Dyelle Menezes e Ricardo Felizola
Do Contas Abertas
Nem mesmo o então presidente do Conselho de Ética do Senado, Demóstenes Torres, escapou. O parlamentar ganhou as páginas dos jornais por ter sido flagrado pela Polícia Federam em ligações suspeitas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, da máfia dos caça-níqueis. Cansada dos inúmeros escândalos de corrupção como esse, a população brasileira não pretende ficar calada. Amanhã (21), Dia de Tiradentes, manifestações contra a corrupção devem acontecer nos quatro cantos do país.
Em Brasília, berço do sistema político brasileiro e onde comemora-se também o aniversário de 52 anos da cidade, o movimento vai ganhar o emblemático cenário da Esplanada dos Ministérios, às 10h. A III Marcha Contra Corrupção é idealizada pelos grupos Movimento Brasil Contra a Corrupção (MBCC), Juventude Consciente, Nas Ruas e Anonymous. O evento, apartidário e pacífico, tem como objetivo combater a corrupção nas esferas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e a impunidade no Brasil, para que o país seja mais justo para seus cidadãos.
Do Contas Abertas
Nem mesmo o então presidente do Conselho de Ética do Senado, Demóstenes Torres, escapou. O parlamentar ganhou as páginas dos jornais por ter sido flagrado pela Polícia Federam em ligações suspeitas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, da máfia dos caça-níqueis. Cansada dos inúmeros escândalos de corrupção como esse, a população brasileira não pretende ficar calada. Amanhã (21), Dia de Tiradentes, manifestações contra a corrupção devem acontecer nos quatro cantos do país.
Em Brasília, berço do sistema político brasileiro e onde comemora-se também o aniversário de 52 anos da cidade, o movimento vai ganhar o emblemático cenário da Esplanada dos Ministérios, às 10h. A III Marcha Contra Corrupção é idealizada pelos grupos Movimento Brasil Contra a Corrupção (MBCC), Juventude Consciente, Nas Ruas e Anonymous. O evento, apartidário e pacífico, tem como objetivo combater a corrupção nas esferas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e a impunidade no Brasil, para que o país seja mais justo para seus cidadãos.
Segundo o integrante do MBCC, Rodrigo Montezuma, a expectativa é que esta Marcha supere as do ano passado, “tanto no número de pessoas, quanto na eficácia” das bandeiras levantadas. “As novas parcerias trouxeram força para o movimento e, consequentemente, para a Marcha, que tem tudo para ser um sucesso”, ressalta Montezuma.
A III Marcha Contra Corrupção reivindica o julgamento do Mensalão como prioridade. “O caso é a maior história de corrupção já vista no país e não pode passar em branco, por isso é a principal bandeira levantada pelo Movimento nesta Marcha”, explica Montezuma.
Entre as revindicações estão ainda o voto aberto para parlamentares, o fim do foro privilegiado, o enquadramento do crime de corrupção como crime hediondo, além da lei da Ficha Limpa para todos. “O Ficha Limpa foi votado, o que já representa uma vitória importante entre as causas pelas quais o Movimento luta. Agora, queremos a extensão dele para os outros cargos”, acrescenta Montezuma. Ainda está no rol de temas a moralização do governo do Distrito Federal.
“Nós queremos que a impunidade diminua ou acabe. O Brasil tem leis para punir os corruptos, mas a legislação não é eficiente. Isso precisa mudar”, conclui o integrante.
Para Rafael da Escóssia Lima, do Juventude Consciente, o movimento de rua é muito válido e importante porque é o ápice do processo que já vem se desenvolvendo da sociedade. “Há muito tempo que a Juventude Consciente mobiliza os jovens para a conscientização dentro do tema político. Queremos jovens formadores de opinião e a Marcha é parte disso. Porém, não pode ser vista apenas como um evento, mas como uma luta. Por isso, precisa ter objetivos claros e se tornar um instrumento importante e concreto no combate à corrupção”, ressalta.
A cidade maravilhosa também será palco de ação anticorrupção neste sábado (21), organizada pelo Movimento 31 de julho. O evento de hoje, que acontecerá na praia de Ipanema, vai coletar assinaturas para o abaixo-assinado em favor do julgamento do Mensalão.
O abaixo-assinado já conta com quase 12 mil assinaturas e, no dia 25 de abril, será encaminhado para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, em audiência agendada pelas entidades “Transparência Brasil” e “Queremos Ética na Política”, entre outros.
Criado no dia 31 de julho de 2011, o Movimento 31 de Julho, surgiu após publicação do jornal espanhol El Pais, que “falava sobre a apatia dos brasileiros a assuntos políticos”, conta Ana Luiza Archer, integrante do Movimento.
O Movimento foca apenas um objetivo para cada manifestação. “Se falarmos de corrupção e corrupção, vamos continuar na mesma e as pessoas acham que isso não dará em nada, por isso daremos um passo de cada vez”, explica Archer. “O problema é o ceticismo. Muita gente acha que isso não vai dar certo, que não vai levar a caminho nenhum”, ressalta. Portal Petição Pública.
Em São Paulo, onde a manifestação já reuniu seis mil pessoas em outros eventos, a Marcha vai partir do Masp, a partir da 15h. Segundo Carla Zambelli, do Nas Ruas, um dos grupos envolvidos nos atos de amanhã (21), a expectativa é que 10 mil pessoas participem desse no manifesto. O ato vai contar com carro de som, com a Banda Pega Ladrão, e os participantes formarão a expressão “SOS STF”, alertando, junto com o abaixo-assinado, para a relevância do julgamento do Mensalão.
Para Rafael Frota, do grupo “Quero o fim da corrupção”, que deve atuar em 79 cidades em todo país e conquistou mais de 72 mil fãs nas redes sociais em menos de dois meses, o papel principal dos movimentos é mostrar que o cidadão pode se manifestar e participar ativamente da política Nacional. “Nós precisamos tomar consciência de que deixamos os políticos livres para fazer o que quiserem, mas a farra precisa acabar”, conclui.
Ao todo, 84 atos de repúdio à corrupção no Brasil acontecerão em 24 estados e no Distrito Federal.
Veja aqui os locais onde acontece o “Dia do Basta” em todo o Brasil.
“Como os movimentos vão criar um sujeito político?”, questiona especialista
Para José Antônio Moroni, que há mais de 30 anos atua em organizações não-governamentais e movimentos populares, especialmente na área dos direitos humanos, questão democrática e participação popular, o que precisa-se discutir é como esses movimentos serão capazes de criar um sujeito político capaz de realmente interferir e mudar os rumos do país.
“Todas as manifestações são legítimas, seja pelos modelos tradicionais, como os sindicatos, ou pelas novíssimas redes sociais. Contudo, os movimentos nos quatros cantos do país precisam estabelecer uma ordem que permita a sequência dos atos públicos, para que a manifestação não fique apenas na mobilização social conjunta, sem resultados efetivos e desmotivando os atores principais: a própria população”, ressalta Moroni.
A III Marcha Contra Corrupção reivindica o julgamento do Mensalão como prioridade. “O caso é a maior história de corrupção já vista no país e não pode passar em branco, por isso é a principal bandeira levantada pelo Movimento nesta Marcha”, explica Montezuma.
Entre as revindicações estão ainda o voto aberto para parlamentares, o fim do foro privilegiado, o enquadramento do crime de corrupção como crime hediondo, além da lei da Ficha Limpa para todos. “O Ficha Limpa foi votado, o que já representa uma vitória importante entre as causas pelas quais o Movimento luta. Agora, queremos a extensão dele para os outros cargos”, acrescenta Montezuma. Ainda está no rol de temas a moralização do governo do Distrito Federal.
“Nós queremos que a impunidade diminua ou acabe. O Brasil tem leis para punir os corruptos, mas a legislação não é eficiente. Isso precisa mudar”, conclui o integrante.
Para Rafael da Escóssia Lima, do Juventude Consciente, o movimento de rua é muito válido e importante porque é o ápice do processo que já vem se desenvolvendo da sociedade. “Há muito tempo que a Juventude Consciente mobiliza os jovens para a conscientização dentro do tema político. Queremos jovens formadores de opinião e a Marcha é parte disso. Porém, não pode ser vista apenas como um evento, mas como uma luta. Por isso, precisa ter objetivos claros e se tornar um instrumento importante e concreto no combate à corrupção”, ressalta.
A cidade maravilhosa também será palco de ação anticorrupção neste sábado (21), organizada pelo Movimento 31 de julho. O evento de hoje, que acontecerá na praia de Ipanema, vai coletar assinaturas para o abaixo-assinado em favor do julgamento do Mensalão.
O abaixo-assinado já conta com quase 12 mil assinaturas e, no dia 25 de abril, será encaminhado para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, em audiência agendada pelas entidades “Transparência Brasil” e “Queremos Ética na Política”, entre outros.
Criado no dia 31 de julho de 2011, o Movimento 31 de Julho, surgiu após publicação do jornal espanhol El Pais, que “falava sobre a apatia dos brasileiros a assuntos políticos”, conta Ana Luiza Archer, integrante do Movimento.
O Movimento foca apenas um objetivo para cada manifestação. “Se falarmos de corrupção e corrupção, vamos continuar na mesma e as pessoas acham que isso não dará em nada, por isso daremos um passo de cada vez”, explica Archer. “O problema é o ceticismo. Muita gente acha que isso não vai dar certo, que não vai levar a caminho nenhum”, ressalta. Portal Petição Pública.
Em São Paulo, onde a manifestação já reuniu seis mil pessoas em outros eventos, a Marcha vai partir do Masp, a partir da 15h. Segundo Carla Zambelli, do Nas Ruas, um dos grupos envolvidos nos atos de amanhã (21), a expectativa é que 10 mil pessoas participem desse no manifesto. O ato vai contar com carro de som, com a Banda Pega Ladrão, e os participantes formarão a expressão “SOS STF”, alertando, junto com o abaixo-assinado, para a relevância do julgamento do Mensalão.
Para Rafael Frota, do grupo “Quero o fim da corrupção”, que deve atuar em 79 cidades em todo país e conquistou mais de 72 mil fãs nas redes sociais em menos de dois meses, o papel principal dos movimentos é mostrar que o cidadão pode se manifestar e participar ativamente da política Nacional. “Nós precisamos tomar consciência de que deixamos os políticos livres para fazer o que quiserem, mas a farra precisa acabar”, conclui.
Ao todo, 84 atos de repúdio à corrupção no Brasil acontecerão em 24 estados e no Distrito Federal.
Veja aqui os locais onde acontece o “Dia do Basta” em todo o Brasil.
“Como os movimentos vão criar um sujeito político?”, questiona especialista
Para José Antônio Moroni, que há mais de 30 anos atua em organizações não-governamentais e movimentos populares, especialmente na área dos direitos humanos, questão democrática e participação popular, o que precisa-se discutir é como esses movimentos serão capazes de criar um sujeito político capaz de realmente interferir e mudar os rumos do país.
“Todas as manifestações são legítimas, seja pelos modelos tradicionais, como os sindicatos, ou pelas novíssimas redes sociais. Contudo, os movimentos nos quatros cantos do país precisam estabelecer uma ordem que permita a sequência dos atos públicos, para que a manifestação não fique apenas na mobilização social conjunta, sem resultados efetivos e desmotivando os atores principais: a própria população”, ressalta Moroni.
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