Na segunda (9), TRF manteve suspensão da divulgação dos vencimentos.
Pedido será analisado pelo ministro Ayres Britto, presidente do Supremo.
Fabiano Costa
Do G1, em Brasília
Um dia após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) reafirmar a decisão judicial que suspendeu a divulgação na internet dos salários dos servidores federais dos três Poderes de forma individualizada, o governo federal recorreu à Suprema Corte para tentar reverter o embargo.
Na noite desta terça-feira (10), a Advocacia-Geral da União (AGU) protocolou uma suspensão de liminar no Supremo Tribunal Federal (STF). O órgão optou por quebrar o rito processual, que previa recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), por se tratar de matéria de cunho constitucional. Por conta do recesso do Judiciário, o pedido da AGU deverá ser analisado pelo presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto.
Na última quinta (5), oito dias após o Portal da Transparência liberar a consulta aos vencimentos de cada funcionário público da União, a Justiça Federal mandou suspender a publicidade dos contracheques. A iniciativa de transparência havia seguido orientação da nova Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor em 16 de maio.
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Orientada pelo Planalto, a AGU recorreu ao TRF-1 para voltar a divulgar os vencimentos dos servidores. Nesta segunda (9), o presidente da Corte, desembargador federal Mário César Ribeiro, rejeitou o recurso alegando que a decisão do juiz federal da 22ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal “não acarreta grave lesão” à legislação de transparência.
Como o assunto teria “grande interesse público”, o presidente do TRF-1 considerou ser “sensato” manter a decisão da primeira instância até que seja analisado se a exposição dos salários do funcionalismo fere garantias individuais.
Portal da Transparência
Antes de a Justiça embargar a publicidade dos vencimentos, qualquer cidadão podia acessar, por meio do site do Portal da Transparência, o salário dos servidores a partir do nome, CPF, órgão de exercício ou de lotação, função ou cargo.
Atualmente, o site traz a seguinte mensagem: "A consulta 'Remuneração dos Servidores' está temporariamente suspensa por decisão judicial". Recado semelhante está exibido na página do Supremo Tribunal Federal.
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