Grasielle Castro - Correio Braziliense
O risco de colapso das Santas Casas de Misericórdia e dos hospitais filantrópicos por causa de dívidas milionárias pode comprometer a assistência médica oferecida em cerca de 900 cidades brasileiras. Esses municípios têm as entidades como principais centros médicos. Para as 2,1 mil instituições beneficentes do país, estima-se que o rombo seja de R$ 11,2 bilhões, de acordo com um relatório da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
O cenário nebuloso, revelado pelo Correio na edição de ontem, tem feito com que a administração dos hospitais, os funcionários, a comunidade e as prefeituras se mobilizem pela permanência do serviço. Em alguns municípios, os defensores das entidades fazem até rifa para tentar as Santas Casas. Esse é o caso da unidade de Tietê, distante 145km de São Paulo. Para não fechar as portas, a entidade lançou no início deste ano o sorteio de um carro zero-quilômetro. A figura do interventor da Santa Casa, antes vista como um cargo de prestígio e importância social, deu lugar, no início deste ano, ao posto burocrático de um interventor, com a tarefa de pôr ordem na casa. A dívida da unidade de Tietê já bateu os R$ 11 milhões e compromete o pagamento de fornecedores e de prestadores de serviço. Além da rifa, festas e leilões foram promovidos para arrecadar verbas e garantir o pagamento dos médicos.
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