Estudante aguardava internação para se tratar de uma colecistite aguda calculosa - inflamação e cálculos na vesícula
Chico Siqueira, Especial para O Estado de S. Paulo - Agência Estado
ARAÇATUBA - Uma universitária morreu nessa quinta-feira, 26, enquanto esperava por um leito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Pronto-Socorro Central de Bauru (PSC), no interior de São Paulo. Dryelli Carla Alves de Brito, de 22 anos, aguardava a internação para tratamento de colecistite aguda calculosa (inflamação e cálculos na vesícula). Outras 47 pessoas também estavam na fila.
ONDE É
A estudante deu entrada no sistema no dia 22, num posto de saúde de bairro, e esperava a internação deitada numa maca no corredor do PSC. No dia 24, seu estado se agravou, mas quando conseguiram a transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Promissão, cidade a 122 quilômetros de Bauru, já era tarde. A moça morreu sem que fosse transferida.
Este não é o único caso registrado na cidade nesta semana: na última segunda-feira, 23, o aposentado Antonio Toledo, de 76 anos, morreu depois de aguardar por quatro dias uma vaga numa UTI. Ele entrou no sistema no dia 19 com sintomas de síndrome respiratória grave e morreu no dia 23, sem que a vaga fosse disponibilizada.
Responsabilidades e acusações. As mortes ocorrem há mais de um ano. Entre maio e junho do ano passado, 30 pessoas morreram enquanto esperavam, improvisadas no PSC, por vagas de internação. As autoridades de saúde trocam acusações. O município diz que o Governo do Estado não consegue disponibilizar as vagas no tempo necessário e a Secretaria da Saúde nega qualquer responsabilidade pelas mortes, afirmando que o município não faz os pedidos corretamente.
O diretor do PSC, Luiz Antônio Sabbag, disse que outras mortes já ocorreram e novas deverão acontecer devido ao mesmo problema. Nesta sexta-feira, 25 pessoas aguardavam por internações sem que houvesse leitos para todas elas.
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