Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

segunda-feira, 23 de abril de 2012

DESCIDADANIA NO RIO - Carro de seguradora impede passagem de cadeirante na Tijuca

No Centro do Rio, picape da Defesa Civil estaciona em vaga destinada a Pessoas com Necessidades Especiais.
Bernardo Barbosa, com os leitores Eduardo Mayr e Roberto Maciel
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Carro da Porto Seguro obstrui passagem na Rua Pereira Nunes, na Tijuca
Foto do leitor Eduardo Mayr / Eu-Repórter


RIO
- Apesar de manter no Facebook uma página em defesa de um trânsito mais gentil, a seguradora Porto Seguro demonstrou justamente o contrário no último dia 5, na Rua Pereira Nunes, na Tijuca, Zona Norte carioca. Estacionado sobre a calçada, um carro da companhia barrava a passagem de pedestres, como mostra o flagrante do leitor Eduardo Mayr. A foto, bastante divulgada nas redes sociais durante o mês de abril, mostra Thiago, amigo de Mayr, impedido de seguir adiante em sua cadeira de rodas.

“Após almoço na rua Pereira Nunes, encontramos esse carro da Porto Seguro quase que bloqueando completamente a estreita calçada. Nossa solução (dois cadeirantes): pedir ajuda para passar pela rua, que tem um tráfego pesado. Motoristas precisando de orientação e educação. Observação: o carro lá permaneceu por pelo menos uma hora”, relatou Mayr ao postar a imagem na página da Porto Seguro no Facebook.

Presidente da Associação Brasileira de Rúgbi em Cadeira de Rodas, Mayr conta que a má educação de motoristas não é o único problema que enfrenta nas ruas da Tijuca:

- O bairro é horrível para cadeirantes. Sempre há obstáculos, mesmo quando não há carros na calçada. Vejo muitos estabelecimentos sem nenhuma rampa. Isso tudo, fora o desrespeito a vagas destinadas a deficientes físicos.

O leitor também lembra que os problemas com as condições das calçadas e o estacionamento irregular sobre o passeio não são problemas novos na Tijuca:

- Quando minha filha de 8 anos era pequena, tinha que desviar pela rua para empurrar o carrinho de bebê. Agora, com a minha cadeira de rodas, tenho que fazer a mesma coisa - explica Mayr, que se acidentou em um mergulho em águas rasas há seis anos.

Em nota sobre o ocorrido, Julio Melo, ouvidor da Porto Seguro, diz que a empresa busca “atender questionamentos, dúvidas, críticas e sugestões para que as pendências sejam resolvidas o mais rapidamente possível e a contento de todos.” Segundo Melo, o objetivo da seguradora é “solucionar problemas com agilidade e, dessa forma, utilizar essa experiência para aprimorar processos e procedimentos. Procuramos disseminar também por todas as áreas, colaboradores e prestadores o genuíno interesse por prestar serviços de qualidade e oferecer soluções adequadas aos corretores, segurados e clientes em geral.”

Ainda de acordo com a nota, “o cidadão tem ganhado cada vez mais consciência de seu peso e seu papel na sociedade, procurando ser atendido de acordo com seus direitos e cobrando adequadamente os deveres das organizações.” Segundo Melo, a Porto Seguro acredita que “esse processo faz parte do amadurecimento da sociedade, e que assim evoluiremos, enquanto profissionais, consumidores e cidadãos.”

No Centro, carro da Defesa Civil dá mau exemplo
A invasão de vagas para deficientes citadas por Eduardo Mayr foi flagrada na quarta-feira (18) por outro leitor, Roberto Maciel, no Centro do Rio. Na Rua Senador Dantas, uma picape da Defesa Civil ocupava justamente o espaço destinado a veículos de cadeirantes.

A secretaria estadual de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros se comprometeu a abrir procedimento administrativo “para apurar o motivo de a viatura estacionar em local inadequado e quem era o condutor da mesma. Caso se confirme a irregularidade no procedimento do motorista, o mesmo será submetido às sanções administrativas cabíveis.”

Só em abril, o Eu-Repórter publicou outros dois flagrantes de desrespeito à circulação de pessoas com alguma deficiência pela cidade. No bairro de Santíssimo, uma rampa foi construída em apenas um lado de uma calçada da Avenida de Santa Cruz - após a denúncia do leitor Paulo Cesar da Costa, a denúncia foi corrigida. No Centro, dias antes da instalação do BRS da pista lateral da Presidente Vargas, uma placa que indicava linhas de ônibus foi instalada sobre o piso tátil, que serve de guia para deficientes visuais.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/eu-reporter/carro-de-seguradora-impede-passagem-de-cadeirante-na-tijuca-4710388#ixzz1sq6I28y8

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