Três dos quatro depoentes alegaram doença ou não foram encontrados para prestar depoimento
Laryssa Borges
VEJA
Deputado Federal Odair Cunha (PT-MG), ralator da CPI do Cachoeira: cada vez mais esvaziada (Wilson Dias/Abr)
Esvaziada pela falta de depoimentos contundentes, a CPI do Cachoeira, que já enfrentaacusações de direcionamento de investigações, sofreu um novo revés nesta terça-feira. Os parlamentares esperavam quatro oitivas para tentar desvendar, por meio da atuação da empresa fantasma Alberto&Pantoja, os tentáculos da quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira. Dos quatro depoentes agendados para esta terça, no entanto, apenas um deles vai comparecer à comissão de inquérito.
Os policiais legislativos realizaram três incursões a Goiânia e uma à cidade-satélite do Gama, no Distrito Federal, para notificar os quatro depoentes. Na capital goiana, ouviram desculpas de que o ex-presidente do Detran de Goiás, Edivaldo Cardoso, indicado ao cargo pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, estava viajando. O paradeiro, desconhecido.
A argumentação de Cardoso para se livrar da CPI ainda foi mais ampla. “Sua empregada, Roseli da Luz Gonçalves, informou que há ordem de seu patrão para não receber nem assinar qualquer documento”, diz relatório encaminhado à cúpula da comissão de investigação. De acordo com as investigações da Polícia Federal, Edivaldo Cardoso falava diariamente com Cachoeira por meio de um radiocomunicador.
Responsável pela empresa de fachada Alberto&Pantoja, ligada diretamente ao esquema de contravenção, a empresária Rosely Pantoja não foi notificada para prestar depoimento e também não vai comparecer ao Congresso Nacional. “Seu irmão, Carlos Alberto Rodrigues da Silva, informou que há dois anos não sabe o paradeiro da mesma”, diz certidão encaminhada à CPI.
Assim como já fizeram outros depoentes, o araponga Joaquim Gomes Thomé Neto apresentou um atestado médico e engrossou a lista daqueles que buscam se livrar de prestar esclarecimentos. Apontado como integrante do esquema de corrupção de Cachoeira, o espião alegou “não estar em condições plenas de saúde, tendo oscilação de pressão e tonteiras sucessivas”. Ele foi submetido a um cateterismo no último dia 26.
A única depoente do dia – com o risco de permanecer em silêncio – será Ana Cardozo de Lorenzo, a sócia da Serpes Pesquisas de Opinião e Mercado. A empresa foi contratada pela campanha do tucano Marconi Perillo ao governo de Goiás e recebeu o pagamento por meio da Alberto&Pantoja. A empresária tentou adiar seu depoimento, mas, notificada, é obrigada a se sentar diante dos parlamentares da CPI nesta terça na condição de testemunha.
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