Moradores reclamam das calçadas, destruídas, em grande parte, por raízes de árvores
O GLOBO
Lixeira à espera de manutenção na Praça Luiz Lasaigne, na Tijuca
FERNANDA DIAS / AGÊNCIA O GLOBO
RIO — Calçadas e praças da grande Tijuca estão em estado crítico. Além sofrer com a sujeira e com a falta de conservação do mobiliário urbano, as calçadas estão sendo destruídas pelas raízes das árvores. Os moradores, responsáveis pela conservação do passeio, reclamam que a prefeitura notifica os proprietários mas se esquiva da suas responsabilidades.
É o que conta a síndica do condomínio Paulina, Kátia Maria de Azevedo. Segundo ela, as raízes de uma árvore estão estourando a calçada em frente ao prédio, que fica na Rua Mearim, no Grajaú.
— Fui notificada pela prefeitura para efetuar o reparo do piso, mas não posso mexer na árvore. Isso quem faz é a própria prefeitura. Liguei para a Comlurb algumas vezes e, até agora, só protocolos foram gerados. Na segunda tentativa de endireitar a calçada, liguei para a ouvidoria, expliquei a situação e esperei o prazo de cinco dias úteis. Recebi uma mensagem dizendo que a solicitação foi atendida, mas nada aconteceu — lamenta a síndica.
Poucos metros a frente, na mesma rua, a escola Doce Lar passa pelo mesmo problema. A proprietária, Tereza Cristina Almeida, conta que crianças e idosos já se machucaram no local.
— Muitas pessoas já caíram aqui. Os pais reclamam muito e com razão. A prefeitura, que mandou a notificação, é a única que pode resolver o problema — reclama.
A Comlurb afirma que a árvore da Rua Mearim não pode ser removida. Em nota, disse que é o condomínio que terá de fazer o ajuste na gola (o canteiro construído em volta da raiz). A empresa disse que, ainda assim, os moradores serão orientados quanto ao procedimento a ser adotado.
Problemas em praças também incomodam
As calçadas não são o único problema das ruas da região. O GLOBO-Tijuca verificou que praças e outras áreas públicas também precisam de atenção. A Praça Luiz La Saigne, por exemplo, tem uma lixeira quebrada e alguns bancos pichados. Moradores apontam outras áreas que consideram abandonadas.
— As ruas do Andaraí parecem cidade do interior. Dê uma passada pela Rua Leopoldo, onde fica o Hospital do Andaraí. Pare e veja dentro do terreno do hospital, na lateral da Rua Gastão Penalva. É mato puro. E a Rua Uruguai, que já foi considerada a parte nobre da Tijuca, agora está abandonada — reclama a moradora Alzira Araújo.
A publicitária reclama que, devido à burocracia, muitos problemas ficam sem uma solução.
— As árvores deveriam ser podadas sempre, sem essa de que o lado que está para a rua é da prefeitura e o lado que cresce para dentro do terreno, do proprietário. Tem que fazer o trabalho completo — reclama.
A Secretaria municipal de Conservação e Serviços Públicos afirmou que vai vistoriar os locais citados para avaliar se é preciso programar os serviços de reparo.
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