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sábado, 21 de julho de 2012

CORRUPÇÃO : Defesa de Maluf admite que ele tem dinheiro em Jersey e pode ser novamente investigado em caso de desvio de dinheiro público


Promotor vai aguardar documentos de julgamento em paraíso fiscal
O GLOBO

Maluf: o ex-prefeito de São Paulo pode ser novamente investigado em caso de desvio de dinheiro público
O GLOBO / MICHEL FILHO


SÃO PAULO - O promotor Silvio Marques, do Ministério Público de São Paulo, disse que vai pedir cópia de todos os documentos apresentados no julgamento que está sendo realizado na ilha britânica de Jersey em que a prefeitura de São Paulo pede repatriamento de US$ 22 milhões depositados em contas que seriam da família do ex-prefeito Paulo Maluf. Marques quer analisar o material apresentado em Jersey para saber se é o caso de abrir nova investigação no Brasil contra Maluf.

A Justiça de Jersey, um paraíso fiscal britânico, concluiu na quinta-feira a fase de depoimentos e provas do processo, em que a prefeitura afirma que os US$ 22 milhões teriam sido desviados de obras na Avenida Águas Espraiadas (rebatizada de Jornalista Roberto Marinho), durante a gestão de Maluf, entre 1993 e 1996.

A expectativa é que a sentença saia nas próximas semanas. Os réus na ação são duas empresas que, segundo o Ministério Público de São Paulo, seriam controladas pela família de Maluf, a Durant International e a Kildare Finance.

De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, advogados da Durant teriam admitido, em documentos que constam no processo, que o controle da empresa é exercido por parentes de Maluf, incluindo seu filho Flávio Maluf.

A Durant também teria informado que Maluf teria recebido comissões por supostamente ter ajudado na venda da empresa de lixo Enterpa para o grupo argentino Macri. A Durant nega que o dinheiro-alvo da disputa judicial, que está bloqueado devido à ação movida pela prefeitura paulistana, seja fruto de corrupção.

Quando a sentença do caso for divulgada, Silvio Marques pedirá cópia dela e de todas as provas do processo. Ele quer ter mais detalhes sobre essas comissões que Maluf supostamente recebeu.

— A defesa fala que o dinheiro é comissão da Enterpa, que é uma empresa que já foi contratada da prefeitura de São Paulo. Vamos verificar se há necessidade de abrir nova investigação a respeito dessa alegação de que o Maluf teria recebido comissão da Enterpa — explicou o promotor.

Marques disse que pretende verificar quando Maluf teria recebido comissões e se isso teria acontecido durante o período em que ele exercia o mandato de prefeito de São Paulo. Só depois de analisar os documentos, ele vai avaliar se há alguma irregularidade.

— Se houver necessidade de instaurar um novo inquérito, eu farei isso — disse.

Indagada sobre o assunto, a assessoria de imprensa do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) reafirmou que o ex-prefeito e Flávio Maluf, filho dele, não são partes no processo que está em andamento naquele paraíso fiscal britânico.



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