Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 7 de julho de 2012

ATRASO NO RIO - Prefeito diz que Centro Integrado de Comando e Controle e que obra custará quase o DOBRO do previsto #RIO


Atrasado, Centro Integrado de Comando e Controle custará ao estado quase o dobro do previsto
Prédio que reunirá serviços de atendimento na Cidade Nova deve ser inaugurado até o fim do ano; estado pagará R$ 68,9 milhões pela obra

O GLOBO

A Secretaria de Segurança inaugura até dezembro o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC)
DOMINGOS PEIXOTO / O GLOBO

RIO - Promessa de modernidade, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) — prédio que reunirá, na Cidade Nova, uma série de serviços de atendimento, sob a coordenação da Secretaria de Segurança — está com as obras atrasadas e sairá bem mais caro do que o previsto. A construção começou em setembro de 2010, ao custo de R$ 36,1 milhões. O estado anunciou que inauguraria o edifício até julho de 2011. Os planos, no entanto, mudaram: ao contrato inicial, foram acrescentados, no ano passado, aditivos de R$ 9 milhões. Esta semana, um novo contrato de “complementação” foi assinado com o consórcio responsável pelo projeto, de R$ 23,8 milhões. Agora, a previsão para a inauguração é entre outubro e dezembro deste ano. O custo total: R$ 68,9 milhões. Ou seja, quase o dobro (90% a mais) do planejado.

Em nota, a Secretaria de Segurança alegou que o acréscimo no valor da obra ocorreu por causa de “vários problemas técnicos relativos a implantação do canteiro, fundação, terraplanagem e estrutura”. Sobre o atraso de mais de um ano em relação ao previsto inicialmente, o órgão informou que trâmites administrativos dificultaram a evolução do projeto. Outro problema citado foram dificuldades na segunda licitação, “em função de recursos dos participantes”.

O CICC vai reunir os serviços de atendimento das polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal, do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil Municipal, da Guarda Municipal, do serviço de ambulâncias do Samu e da CET-Rio. A Secretaria de Segurança promete que o réveillon do Rio já deve contar com o apoio do centro integrado. Em reportagem publicada em setembro de 2010 pelo GLOBO, o órgão também anunciou a inauguração a tempo da virada do ano de 2011 para 2012, o que não se concretizou.

Com a integração das centrais telefônicas no CICC, será possível, por exemplo, controlar os sinais de trânsito, criando “ondas verdes” ou mesmo interrompendo o tráfego em caso de emergência. Haverá ainda no novo prédio, uma sala de gerenciamento de crises. Segundo a Secretaria de Segurança, o centro está sendo construído, estrategicamente, próximo ao Centro de Operações Rio, da prefeitura, e da futura sede do Quartel-General da Polícia Militar, que deverá ocupar o atual quartel do Batalhão de Choque. A ideia é que haja tempo para que a unidade seja testada até os grande eventos que a cidade vai receber, como a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Bem próximo do CICC, o Centro de Operações Rio, inaugurado em 31 de dezembro de 2010, foi construído em quatro meses. De acordo com a prefeitura, a construção custou R$ 14 milhões. Toda a parte tecnológica custou outros R$ 11 milhões. Os recursos para o projeto vieram da iniciativa privada. Sua área total construída é de cerca de 3,5 mil metros quadrados.

O centro do governo estadual, a ser inaugurado, tem a promessa de ser um dos mais modernos do mundo. Segundo o subsecretário de Modernização Tecnológica da Secretaria de Segurança, Edval Novaes, no salão onde as ligações serão atendidas, haverá 264 ramais para os oito órgãos. Novaes visitou centros operacionais de Nova York, Chicago, Londres, Paris, Roma, Madri, Istambul, Jerusalém e Cidade do México, mas só no desta última cidade encontrou pontos em comum com as necessidades dos moradores do Rio.

— Mas o centro de comando e controle da Cidade do México é bem maior do que o nosso, por ter funções mais complexas do as que precisamos. Os mexicanos têm dois problemas que nós não temos: o narcoterror e os desastres naturais (terremotos). Por conta deste último fator, a unidade deles precisa estar preparada até para suportar abalos sísmicos, podendo eventualmente abrigar a sede do governo federal. Procuramos ver as melhores práticas de todos os centros visitados e adaptá-las à nossa realidade — explicou Novaes.

O CICC do Rio, com 10.618 metros quadrados de área construída, aproveitou uma ideia do centro de Madri, que tem uma sala de crises com parede de vidro, pela qual autoridades acompanham, por um enorme telão, imagens captadas por câmeras no local da ocorrência. O telão do Rio terá 4,5 metros de altura e 17 de comprimento. Poderá mostrar 98 módulos de imagens de 55 polegadas. Até a inauguração da unidade, Novaes acredita que 460 câmeras estarão espalhadas pela cidade.

O prédio, de quatro andares, receberá dois pontos de energia da Light, caso haja problemas no fornecimento de eletricidade, além de quatro geradores. Haverá auditórios, alojamentos para os integrantes da equipe, sala e dormitório reservado para as autoridades, gabinetes para o pessoal de inteligência de cada órgão público, além de um heliponto. De acordo com Novaes, a estimativa é que os custos com as obras e os equipamentos cheguem a R$ 102,789 milhões.

— A segurança é outro ponto alto do nosso centro. Tudo no prédio é duplicado, justamente para garantir que o serviço não será interrompido. Haverá uma sala segura para guardar o servidor dos computadores, com alta tecnologia. Se houver um incêndio, o local servirá como um cofre à prova de fogo. Além disso, manteremos o nosso centro de operações da Central do Brasil de reserva, para uma emergência, e aconselharemos os outros órgãos que integrarão o CICC a fazer o mesmo. O acesso ao centro também será controlado por um rígido sistema biométrico (que faz a identificação através de características de partes do corpo humano, como olhos, palma da mão e digitais) — disse o subsecretário.

A parte de comunicação também contará com tecnologia de ponta. Segundo Novaes, a secretaria de Segurança vai adquirir um sistema integrado capaz de fazer com que o restrito grupo possa se comunicar de rádio para celular e vice-versa, justamente para agilizar os contatos.



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