Docentes alegam que texto privilegia apenas quem está no topo da carreira universitária
O GLOBO
RIO - Em assembleia realizada nesta sexta-feira, os professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) decidiram manter a greve, que já dura mais de dois meses. Apesar de reconhecerem alguns avanços, os docentes avaliaram como insuficiente a proposta feita pelo governo. No encontro, foram discutidas demandas que serão encaminhadas ao Comando Nacional de Greve (CNG). A principal reivindicação é a uniformidade do reajuste pelos níveis. Segundo o sindicato nacional da categoria, 57 das 59 universidades federais estão paradas.
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De acordo com os professores, a proposta apresentada contempla só uma pequena minoria que está no topo da carreira. Além disso, o aumento já incorpora os 4% aprovados através de medida provisória no início do ano e não leva em consideração a inflação dos próximos três anos, pois os reajustes seriam escalonadas até 2015. Já o Ministério da Educação (MEC) garante que todos os níveis terão aumento real. O ministro Aloizio Mercadante declarou que o governo não tem condições de melhorar a proposta apresentada.
Segundo o Ministéiro do Planejamento, em 2002 o salário inicial dos docentes com dedicação exclusiva e doutorado era de R$ 2.436 e passaria para R$ 8.439 em 2015. No entanto, os professores com mestrado e em regime de 40 horas semanais teriam aumento real de apenas 0,55% no salário final, em 2015. A remuneração chegaria a R$ 5,502. Em 2002, a renda era de R$ 2,574.
Na próxima segunda-feira (23), o CNG deverá apresentar uma contraproposta ao MEC e ao Ministério do Planejamento, incorporando as discussões que ocorreram nas entidades de base. Os docentes da Universidade Federal Fluminense (UFF) já tinham decidido na última quarta-feira pela manutenção da greve. Na quinta-feira, foi a vez dos professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) rejeitarem por unanimidade a proposta do governo.
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