Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 10 de julho de 2012

SEQUESTRO NO RJ - Polícia investiga se assessor parlamentar do Presidente da ALERJ faria parte de bando que vende recém-nascidos


Casal preso teria oferecido R$ 30 mil por outra criança há 15 dias em Saquarema

O GLOBO

O recém-nascido Gustavo, que havia sido sequestrado na sexta, está de volta aos braços dos pais, Rodrigo e Gabriela
NINA LIMA / EXTRA/O GLOBO

RIO - Policiais da 124ª DP (Saquarema) investigam a possível participação do assessor parlamentar Altair Ferreira dos Santos e de sua mulher, Gessica Paulino Marinho, numa quadrilha especializada em sequestrar e vender crianças. Os dois, que estão presos, são acusados de ter planejado o sequestro do recém-nascido Gustavo, na última sexta-feira. O bebê foi localizado por PMs no domingo em Saquarema, na casa de Altair e Gessica, e devolvido aos pais.

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As suspeitas em relação ao casal aumentaram nesta segunda-feira após o depoimento dado por duas mulheres aos investigadores. No primeiro caso, a mãe de um recém-nascido contou que Altair a procurou no mês passado propondo adotar seu filho. A mulher disse que não aceitou e que teve a casa invadida dias depois por homens armados. Eles queriam levar a criança, mas desistiram ao saber que o bebê sofria de uma doença. Um policial contou que a dupla agiu de maneira muito parecida com a dos bandidos que sequestraram Gustavo.

Num segundo depoimento, a polícia descobriu que Altair teria oferecido R$ 30 mil por um recém-nascido há cerca de 15 dias. A mãe, que inicialmente pensava em entregar o menino para adoção, desistiu. Assim como Gustavo, esse bebê também nasceu no Hospital Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, onde Altair trabalhava como administrador. Ele também é assessor parlamentar do deputado Paulo Melo (PMDB), presidente da Alerj, há dois anos, e recebe cerca de R$ 2 mil por mês. Altair será exonerado do cargo na terça-feira, segundo a presidência da casa.

Suposto padrasto não apareceu

A polícia pretende ouvir todas as mulheres que deram à luz nos últimos 20 dias em Saquarema, a fim de saber se elas sofreram algum tipo de assédio para vender ou entregar seus filhos para adoção. Outro dado que chamou a atenção da polícia é o fato de Altair se interessar apenas por recém-nascidos, do sexo masculino e da cor branca.

A polícia já começou a reunir informações também para saber se os dois homens que invadiram a casa onde estava Gabriela Sabino — a residência da mãe dela, em Saquarema — e levaram Gustavo são os mesmos que tentaram sequestrar o outro bebê, em junho. Além do depoimento das duas mulheres, a situação do casal preso se complicou porque o suposto fazendeiro de São Paulo, que seria pai adotivo de Gessica e daria R$ 500 mil como herança ao neto não, apareceu para dar explicações à polícia. Gessica alega que receberia esse dinheiro quando tivesse um filho, mas que sofreu um aborto quando estava com três meses de gravidez.

O delegado da 124ª DP, Luciano dos Santos, afirmou que os dois presos negaram participação no sequestro de Gustavo. Ele disse acreditar que o casal passaria a criança a outras pessoas:

— O casal com certeza cuidaria da criança por alguns dias e a entregaria a algum intermediário. Não descartamos a hipótese de que Altair fosse providenciar o registro. Porque, com esse documento emitido pelo hospital, pode-se fazer a certidão de nascimento sem a presença do pai, apenas com um representante. Com o registro, essa criança poderia ser levada para qualquer parte do país ou até para o exterior.

Por enquanto, um homem identificado apenas como Maxwell, do Morro do Castro, em São Gonçalo, teria participado da intermediação para a entrega de Gustavo. Ele foi citado nos depoimentos de Altair e Gessica.

Após o drama, um dia de entrevistas

Depois de 40 horas angustiantes, a dona de casa Gabriela Sabino Ferreira, de 17 anos, não quer se desgrudar do filho, Gustavo, que completa seis dias de vida. O pai do bebê, o caminhoneiro Rodrigo Francisco dos Santos, de 29 anos, disse nesta segunda-feira que seu filho está calmo e saudável, passou bem a madrugada e dormiu na mesma cama dos pais. Agora, a luta de Rodrigo é para que a justiça seja feita, com a punição dos sequestradores do menino:

— Estamos todos aliviados, foram muito difíceis os momentos por que passamos. Agora só queremos que os sequestradores paguem pelo que fizeram. Mas o mais importante é que nosso filho está de volta.

Nesta segunda-feira, os pais do bebê tiveram uma agenda cheia de entrevistas em programas de TV no Rio. O primeiro foi o “Encontro”, com Fátima Bernardes, da Rede Globo. Gabriela contou que estava na casa da mãe dela, em Saquarema, quando, por volta das 16h de sexta-feira, Altair Ferreira dos Santos — acusado de ordenar o sequestro — apareceu. O bebê foi sequestrado à noite. A dona de casa estranhou a visita, porque, apesar de Altair conhecer sua mãe, não frequenta a casa dela.

— Ele (Altair) foi até a minha casa para se certificar de que estávamos apenas eu e minha mãe. E que o bebê estava lá. O meu marido tinha ficado em São Gonçalo (onde o casal mora). Quatro horas depois, dois homens armados arrombaram a porta da casa, dizendo que era um assalto e que estavam à procura de um tal de Marcelo, que devia R$ 2 mil ao tráfico. Mas isso foi só para despistar, eles queriam mesmo era levar meu filho — disse Gabriela

Ela disse que, enquanto estava no hospital onde deu à luz em Saquarema, recebeu a visita de Altair. Segundo Gabriela, o acusado fazia anotações e tirou fotos do bebê.


Um comentário:

Cobra Malcriada disse...

A quadrilha está formada! Quantos mais irão mostrar a cara? Bruno Melo, sobrinho, é assassino e responde pelo assassinato do David, e trabalha na FAETEC. Nildo Sá Ferreira, sobrinho, acusado de ser ‘cabeça’ nas fraudes no Detran na Região dos Lagos. Trabalhava como chefe do Detran de Araruama por indicação do próprio Paulo Melo. E agora, Coca Melo, sequestrador, assessor de Paulo Melo. Todos bandidos e mamando nas tetas da prefeitura por indicação de Paulo Melo.