza das colunas, assim definidas nas palavras do seu arquiteto: “Leves como penas pousando no chão”. Ao olhar de JK, “O Palácio do Planalto assemelha-se a uma caixa de vidro, à espera das orquídeas que no seu interior deverão ser depositadas”.
Em 1991, foi construído um lago em frente e na lateral direita do prédio, com uma área aproximada de 1.635 metros quadrados, comportando 1.900 metros cúbicos de água. A profundidade é de 1,1 metros e a largura varia de 5 a 20 metros. Suas águas acolhem várias carpas coloridas de origem japonesa.
O Palácio tem 36 mil metros quadrados de área construída, em quatro pavimentos do prédio principal e nos quatro prédios anexos. O título de propriedade em favor da União foi registrado no Cartório do 2º Ofício do Registro de Imóveis do Distrito Federal.
"No Palácio do Planalto – diz Niemeyer – eu queria fazer as colunas muito finas, eu sabia que o apoio acabava aqui, que isso aqui podia ser posto de lado, mas eu queria essa forma, achava que essa forma ficava mais festiva, que era mais bonita, que ela criava para quem passava entre elas pontos de vista diferentes".
A restauração do Palácio do Planalto
Iniciativa visa à preservação de parte essencial da história da Capital
Pela primeira vez em sua história, desde que foi inaugurado, em 21 de abril de 1960, o Palácio do Planalto passa por obras de restauração. Marco da transferência do Governo Federal para o interior do Brasil, o prédio está cercado de tapumes, enquanto em seu interior engenheiros, técnicos e operários da construção civil substituem o presidente, ministros, assessores e demais funcionários.
Para o presidente Lula, no Brasil, sempre que se decide fazer alguma reforma, mesmo que seja de prédio considerado patrimônio da humanidade, aparecem críticas de todos os tipos: que os gastos são desnecessários, que o dinheiro daria para fazer uma ponte, daria para fazer 50 casas populares, etc. “O dado concreto – diz o presidente – é que as mesmas pessoas que muitas vezes fazem essas críticas costumam viajar para outros países, sobretudo para a Europa e voltam fascinadas: ‘por que o Brasil não preserva o seu patrimônio, como a Europa preserva?”.
O processo de deterioração das instalações do prédio, quase cinquentenário, era evidente. O presidente Lula tomou a decisão política de fazer a reforma no início do segundo mandato, mesmo tendo ouvido muitas sugestões para deixar a iniciativa para o próximo governo e evitar os transtornos decorrentes de um empreendimento como esse. As razões para a decisão, segundo o presidente são várias: “O Palácio do Planalto é uma das coisas mais fantásticas que nós temos no Brasil. Não só foi arquitetado pelo gênio Oscar Niemeyer, mas teve com primeiro presidente a figura inesquecível de Juscelino Kubitschek.”.
Em linhas gerais, a restauração prevê, entre outros, os seguintes serviços: troca das instalações das redes lógica, elétrica, hidráulica e sanitária, dos sistemas de incêndio e de ar condicionado; substituição de alvenarias e divisórias; restauração da fachada (peças de mármore e granito); construção de estacionamento para 500 veículos; substituição de toda a parte de alta tensão e geradores de energia; restauração das esquadrias e troca de vidros; construção de escada contra-incêndio; implantação do sistema de aproveitamento de águas; e modernização tecnológica.
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