O escândalo de corrupção mais célebre da história recente, cujo capítulo final começa a se desenhar esta semana, ganhou mais fama pelo número de envolvidos e pelo seu peso político, que pelo montante desviado – até hoje um valor apenas estimado pelo Ministério Público com base principalmente em declarações do pivô do esquema, o publicitário Marcos Valério. O número que aparece na peça acusatória assinada pelo Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, é R$ 141 milhões em movimentações fraudulentas e na compra de apoio político, durante dois anos.
O valor é menor, por exemplo, que o surrupiado da obra do TRT de São Paulo - escândalo que eclodiu em 2000, quando a união do empreiteiro e senador cassado Luís Estevão com o juiz Nicolau dos Santos Neto, segundo investigações, resultou num desvio R$169 milhões.
A origem do dinheiro é ponto crucial no debate jurídico que começa nesta quinta. É a caracterização da recursos – se lícitos ou ilícitos - que determinará a existência ou não de alguns crimes, como lavagem de dinheiro, por exemplo. A defesa sustentará que os recursos vieram de empréstimos bancários. A acusação alegará que esta versão é mera cortina de fumaça para esconder o golpe.
São as seguintes as cifras do escândalo:
R$ 141 milhões - Foi o montante movimentado pelo mensalão em dois anos, somados empréstimos bancários e os recursos que teriam sido desviados de contratos com o setor público. As informações são da Procuradoria Geral da República.
R$ 32 milhões – Foi a soma total repassada a beneficiários do esquema do mensalão, apontados nominalmente pela Procuradoria nas alegações finais do processo. O Ministério Público não esclareceu o que aconteceu com o restante do dinheiro.
R$ 56 milhões - Foi o valor total dos repasses de Marcos Valério a pedido do PT, segundo lista apresentada pelo próprio publicitário às autoridades, em 2005.
R$ 55 milhões - Foi o montante de empréstimos tomados pelas empresas de Marcos Valério junto aos Bancos Rural e BMG, segundo relação apresentada pelo publicitário para justificar a origem do dinheiro que movimentou.
Um comentário:
Infelizmente a gente sabe que ninguém vai devolver dinheiro aos cofres públicos , ninguém vai preso , ninguém vai ficar proibido de manter negócio com orgãos governamentais e o máximo fica 8 anos impossibilitado de se candidatar . Mas mesmo assim ainda faturam algum com o governo , abç.
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