Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

domingo, 15 de julho de 2012

CACHOEIRODUTO - Grampos revelam os bastidores da relação entre Andressa, Wilder e Cachoeira


Guilherme Amado
EXTRA


Brasília - Os grampos da operação Monte Carlo não mostraram apenas as tramoias do bicheiro Carlinhos Cachoeira, a subserviência do ex-senador Demóstenes Torres e o papel de parte dos integrantes de uma das maiores quadrilhas dos jogos de azar no Brasil. Escutas inéditas feitas com autorização judicial e obtidas pelo EXTRA revelam intrincada trama de amor e traição, recheada de desabafos, choro e declarações, muitas declarações.

Hoje ao lado de Cachoeira, Andressa Mendonça, de 30 anos, era até o ano passado casada com o empreiteiro Wilder Pedro de Morais (DEM-GO), senador de 43 anos que tomou posse ontem no lugar de Demóstenes.

Nascida em Itumbiara, quase na divisa de Goiás com Minas, Andressa entrou na vida de Cachoeira há quase três anos, quando Wilder fez coquetel para amigos. Era casada com ele desde 2004. Teveram dois filhos. Como os grampos da PF começam em fevereiro de 2011, não se sabe quando começou, de fato, seu caso com Cachoeira, hoje com 49 anos.

— Vou deixar a minha casa porque eu tenho um motivo. A minha razão é você. Por amor, porque quero constituir lar com você, uma nova vida — derretia-se a moça.

Cachoeira demorou a sair de casa. Sofreu ao deixar os filhos para trás e não assumiu Andressa de primeira. Com a voz quase infantil, ela ligava para ele e cobrava uma atitude. O bicheiro fugia.

— Você me fez (sic) apaixonar por você, fez monte de promessas boas pra mim, de futuro, de vida próspera, que a nossa vida vai ser maravilhosa, que a gente vai ter um filho. Você não quer mais? — perguntou Andressa, em março de 2011.

Os dois planejavam ficar noivos na Itália, em março. Passariam o aniversário dela lá na animada terra de Berlusconi. No dia da prisão, 29 de fevereiro, foi Cachoeira quem abriu a porta de casa, em Goiânia, para os policiais. Preferiu deixar Andressa dormindo. Coisas de quem ama! 


Posse sem pompa ou familiares
O suplente do senador cassado Demóstenes Torres, Wilder Pedro de Morais (DEM-GO), suspendeu as férias, driblou a direção de seu partido e madrugou no Senado às moscas para tomar posse do mandato de seis anos e meio.

Wilder estaria conversando com o presidente do diretório do PSD em Goiás, Wilmar Rocha, sobre sua ida para a legenda. Sem pompa ou presença de familiares, o milionário dono de conglomerado de empresas na área de construção civil tomou posse e sumiu.

No grampo da PF

‘Poço de frieza’
Em fevereiro de 2011, Andressa critica o jeito do amante: “Coração, eu prefiro que ocê fica (sic) longe de mim do que ocê ficar (sic) perto de mim nessa frieza. Toda a vez que a gente se encontra, cê tá um poço de frieza”. Nervoso, Cachoeira desabafa: “A velocidade que você quer que eu imprima, eu não dou conta”.

A solidão de Andressa 
Antes do carnaval, Andressa acha que Cachoeira não quer viajar com ela no feriado: “Pra mim, é importante viajar com você. Eu já passei carnaval longe de você, passei Natal, passei réveillon”, grita. “Você quer que eu te assuma hoje?”, pergunta o bicheiro. “Queria que você fosse mais corajoso. É que eu te conheço, coração. Hoje é carnaval, amanhã é outra coisa. Tô cansada de ficar sozinha”, diz, chorando.

A dor de Cachoeira
No dia em que Cachoeira recebe no e-mail seu divórcio de Andréa, sua mulher, a voz embarga ao falar para Andressa dos filhos: “Todo mundo fica triste. Eu tô largando os meus meninos. Pra você, que é mulher, é fácil, porque você tá ficando com seus meninos. Eu tenho três meninos pra criar”.

‘Wilder não sabe’
Em março, Andressa conta a Cachoeira como foi a conversa com Wilder, ainda seu marido. “Wilder não sabe. Eu pude perceber ontem que ele não sabe de nada, não desconfia da gente e que ele quer mesmo separar. A gente conversou na cama, ele pegou na minha perna, no meu joelho. Ele falou: Eu gosto demais de você. Pra mim está sendo um parto te perder”.

Andressa seguida
Andressa liga preocupada para Cachoeira. “Eu estava na farmácia e entrou um cara atrás de mim. Ele tava com roupa de ginástica e começou a disfarçar. Ia pra um lado, ia pro outro. Olhava pra mim e mandava mensagem”. “Devia ser mensagem pro Wilder. Ele tava olhando você pra ele. Você tá onde agora?”, pergunta Cachoeira. “Tô na cozinha daqui de casa. Ele tá lá no quarto”.

O ‘machão de Goiânia’
Cachoeira liga para Wilder em junho. “Wilder, fiquei sabendo que você está me xingando. É verdade isso? (…) Jamais tive qualquer relação com a sua mulher. Não sou criminoso”. No mesmo dia, Wilder fala: “Carlos, deixa esse assunto correr pra frente não. Você pode ser o machão de Goiânia, mas vai me prejudicar, vai prejudicar a Andressa, que é nova, vai prejudicar os meninos”. “Não quero ser o machão, pelo contrário. Só te ajudei na vida”, diz o bicheiro.

Cobranças
Em janeiro deste ano, já assumidos, Cachoeira quer saber detalhes de como Andressa está gastando dinheiro. “Pega dez mil dólares lá pra dar pro Júlio, tá?”, pede. “Tá. Peguei aquele (sic) R$ 3 mil que tava comigo e dei dois para o meu pai acertar o negócio do filho do Vladimir”. “Você pegou R$ 6,9 mil da menina de volta? O que você fez dele?”, pergunta Cachoeira.“O que fiz dele? Eu pa...”, gagueja Andressa”.

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