De Chico Otavio, de O Globo:
A Pousada Sankay (foto acima), um dos cenários da tragédia que atingiu Angra dos Reis no primeiro dia do ano, faz parte de uma lista de obras irregulares na Baía de Ilha Grande elaborada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) durante uma inspeção especial em 2007.
O levantamento, motivado pela operação Carta Marcada, da Polícia Civil, afirmou que a Sankay, assim como outros empreendimentos na Costa Verde, estava "sobre a área de domínio dos costões rochosos, especialmente quanto ao descumprimento do recuo mínimo exigido na zona costeira, e construções no espelho d'água".
O TCE cobrou, no ano seguinte, providências da prefeitura de Angra para coibir as irregularidades, mas o deslizamento de terras revelou que as obras ilegais encontradas na pousada estavam intactas até a madrugada da tragédia. A vistoria incluía até uma foto da fachada da pousada.
- Não me lembro do relatório. Angra é muito grande. Mas nunca deixamos de cumprir as determinações do TCE - alegou o ex-prefeito Fernando Jordão, que administrou Angra de 2001 a 2008.
[O ex-prefeito é tio do atual prefeito.]
Técnicos do Tribunal passaram um mês na Baía de Ilha Grande depois que a Carta Marcada descobriu um esquema de venda de licenças ambientais e fraudes em licitações envolvendo a agência local da Feema e as prefeituras de Angra e Paraty.
Na inspeção, eles apontaram anormalidades em propriedades privadas nas Praias do Bananal e Vermelha, na Ilha Grande, na Ilha das Palmeiras e no Condomínio Vilas Tanguá.
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