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terça-feira, 10 de julho de 2012

CPI DO CACHOEIRA - Prefeito de Palmas libera sigilos bancário e fiscal


ERICH DECAT
FOLHA DE SÃO PAULO

BRASÍLIA - Em depoimento prestado nesta terça-feira (10) na CPI do Cachoeira, o prefeito de Palmas (TO), Raul Filho (PT), colocou à disposição da comissão a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico.

Antes de pedir a varredura nos sigilos, Filho afirmou que o empresário Carlos Cachoeira não fez doação de campanha quando o petista disputou as eleições de 2004 para a prefeitura. Raul Filho também negou favorecimento às empresas ligadas a Cachoeira.

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"Nenhuma empresa do senhor Carlos Cachoeira prestou serviço emergencial ou por dispensa. Nem venceu qualquer licitação durante o meu governo. Além do mais, nos primeiros anos de exercício do meu mandato sequer havia comentários de que a Delta havia algum vínculo com o senhor Carlos Cachoeira", afirmou.
Leonardo Prado/Divulgação/Agência Câmara

Petista (à esq.) presta depoimento à CPI do Cachoeira

Um vídeo gravado por Cachoeira em 2004 sugere que Raul Filho ofereceu um contrato de coleta de lixo para a empreiteira Delta em troca do apoio do empresário a sua eleição. O material, apreendido pela Polícia Federal, foi gravado por uma câmera que Cachoeira instalou no ar condicionado de seu escritório.

No vídeo, o petista afirma a Cachoeira que, se ganhasse a eleição, em até quatro meses um novo contrato para o lixo poderia ser feito, sugerindo que Cachoeira poderia ser beneficiado. As imagens foram exibidas pelo programa "Fantástico", da TV Globo, no início deste mês.

No primeiro ano de seu mandato, a Delta venceu a concorrência para os serviços, conseguindo um contrato de R$ 71 milhões.

Cachoeira é apontado pela PF como sócio oculto da Delta. Ele está preso desde o último dia 29 de fevereiro acusado de comandar um esquema de jogos ilegais.

Uma cunhada de Raul Filho presidia a comissão de licitação responsável pela escolha da Delta. E um cunhado, Pedro Duailibe, era o responsável pela fiscalização.

O contrato da prefeitura com a Delta foi considerado ilegal pelo Tribunal de Contas do Estado de Tocantins, que multou Raul Filho.

Em agosto de 2011, uma conta movimentada por Duailibe, o cunhado, recebeu R$ 120 mil da Delta por meio de uma das empresas fantasmas do esquema Cachoeira. Esse pagamento foi revelado pela Folha em maio.

A gravação em que Raul Filho parece oferecer o contrato em troca de apoio faz parte de um conjunto de cinco vídeos feitos pelo grupo de Cachoeira.

À Folha Raul Filho negou ter sugerido "troca de favores". Ele disse que recebeu doações de Cachoeira em 2004, mas negou caixa dois.

A Delta informou que seus contratos em Palmas são legais e os serviços foram executados.

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