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Três anos depois da tragédia do vôo regular Air France 447 (Rio-Paris) na qual todas as 228 pessoas a bordo do avião Airbus 330-203 – despencou de 11,5 quilômetros de altitude em 3 minutos e 30 segundos no Oceano Atlântico –, o Escritório de Investigações e de Análises (BEA) da Aviação Civil, órgão do Ministério dos Transportes francês encarregado da apuração das causas do acidente, irá divulgar seu relatório final.
A segurança do transporte aéreo mundial depende muito do resultado da investigação técnica. Diariamente, 13 milhões de passageiros cruzam os ares do planeta, a metrópole voadora só perde em população para Mumbai e Xangai. Desde o momento seguinte à notícia do desaparecimento da aeronave com passageiros de 32 nacionalidades, entre eles 59 brasileiros, na noite de 31 de maio de 2009, o Blog de Paris dedicou 98 posts sobre o assunto. O conjunto dos relatos tentam, sobretudo, jogar luz além dos vereditos ”foi erro humano” ou “foi falha da máquina”, sempre enganosos na complexidade dos acidentes aéreos.
Entretanto, os peritos do processo judicial sobre o acidente com o AF 447 que corre em paralelo à investigação do BEA, apresentaram seu parecer juíza de instrução do Tribunal de Grande Instância, Sylvie Zimmerman. A avaliação de 365 páginas dos especialistas no inquérito pelo qual a Airbus e a Air France foram indiciadas por homicídio culposo – quando não há intenção – será comunicado aos parentes das vítimas em reunião marcada para o dia 10 de julho na capital francesa. Até então ausente, a associação brasileira dos familiáres das vítimas (AFVV 447) decidiu se juntar à associação francesa que reclama ações reparatórias.
Fontes próximas do processo revelaram que os técnicos concluíram que houve falha no funcionamento das sondas Pitot provocando informações errôneas para os pilotos. Os procedimentos formulados pelas companhias para este tipo de situação precisa eram inadequados. A reação dos pilotos foi incorreta e por fim, houve falta de acompanhamento atento aos incidentes de falhas dos tubos Pitot que acontecem desde 2004. O relatório realça também que as condições meteorológicas desfavoráveis e a negligência do comandante de bordo ao deixar de indicar claramente as funções dos copilotos durante sua ausência na cabine, não contribuíram para evitar o acidente.
Por Antonio Ribeiro
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