Ex-presidente diz que atende a pedido de torcedores e alega gestão temerária para destituí-la do cargo no Flamengo
Por Eduardo Peixoto e Janir Júnior
Rio de Janeiro
Marcio Braga diz que contrato com Ronaldinho era
lesivo ao Fla (Foto: Paulo Jacob / Ag. O Globo)
Nesta quinta-feira, dia em que desembarca em Londres para aproveitar as duas semanas de licença da presidência, a presidente do Flamengo, Patricia Amorim, receberá a oficialização de que um de seus principais opositores, o ex-presidente Marcio Braga, entrou com um pedido para afastá-la da presidência por um processo de impeachment. O documento, elaborado por um renomado escritório de advocacia carioca, baseia-se no artigo 27 da Lei Pelé, que trata de gestão temerária, e será entregue ao Conselho Deliberativo do Flamengo ao meio-dia desta quinta.
A argumentação para tirá-la do cargo tem mais de 40 páginas e aponta, dentre outros pontos, a relação entre Flamengo e a empresa Locanty, a falta de patrocínio e os contratos do atacante Deivid e de Ronaldinho Gaúcho.
- Fiz isso porque não aguento mais dar respostas nas ruas aos torcedores comuns. De motorista de táxi a ascensorista. Todos querem a Patricia fora do Flamengo. Do jeito que está não pode ficar – disse Marcio Braga.
Durante a entrevista, o ex-presidente recebeu a ligação de fundadores de torcidas organizadas do Flamengo. Em outro ponto da cidade, eles discutiam um movimento que terá um outdoor pedindo a saída de Patricia e um cartaz sugerindo o “Dia do Fico... em Londres” para a presidente.
Um dos anexos do documento encaminhado ao Conselho terá a minuta do contrato entre Flamengo e Ronaldinho. Este é o maior foco de revolta do ex-presidente. Ele alega que há uma cláusula lesiva: se o Flamengo deixasse de pagar duas prestações teria de quitar o restante do contrato de forma integral, acrescido de uma multa de R$ 5 milhões.
- Fiz a besteira de ler o contrato antes de dormir. Perdi o sono e só consegui dormir às 3h da manhã, à base de remédio. Isso me deu um misto de revolta e medo. É uma coisa horrorosa. Por isso ela não mostra a ninguém – declarou.
A comissão de inquérito tem 30 dias para analisar o processo. Se não conseguir afastar Patricia imediatamente do cargo, Marcio Braga pretende impedi-la de concorrer às eleições de dezembro.
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