Ronaldo José da Cunha Lima (Guarabira, 18 de março de 1936- João Pessoa, 07 de Julho de 2012) foi um poeta e políticobrasileiro.
Filiado ao PSDB, Cunha Lima foi governador da Paraíba entre 1991 e 1994. Durante o período que governou o estado, cometeu tentativa de homicídio, disparando três tiros contra o seu antecessor, Tarcísio Burity, em um restaurante da capital João Pessoa, no episódio conhecido como 'Caso Gulliver'.
Foi senador da república entre 1995 e 2002 e deputado federal entre 2003 e 2007. Em outubro de 2007 renunciou ao cargo de deputado para não ser julgado pelo processo do 'Caso Gulliver' no STF, o que provocou duras critícas do relator do caso Joaquim Barbosa.
No dia 26 de julho de 2011, seu filho Cássio Cunha Lima, anunciou ao público o dignóstico de sua doença: " O diagnóstico do Poeta foi fechado: Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Ele fará apenas radioterapia e ficará curado. Obrigado pela solidariedade" escreveu. O tratamento começou a ser realizado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, sob a coordenação do cirurgião torácico Riad Younes.
Biografia
Estudou no Colégio Pio X e no Colégio Estadual do Prata em Campina Grande. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da UFPB. É casado com Maria da Glória Rodrigues da Cunha Lima com quem tem 4 filhos: Ronaldo Cunha Lima Filho, Cássio Cunha Lima, Glauce "Gal" Cunha Lima e Savigny Cunha Lima.
Em 1951, iniciou a vida como vendedor de jornais, depois como garçom, no restaurante do seu irmão Aluísio, trabalhou na Associação Comercial de Campina Grande, na Rede Ferroviária do Nordeste e no Cartório de D. Nevinha Tavares, tudo isso para custear os seus estudos e ajudar as despesas domésticas, porque o seu pai, pobre, faleceu muito cedo, deixando D. Nenzinha com a responsabilidade de criar e educar a família numerosa. Ronaldo também desde jovem, já demonstrava vocação para a política.
Ainda estudante, Ronaldo foi representante estudantil e vice-presidente do Centro Estudantil Campinense.
Começou a sua carreira política sendo vereador de Campina Grande, e prefeito eleito em 1968, com posse em 31 de janeiro de 1969. Em 14 de março de 1969 teve os seus direitos políticos cassados, passando dez anos no ostracismo, indo para São Paulo depois para o Rio de Janeiro recomeçando a sua carreira de advogado. Anistiado, em1982, foi reconduzido à prefeitura de Campina Grande, pelo voto popular, no seu mandato á frente da PMCG (1983/1989) teve como Vice-Prefeito Antônio de Carvalho Souza, um vice muito atuante na Administração, o qual assumiu a titularidade do mandato por trinta e três vezes no curso do mandato. Construiu o Parque do Povo com um projeto já criado pelo prefeito precedente Enivaldo Ribeiro, a terceira adutora, a Casa do Poeta, dentre outras obras. Foi governador do estado da Paraíba (1991/1994),Senador da República (1995/2002) e foi deputado federal, eleito em pela 1ª vez em 2002 com mais de 95 mil votos e reeleito em 2006 com 124.192 votos.
Poesia
Estudioso da obra do poeta Augusto dos Anjos, Ronaldo participou com brilhantismo, do programa de televisão, Show sem Limite, respondendo sobre a vida e a obra do grande poeta paraibano.
È autor da petição em versos intitulada de " Habeas Pinho" que está espalhado por diversos escritórios de advocacia , restaurantes e bares do Estado da Paraíba.
Membro da Academia Campinense de Letras, Membro do Conselho Federal da OAB. Ronaldo Cunha Lima ingressou na Academia de Letras em 11 de março de 1994, saudado pelo acadêmico Amaury Vasconcelos.
Ronaldo, lançou, entre outros livros, são eles:
50 canções de amor e um poema de espera, 1955
Livro dos tercetos - Em defesa da língua portuguesa (discurso no Senado Federal, 1998)
3 seis, 5 setes, 4 oitos e 3 noves - grito das águas (discurso no Senado Federal, 1999)
A seu serviço II, 1999
A seu serviço III, 2000
Roteiro sentimental – fragmentos humanos e urbanos de Campina Grande, 2001.
Breves e leves poemas, 2005
Velas Enfunadas, poemas à beira mar - Idéia/Forma - Editora , 2010
Poesias Forenses, Grafset/Max Limonad Editora João Pessoa - PB, 2002
Sal no rosto - sonetos escolhidos, Editora José Olympio, 2006
Poemas de sala e quarto, Geração Editorial, 1992
Poemas amenos, amores demais - Gráfica JB 2003
Azul itinerante, poesia policrômica - Editora José Olympio, 2006
Versos gramaticais, 1994
As flores na janela sem ninguém - uma história em verso e prosa , Editora José Olympio 2007
Caso Gulliver
Em 5 de novembro de 1993, o então governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima disparou três tiros contra o seu antecessor, o ex-governador Tarcísio Burity (quando este almoçava com amigos) no Restaurante Gulliver em João Pessoa. Cunha Lima não aceitou as duras críticas e acusações que Burity supostamente fez ao seu filho Cássio Cunha Lima (na época do fato superintendente da SUDENE) em um programa de televisão local.
Tarcísio Burity ficou vários dias em coma, mas conseguiu sobreviver ao ataque. Ele morreu dez anos depois no dia 8 de julho de 2003, vítima de falência múltipla dos órgãos e de parada cardiocirculatória.
Renúncia
No dia 31 de outubro de 2007[1]. Ronaldo Cunha Lima renuncia ao mandato de deputado federal. A carta de renúncia foi entregue à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. De acordo com a carta, a renúncia é "em caráter irrevogável e irretratável".
O Supremo Tribunal Federal já havia marcado o julgamento de processo contra Cunha Lima pelo atentado a vida do ex-governador Tarcísio Burity. Com a renúncia ao cargo, o deputado perde seu foro privilegiado e o processo deverá ser enviado à Justiça comum.
Doença
O ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), confirmou no dia 26 de Julho de 2011, via twitter, a situação da saúde do ex-governador da Paraíba e seu pai Ronaldo Cunha Lima, onde escreveu: " O diagnóstico do Poeta foi fechado: Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Ele fará apenas radioterapia e ficará curado. Obrigado pela solidariedade". Segundo Cássio Cunha Lima, um especialista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, confirmou o diagnóstico como sendo Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Ronaldo foi diagnósticado com nódulos no pulmão devido ao fumo excessivo de cigarros. Ele fez as sessões de radioterapia no Hospital Sírio Libanês em São Paulo e a doença foi contida. Faleceu no dia 7 de julho de 2012, em decorrência do câncer que ele lutava desde 2011, na sua residência em João Pessoa. "Os Poetas não morrem! O Poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou" Cássio Cunha Lima, noticiando a morte de seu pai, através do Twitter.
Academia Paraibana de Letras
Ingressou na Academia Paraibana de Letras ocupando a cadeira número 14 em 11 de março de 1994, tendo como patrono Eliseu Elias César. Foi saudado pelo acadêmicoAmaury Vasconcelos.
Fonte Wikipedia
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