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quarta-feira, 11 de julho de 2012

CAMPANHA MILIONÁRIA NO RIO - Após 4 anos, 45 vereadores disputam a reeleição mais ricos #RIO


Em levantamento feito pelo GLOBO, ex-prefeito Cesar Maia declara não ter patrimônio

O GLOBO

Cesar Maia faz campanha na Feira de São Cristóvão
AGÊNCIA O GLOBO / GUILHERME LEPORACE

RIO - Quarenta e cinco dos 51 vereadores do Rio tentarão a reeleição este ano e farão campanha mais ricos do que em 2008, segundo levantamento feito pelo GLOBO . Naquele ano, seus bens somavam R$ 19,2 milhões, contra R$ 26,7 milhões agora, uma evolução de 39%. Doze deles pelo menos dobraram o patrimônio nestes últimos quatro anos. A consulta aos registros de candidaturas mostra ainda que o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que concorre a uma vaga de vereador, não tem qualquer bem em seu nome.

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Duas vereadoras que disputam a reeleição, Carminha Jerominho (PTdoB) e Nereide Pedregal (PDT), declararam na eleição passada não ter patrimônio, mas hoje seus bens somam R$ 460,4 mil e R$ 89,8 mil, respectivamente. Há ainda outros três vereadores cuja evolução patrimonial beira os 90%.

— Tudo o que eu tenho foi com muito suor. Estava afastada das minhas funções como vereadora. Eu já era dentista, corri atrás, trabalhei — disse a vereadora do PTdoB, filha do ex-vereador Jerônimo Guimarães, o Jerominho, condenado por chefiar milícias na Zona Oeste.

Ela teve o mandato cassado em junho de 2009. Em fevereiro deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) aprovou a volta de Carminha à Câmara.

O vereador que, percentualmente, mais aumentou o patrimônio é o petista Reimont. Os bens do parlamentar não passavam de R$ 18 mil em 2008, quando tinha apenas um automóvel. Agora, o patrimônio do parlamentar já chega a R$ 427,3 mil, com um apartamento avaliado em R$ 265 mil. Quem também dobrou o patrimônio foi o presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe (PMDB), cujos bens passaram de R$ 169 mil para R$ 387,2 mil. O vereador mais rico, Jorge Pereira (PTdoB), tem patrimônio de R$ 4,2 milhões, que inclui nove imóveis e sete veículos. Já o mais pobre é Jorginho da SOS (PMDB), o único a se declarar sem bens.

Se alguns conseguiram aumentar o pé de meia com o salário de R$ 15 mil de vereador, cinco empobreceram no cargo: Paulo Messina (PV), Rubens Andrade (PSB), Carlinhos Mecânico (PSD), além de Eliomar Coelho e Paulo Pinheiro, ambos do PSOL. Na última eleição, Messina informou ter patrimônio avaliado em R$ 994,7 mil. Este ano, apresentou bens nos valores de R$ 319,3 mil. A diferença ocorre, principalmente, por conta de um apartamento de R$ 750 mil que constava na declaração de 2008 e não aparece no Imposto de Renda do ano passado.

Onze vereadores informaram guardar dinheiro em espécie. A soma dos valores chega a quase R$ 1 milhão. Dr. Fernando Moraes (PMDB), que quase dobrou seu patrimônio em quatro anos, foi o parlamentar que mais declarou ter dinheiro “no colchão”: R$ 334, 5 mil. Vereadora que integra a lista daqueles que dobraram o patrimônio, Patrícia Amorim (PMDB), presidente do Flamengo, afirmou ter em caixa R$ 215 mil. Cristiane Brasil (PTB), filha do ex-deputado federal e delator do mensalão, Roberto Jefferson, tem R$ 74 mil em dinheiro vivo.

Cesar Maia explicou que não tem mais bens porque passou, gradativamente, seu patrimônio para o nome de parentes. Isso aconteceu, segundo ele, nos últimos sete anos, quando começou a ter problemas de saúde.

— Normalmente, os executivos que têm patrimônio, aos 65 anos, repassam os bens a seus filhos, esposa e netos. Como minha saúde não era perfeita, comecei a transferir os bens com 60 anos de idade e completei a transferência com 65 anos. É mais prático que testamento — disse o candidato, hoje com 67 anos.

Dois apartamentos em São Conrado, além de escritórios na Barra e em Botafogo, foram parar no nome de parentes do ex-prefeito, principalmente dos filhos, Daniela e Rodrigo Maia (DEM), que disputa a prefeitura do Rio. Rodrigo declarou ao TRE-RJ neste ano bens no valor de R$ 739.544,58. Na campanha de 2000, Cesar declarou que seu patrimônio estava avaliado em R$ 1.043.568,82. Em 2004, quando foi reeleito, o ex-prefeito informou ter um patrimônio de R$ 1,7 milhão. Quando tentou uma vaga no Senado, em 2010, Cesar apresentou declaração de Imposto de Renda no valor de R$ 73 mil, com participação em duas empresas e duas aplicações em renda fixa.

Em 1998, ano em que foi eleito governador do Rio, o hoje deputado federal Anthony Garotinho (PR) foi alvo dos adversários por ter declarado patrimônio de R$ 18 em 1996. No ano seguinte, passou para zero. Garotinho e Cesar são aliados na eleição deste ano.

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