Para vice-procuradora-geral eleitoral, previsão de gastos altos nas cidades mais pobres pode ser indício de compra de votos
O GLOBO
BRASÍLIA. O elevado gasto estimado pelos candidatos a prefeito dos cem municípios mais pobres do país, que pode chegar a R$ 97 milhões, como O GLOBO revelou ontem, pode ser um indicativo de risco de compra de votos de eleitores nestes locais. A avaliação é da vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau. Ela fez um alerta aos promotores e procuradores regionais eleitorais para que fiquem atentos aos desmandos nas eleições nestas cidades mais carentes. As previsões de gasto foram declarados pelos próprios candidatos à Justiça eleitoral.
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— É surpreendente o volume de recursos estimado pelos candidatos em cidades com tão pouco eleitores e eleitores tão pobres. Nas eleições municipais sempre tempos muitos problemas de compra de votos e, quando olhamos esses casos, está claro que esse dinheiro todo não é necessário para a eleição, vai servir para outra coisa, muito provavelmente comprar o voto do eleitor — disse Sandra.
Ela disse que gostaria de fazer um alerta aos procuradores e promotores eleitorais para tem cuidado na coleta de provas das ilicitudes:
— Muitos processos de compra de votos têm resultado negativo, instrução malfeita, as testemunhas são dos adversários. A compra de votos pode ser provada, desde que o Ministério Público Eleitoral fique atento e as pessoas denunciem.
A reportagem do GLOBO mostrou que nos cem municípios mais pobres do país, aqueles com mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), existem 900 mil eleitores. O total de gastos previstos pelos candidatos a prefeitos nessas cidades fará com que o custo por voto chegue a R$ 110,84 por eleitor. Esse valor é dez vezes maior do que o registrado no Rio, onde o custo por eleitor está estimado em R$ 10,64.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/topico-eleicoes-2012/mp-alerta-para-risco-de-fraude-em-eleicoes-caras-5554385#ixzz21RNbdq2W
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