Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 21 de abril de 2012

ALISTAMENTO MILITAR - Filas e humilhações nos Postos da Prefeitura em Campo Grande e Praça Seca


Alistamento: Juntas terão até o triplo de servidores
Após ‘O DIA’ mostrar filas humilhantes em Campo Grande e na Praça Seca, prefeitura se rende e anuncia que estuda pré-agendamento por telefone ou Internet


Rio
- A Prefeitura do Rio aumentou o número de servidores nas 14 juntas militares da cidade. Nas da Praça Seca e Campo Grande, onde O DIA mostrou filas humilhantes, com jovens dormindo até em árvores, foi triplicada a quantidade de funcionários no atendimento aos jovens que buscam o alistamento militar. Por lei, cabe ao Município administrar as juntas.

De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, nas juntas mais problemáticas, o número de servidores triplicou. O prazo para o alistamento termina dia 30. “De imediato, estamos concentrando esforços para evitar que jovens continuem passando por humilhações, conforme divulgado pela reportagem”, destacou Pedro Paulo.

Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia

Outras medidas, como a criação de um 0800 ou um site para agendamentos prévios e a ampliação dos horários de atendimento nas juntas de maior movimento também já estão sendo estudadas. A intenção é evitar que os jovens passem até 12h em filas.

O calvário enfrentado por rapazes para cumprir uma obrigação cívica nas juntas da Praça Seca e de Campo Grande inclui passar a noite na calçada e receber até ‘ovada’, como denunciou o Repórter X segunda-feira.

O alistamento militar é obrigatório. Quem o deixa de fazê-lo fica impedido de prestar concurso público, de se matricular em universidade e tirar passaporte.

Secretário cobrará cooperação dos militares
Em tom de desabafo, Pedro Paulo afirmou que na semana que vem vai se encontrar com representantes das Forças Armadas para começar a cobrar maior participação do Ministério da Defesa no atendimento aos jovens que precisam fazer o alistamento militar.

“Não dá para as Forças Armadas cruzarem os braços, baseadas numa lei jurássica, elaborada em 1964. Por que não utilizam soldados e os inúmeros quartéis ociosos existentes no Rio?”, questionou. A Lei 4.375 regulamenta o serviço militar e atribui às prefeituras a responsabilidade pelas juntas.

Em nota, o Ministério da Defesa informou que “orienta as prefeituras no sentido de preparar as estruturas para que possam atender adequadamente a demanda”.

O ex-sargento Fernando Alcântara, presidente do Instituto SER, que trata dos direitos humanos nas Forças Armadas, anunciou que, com base nas reportagens entrará com representação na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão: “Os jovens não podem continuar sofrendo maus tratos, submetidos a situações cruéis e degradantes, com a complacência das Forças Armadas e prefeituras”.



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