Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 16 de outubro de 2012

#COPA2014 - Itaquerão triplica de valor em dez meses e já atinge R$ 385 milhões

Rodrigo Mattos
Do UOL, em São Paulo

Coutinho, Diegues, Cordeiro/ DDG/ Divulgação
Estrutura metálica da cobertura do Itaquerão já começou a ser instalada

Com as obras iniciadas em maio de 2011, o Itaquerão já vale R$ 384,709 milhões. Esse valor está registrado em relatório oficial do fundo que controla o estádio do Corinthians e da abertura da Copa-2014, obtido pelo UOL Esporte. O documento, de agosto, é o último com informações ao mercado.

A reportagem apurou que o montante refere-se ao total investido na construção da Arena Corinthians, nome que consta no relatório. O orçamento para toda a obra é de R$ 820 milhões, mais cerca de R$ 50 milhões a serem gastos em instalações provisórias. Metade do valor será financiado por empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e metade por incentivos fiscais da prefeitura de São Paulo.

O valor do estádio tem crescido de forma exponencial neste ano, pois leva em conta justamente o andamento do projeto, que tem sido rápido. Assim, a valorização da arena é de 194% em apenas 10 meses, partindo de um valor inicial de R$ 97,5 milhões.

O estádio corintiano pertence ao Arena Fundo de Investimento Imobiliário, registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A empresa foi criada em dezembro de 2011 como parte da operação financeira para viabilizar as obras.

O Corinthians, por enquanto, não tem participação no valor da arena. O principal sócio do fundo é a Arena Itaquera S/A, registrada na Junta Comercial e que detém os 386,2 milhões de cotas seniores do fundo. Essa empresa tem como sócios e diretores registrados: Rodrigo Boccanera Gomes e Mauricio da Costa Ribeiro.

Mas isso não significa que eles são donos do estádio. Na verdade, eles são da BRL Trust, que faz a gestão de toda a operação financeira da arena. Essa empresa foi contratada pela Odebrecht e recebe R$ 75 mil mensais pelo serviço.

Embora não fale oficialmente sobre o assunto, fontes da construtora informam quem esta deu garantias para viabilizar os dois empréstimos bancários para tocar a obra –ainda foram usados recursos próprios dela. Ou seja, é a empresa quem viabilizou o crescimento do valor do estádio. Assim, será ela que terá direito a rendas dele para pagar por seus serviços.

Outro que terá direito sobre as receitas da arena, na frente da fila, é o Banco do Brasil, que servirá como intermediário do empréstimo a ser feito pelo BNDES. A operação está travada e em negociação no momento. Quando sair, o banco também se tornará cotista sênior do estádio.

O Corinthians, por enquanto, desempenhará o papel de cotista júnior do fundo do Itaquerão. Já foram emitidas R$ 268 milhões de cotas juniores para o clube, mas ainda falta integralizá-las, ou seja, torná-las efetivas. A expectativa é de fique com 470 milhões dessas cotas para os corintianos.

Nesta arrumação societária, o clube do Parque São Jorge terá direito de receber rendas da arena após ser descontado o dinheiro para pagar parcelas do empréstimo do BNDES e também a quitação dos investimentos feitos pela Odebrecht.

“Também teremos o direito de comprar as cotas seniores conforme for sendo pago o empréstimo. É como um financiamento. No final, vamos ficar com todas as cotas seniores e o estádio será nosso”, explicou o vice-presidente do Corinthians, Luis Paulo Rosemberg. Esse processo vai demorar o prazo que durar o empréstimo.

Até o momento, ainda em construção, o estádio corintiano não gera rendas. Pelos relatórios mensais, a rentabilidade do fundo foi negativa em oito dos dez meses de existência. A expectativa do clube para o futuro é bem otimista. Tanto que, quando fala sobre o valor do estádio no futuro, Rosemberg diz que esse atinge R$ 470 milhões.

Não leva em conta o que foi construído até agora. Seu número é uma espécie de expectativa de lucro com o estádio. Ou seja, o valor é a projeção de sua arrecadação em um prazo em torno de 10 anos, menos o valor que terá de pagar pela obra.

O montante real atual, no entanto, é baseado apenas no que existe de concreto: estruturas metálicas, arquibancadas e cobertura postas até agora na área de Itaquera.

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