origem : Reinaldo Azevedo
Já não temos a menor dúvida sobre o que querem os besouros que o povo chama carinhosamente de “rola-bosta”: censurar a imprensa e mamar nas tetas do estado. Mas, em breve, eu lhes mostrarei essa verdade pela boca dos próprios, numa nada surpreendente, mas sempre espantosa, confissão. Vocês vão adorar. Aguardem um pouco. Conforme for, exibo o filme ainda hoje.
Esses notáveis democratas fizeram o debate regredir à Rússia de 1918, no ano seguinte ao golpe bolchevique. Mostram-se ainda mais ortodoxos, nas sua defesa da doutrina liberticida, do que o Stálin de 1936 ou a burocracia soviética de 1977.
Na primeira constituição soviética, de 1918 — na verdade, ainda da República Socialista Federativa Soviética da Rússia (Íntegra aqui) —, lia-se sobre a imprensa:
Com o objetivo de assegurar a liberdade de expressão às massas trabalhadoras, a República Socialista Federativa Soviética da Rússia abole a dependência que a imprensa tem do capital e transfere aos trabalhadores e aos camponeses os meios técnicos necessários para a publicação de jornais, panfletos livros etc e garante sua livre circulação em todo o país.
Sim, os besourões sonham com o verbo “abolir” aplicado no contexto acima. E se apresentam como os “trabalhadores e camponeses” que receberão, então, os meios técnicos adequados para fazer a “imprensa popular”. A maioria não trabalha e vive do dinheiro público. E a totalidade deles, incluindo João Pedro Stédile, deve imaginar que melancia nasce em árvore. Estes são os nossos “proletários” e os nossos “camponeses”.
Se o camarada Stálin lesse as propostas da tal Confecom (Conferência de Comunicação) ou do Programa Nacional dos Direitos Humanos, versão 3.0, ou, ainda, os textos preliminares da Conferência de Cultura, talvez dissesse: “O que é isso, companheiro? Vamos mais devagar. A Constituição soviética de 1936 (íntegra aqui) conseguia ser mais mansa com a liberdade de expressão do que a turma de Paulo Vannuchi, Dilma Rousseff e Franklin Martins. Leiam o Artigo 125:
Em conformidade com os interesses dos trabalhadores e com objetivo de fortalecer o sistema socialista, a lei garante aos cidadãos da URSS:
Liberdade de expressão;
Liberdade de imprensa;
Liberdade de reunião;
Liberdade de manifestação de rua;
Esses direitos civis estão garantidos porque se encontram à disposição dos trabalhadores e de suas organizações impressoras, papel, prédios públicos, ruas, meios de comunicação e outras condições materiais necessárias para o exercício desses direitos.
A Carta elaborada pela burocracia socialista em 1977 (aqui) foi um pouco mais sintética, mas também desagradaria aos nossos esquerdistas em sua mansidão:
De acordo com o interesse do povo e com o objetivo de fortalecer e fomentar o sistema socialista, é garantida aos cidadãos da URSS a liberdade de expressão, de imprensa, de reunião e de manifestação.
Também esse texto afirma que os trabalhadores têm à sua disposição os meios técnicos e aparelhos do estado para disseminar informações e a oportunidade de usar a imprensa, a TV e o rádio.
Mentira essencial
Bem, qual era a mentira essencial da URSS nesse particular — sempre observando que todo o sistema era fraudulento? Onde se lê “trabalhadores” ou “camponeses”, deve-se ler a burocracia do Partido Comunista. E isso era verdade em 1918, em 1936 ou em 1977. Também os nossos esquerdistas se querem porta-vozes dos trabalhadores. Quando pregam o “controle social da mídia”, estão falando de uma mídia que seja controlada por eles próprios — que passam a ser, então, a sociedade. Exagero? Vou provar que não! Vou exibir aqui uma formidável confissão.
A lembrança desses trechos de constituições soviéticas nos é útil porque dá, vamos dizer, paternidade histórica às proposta feitas pelos besourões — e todos sabemos o paraíso que lá se construiu. E olhem que afetavam bons propósitos, hein!? Os nossos stalinistas pançudos já não se dão o trabalho de disfarçar suas pretensões. Querem arreganhar os dentes já no texto legal — o que nem Stálin ousou fazer.
Vão conseguir? Não sei. Dilma Rousseff na Presidência da República é a melhor promessa que eles têm de lograr o seu intento. O Programa Nacional de Direitos Humanos passou pela Casa Civil. Ela é mais responsável pelo conteúdo final do documento do que Paulo Vannuchi. Ela é a esperança dos besourões. É a chance da revanche com que contam esquerdistas, oportunistas e dinheiristas vivaldinos de serviços. O tal programa é só uma espécie de síntese das pretensões da ex-militante da VPR e seus aliados oriundos da ALN e do MR-8.
Esses notáveis democratas fizeram o debate regredir à Rússia de 1918, no ano seguinte ao golpe bolchevique. Mostram-se ainda mais ortodoxos, nas sua defesa da doutrina liberticida, do que o Stálin de 1936 ou a burocracia soviética de 1977.
Na primeira constituição soviética, de 1918 — na verdade, ainda da República Socialista Federativa Soviética da Rússia (Íntegra aqui) —, lia-se sobre a imprensa:
Com o objetivo de assegurar a liberdade de expressão às massas trabalhadoras, a República Socialista Federativa Soviética da Rússia abole a dependência que a imprensa tem do capital e transfere aos trabalhadores e aos camponeses os meios técnicos necessários para a publicação de jornais, panfletos livros etc e garante sua livre circulação em todo o país.
Sim, os besourões sonham com o verbo “abolir” aplicado no contexto acima. E se apresentam como os “trabalhadores e camponeses” que receberão, então, os meios técnicos adequados para fazer a “imprensa popular”. A maioria não trabalha e vive do dinheiro público. E a totalidade deles, incluindo João Pedro Stédile, deve imaginar que melancia nasce em árvore. Estes são os nossos “proletários” e os nossos “camponeses”.
Se o camarada Stálin lesse as propostas da tal Confecom (Conferência de Comunicação) ou do Programa Nacional dos Direitos Humanos, versão 3.0, ou, ainda, os textos preliminares da Conferência de Cultura, talvez dissesse: “O que é isso, companheiro? Vamos mais devagar. A Constituição soviética de 1936 (íntegra aqui) conseguia ser mais mansa com a liberdade de expressão do que a turma de Paulo Vannuchi, Dilma Rousseff e Franklin Martins. Leiam o Artigo 125:
Em conformidade com os interesses dos trabalhadores e com objetivo de fortalecer o sistema socialista, a lei garante aos cidadãos da URSS:
Liberdade de expressão;
Liberdade de imprensa;
Liberdade de reunião;
Liberdade de manifestação de rua;
Esses direitos civis estão garantidos porque se encontram à disposição dos trabalhadores e de suas organizações impressoras, papel, prédios públicos, ruas, meios de comunicação e outras condições materiais necessárias para o exercício desses direitos.
A Carta elaborada pela burocracia socialista em 1977 (aqui) foi um pouco mais sintética, mas também desagradaria aos nossos esquerdistas em sua mansidão:
De acordo com o interesse do povo e com o objetivo de fortalecer e fomentar o sistema socialista, é garantida aos cidadãos da URSS a liberdade de expressão, de imprensa, de reunião e de manifestação.
Também esse texto afirma que os trabalhadores têm à sua disposição os meios técnicos e aparelhos do estado para disseminar informações e a oportunidade de usar a imprensa, a TV e o rádio.
Mentira essencial
Bem, qual era a mentira essencial da URSS nesse particular — sempre observando que todo o sistema era fraudulento? Onde se lê “trabalhadores” ou “camponeses”, deve-se ler a burocracia do Partido Comunista. E isso era verdade em 1918, em 1936 ou em 1977. Também os nossos esquerdistas se querem porta-vozes dos trabalhadores. Quando pregam o “controle social da mídia”, estão falando de uma mídia que seja controlada por eles próprios — que passam a ser, então, a sociedade. Exagero? Vou provar que não! Vou exibir aqui uma formidável confissão.
A lembrança desses trechos de constituições soviéticas nos é útil porque dá, vamos dizer, paternidade histórica às proposta feitas pelos besourões — e todos sabemos o paraíso que lá se construiu. E olhem que afetavam bons propósitos, hein!? Os nossos stalinistas pançudos já não se dão o trabalho de disfarçar suas pretensões. Querem arreganhar os dentes já no texto legal — o que nem Stálin ousou fazer.
Vão conseguir? Não sei. Dilma Rousseff na Presidência da República é a melhor promessa que eles têm de lograr o seu intento. O Programa Nacional de Direitos Humanos passou pela Casa Civil. Ela é mais responsável pelo conteúdo final do documento do que Paulo Vannuchi. Ela é a esperança dos besourões. É a chance da revanche com que contam esquerdistas, oportunistas e dinheiristas vivaldinos de serviços. O tal programa é só uma espécie de síntese das pretensões da ex-militante da VPR e seus aliados oriundos da ALN e do MR-8.
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