Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Carros da prefeitura são usados para atividade partidária - O Globo



O Globo

Uma festa de carros oficiais. Este foi o cenário flagrado pelo GLOBO ontem, na entrada da reunião dos 32 prefeitos do PT com o ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu.

Pelo menos oito prefeitos e deputados chegaram em carros do poder público, alguns deles cometendo infrações de trânsito. O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, teve seu carro oficial estacionado na contramão, a uma quadra do hotel de Osasco onde ocorria o evento.

Abordado por repórteres do GLOBO, Marinho reagiu com palavrão e perguntou se deveria chegar ao local de bicicleta.

Ex-ministro do Trabalho de Lula, Marinho foi abordado pela reportagem durante o almoço de encerramento do encontro, quando foi perguntado se poderia falar sobre o assunto.

— Falar sobre o quê? Se for sobre essa putaria do GLOBO, essa de carro oficial, não. Falo sobre coisas sérias.

Marinho, no entanto, confirmou que usava o carro da prefeitura:

— Quer que eu venha de bicicleta? Eu sou prefeito. Ando de carro oficial e com segurança. Ou você quer que eu seja morto como o Celso Daniel? — ironizou ele, referindo-se ao ex-prefeito de Santo André assassinado em 2002.

O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias, confirmou que usava o carro oficial no evento e disse que fazia uma atividade "política institucional". O prefeito de Amparo, Paulo Tunato Miota, informou, por meio da assessoria, que seguiria da reunião para uma agenda da prefeitura.

Entre os carros oficiais, havia pelo menos três da Assembleia Legislativa de São Paulo. O deputado Simão Pedro foi um dos poucos a chegar com o carro oficial até a entrada do hotel. A maioria deixou o veículo em ruas próximas.

Simão Pedro informou, por meio de sua assessoria, que pensou que o encontro, uma das suas quatro atividades externas de ontem, seria uma reunião de prefeitos e que se assustou ao ser fotografado saindo do carro. Para Jovita José Rosa, do comitê nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, a questão é muito mais moral do que legal:

— Ainda que fosse legal, é imoral. 

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